SUBSÍDIOS 1 JOAO-LIÇAO 1

quarta-feira, 15 de julho de 2009







LIÇÃO 01
05 de julho de 2009
A PRIMEIRA CARTA DE JOÃO
INTRODUÇÃO

As epístolas de João, juntamente com o livro do Apocalipse, são os últimos textos do Novo Testamento. Todos foram escritos no final da vida do amado apóstolo, que sobreviveu aos seus companheiros por aproximadamente três décadas. Irineu (aprox.130-200 d.c) escreveu que “todos os presbíteros, que se uniram a João, o discípulo do Senhor, na Ásia, testemunham que João lhes transmitiu (estas coisas). Pois ele permaneceu com eles até a época de Trajano (98-117 d.c)..E também a igreja de Éfeso fundada por Paulo – com a qual testemunha fiel da tradição dos Apóstolos.
Todo cristão, ao ler essa epístola é impulsionado pelo Amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo a viver uma vida cristã autêntica sem pecados. Consciente da segurança que há em Cristo Jesus nosso Senhor e Salvador.
ENTENDENDO A CARTA DE JOAO, O APOSTOLO.
O evangelho de João expõe os atos e palavras que provam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus; A primeira epístola de João expõe os atos e palavras obrigatórios àqueles que crêem nesta verdade. O evangelho trata dos fundamentos da fé cristã, a epístola, dos fundamentos da vida cristã, O evangelho foi escrito para dar um fundamento de fé; A epístola para dar um fundamento de segurança. O evangelho nos conduz ao limiar do pai; A epístola, familiariza-nos com sua casa. A epístola é uma carta afetuosa de um pai espiritual a seus filhos na fé, na qual ele as exorta a cultivar a piedade prática que produz a união perfeita com Deus, e a evitar a forma de religião em que a vida não corresponde à profissão.
É importante comparar as cartas de João com as últimas cartas de Paulo, Pedro e Judas sobre a perseguição futura. Em sua segunda carta, como na segunda carta de Paulo e a de Judas, o apóstolo adverte sobre o perigo representado pelos falsos mestres. João, que viveu os desafios que os outros três previram, escreve de uma maneira afetuosa e pastoral sobre a reação da igreja a tais desafios. Esta reação deve reafirmar a verdade básicas da fé, e enfatizar o modo de vida positivo do amor e da obediência que nasce de um relacionamento pessoal com Jesus Cristo.
A primeira carta de João é, sem dúvida, o livro mais difícil de esquematizar. Ela está cheia de pensamentos e temas recorrente, pois João retorna diversas vezes às suas ênfases sobre a comunhão com Deus, a verdade, o amor, a justiça e a fé. Esse padrão levou a maioria dos comentaristas a crer que o livro não tem um plano lógico e é marcado pela associação destas idéias básicas. Outros se esforçaram para identificar uma estrutura que eles acreditam que existe ali, mas sem sucessos convincentes.
A tentativa de discutir a teologia dos escritos joaninos dividindo-os entre as categorias tradicionais da Teologia Sistemática (ex.escatologia, pneumalogia) gera algumas distorções, pois João não organizou seu material de acordo com essas linhas. Ao contrário, ele tinha em foco central, Jesus Cristo.
Todavia, isso não quer dizer que João não fala sobre essas Disciplinas Teológicas Sistemáticas.
Ainda, assim, parece produtivo se lermos simplesmente este livro bonito e persuasivo, parágrafo por parágrafo, e pensamento por pensamento, sem a preocupação com a estrutura global. A carta de João é, antes de mais nada, pastoral e verdadeiramente devocional.
Apesar da perseguição na última parte do século I, as calorosas cartas pastorais de João chamam os cristãos a viver uma vida de amor simples e de obediência. A vida interior do homem e da mulher de Deus, era o importante para João, pois esse aspecto é responsável pelas questões mais profundas de nossas existências.
O APOSTOLO JOÃO NOS SEUS ESCRITOS
Não é difícil perceber as personalidades de Pedro e Paulo, nos seus textos do NT. Nos evangelhos, o Pedro explosivo expressava bruscamente seus primeiros pensamentos; Em atos, um Pedro maduro e cheio do Espírito dominava a história da igreja primitiva.
E Paulo falou tão abertamente dos seus sentimentos e motivações, que ás vezes somos desconcertados por suas revelações totalmente honestas.
Mas é difícil visualizarmos João. É tão humilde, que em seu evangelho não chega a mencionar o seu próprio nome. Com uma alegria silenciosa, refere-se evasivamente ao “discípulo a quem Jesus amava” (Jô 21.7).
Nós sabemos que João fazia parte do círculo íntimo de Jesus, junto com seu irmão Tiago e Pedro.
Temos conhecimento também de João ter sentado o mais próximo possível de Jesus, na última ceia.
Quando João e seu irmão Tiago, os filhos de Zebedeu, começaram a seguir a Jesus, eram aparentemente bem jovens e intempestivos. Certa vez, os discípulos estavam passando por Samaria a caminho de Jerusalém. Tiago e João foram à frente, para encontrar alojamento na vila. Quando os Samaritanos que odiavam os Judeus tanto quanto eram odiados, perceberam o grupo viajando para Jerusalém, recusaram-lhe abrigo. Furiosos, Tiago e João confrontam Jesus. “Senhor” “eles pediram,” queres que façamos cair fogo do céu para destruí-los (Lc9. 54). O apelido deles era apropriado “filhos do trovão”.
Numa outra ocasião, os discípulos viram um homem expulsando demônios em nome de Jesus, mas esse homem não era um deles.
“Procuramos impedi-lo”, disse João, “porque ele não era um dos nossos” (mc9.38). João foi novamente corrigido por Jesus porque seu zelo o impedia de entender o espirito do seu mestre.
O incidente final do evangelho (Mt 20.20-28), completa o quadro de João.
Esse João incendiário e tempestivo, apresentado nos evangelhos só vamos entender quando começamos a ler seus escritos, encontramos um homem diferente. Nos deparamos com um homem, cuja palavra favorita é amor; uma pessoa tão gentil, altruísta, e raramente menciona a sim mesmo, ou os seus sentimentos, a não ser quando se relacionam com as necessidades dos homens e mulheres a quem ministra.
Descobrimos um homem que foi transformado, demonstrou em sua própria personalidade a promessa da Bíblia, de podermos ser mudados ao contemplar a Jesus (2Co 3.12).
PROPOSITO E OCASIÃO
O propósito de I João é, claramente, advertir os leitores acerca do perigo, para a fé cristã, das atividades e ensinos de homens heréticos (4:1-5), cujo aparecimento é um sinal certo de que a "última hora" é chegada (2:18). Estes mestres herejes haviam sido membros do grupo cristão, mas não haviam sido crentes reais (2:19). Sua negação de que Jesus é o Cristo coloca-os fora da comunidade da fé e os agrupa juntamente com os "anticristos" (2:18,22; 4:3). Eles tinham o espírito do anticristo, e não o Espírito de Deus (4:1-3), e a natureza real de seus ensinos manifesta-se na negação da encarnação (4:3), na iniqüidade (1:6-10) e na falta de amor (4:7-13, 20,21). Contra estes três aspectos da heresia, João enfatiza muito fortemente as três marcas do cristianismo autêntico: Jesus é verdadeiramente o Cristo vindo na carne, obediência aos mandamentos de Deus através de Jesus Cristo e uma atitude de amor a Deus e pelo próximo.
Mas, qual o tipo de heresia contra a qual João escreve? Geralmente os estudiosos do Novo Testamento concordam que é o gnosticismo. Mas que tipo de gnosticismo? Os sistemas gnósticos desenvolvidos podem ser divididos em dois grupos básicos: docético e cerintiano. Estes emergiram como tipos definidos no segundo século e desenvolveram seu próprio corpo de doutrinas. Um elemento básico a todos os sistemas de gnosticismo, entretanto, é a idéia de que Deus, sendo o bem perfeito, não poderia ter criado o mundo físico (que é mau); portanto, o Cristo, sendo divino, não poderia ter-se encarnado. O docetismo tirou seu nome do verbo grego doke/w (dokeo: parecer) e ensinava que Jesus não foi uma pessoa real, de carne e sangue; ele era um fantasma, que apenas parecia ter substância física. Quem morreu na cruz foi Simão Cireneu. O Cristo não poderia sofrer, e não sofreu. Muitos estudiosos do Novo Testamento interpretam I João 4:2 ("...Jesus Cristo veio em carne") como uma indicação de que o gnosticismo é do tipo docético. Inácio (que morreu em c.115 d.C.) escreveu mui fortemente contra este tipo de gnosticismo (Epístola aos Esmirnenses, c.110 d.C.).
O cerintianismo tira seu nome de um certo Cerinto de Alexandria, que, tendo-se mudado para Éfeso, foi um contemporâneo de João e Policarpo. Irineu apresenta as doutrinas básicas deste tipo de gnosticismo (Ad. Haereses, I, xxvi, 1): Jesus foi o filho natural de José e Maria; o Cristo, em forma de uma pomba, desceu sobre Jesus depois de seu batismo e dominou completamente seu ser; o Cristo deixou Jesus antes do sofrimen¬to e Crucificação e voltou para Deus; Jesus morreu, ressuscitou e simplesmente desapareceu. Cerinto também insistia sobre a adoração no sábado e a circuncisão. Muitos estudiosos interpretam I João 5:5-9 como uma indicação de que o gnosticismo é do tipo cerintiano.
Ê mais provável que I João foi escrita antes que o gnosticismo tivesse desenvolvido seus sistemas de doutrina. Aquilo contra o que João escreve é a negação de que o Cristo era de fato Jesus em carne (4:1-3; 5:5-9). Há possíveis elementos de ambos os sistemas gnósticos refletidos em I João; contudo, nenhum sistema é dominante. A alegação de conhe¬cimento avançado de Deus (2:4; 4:8), o amor de Deus (4:20) e a comunhão com Deus (1:6; 2:6,9) é comum a todos os tipos. As experiências estéticas (4:1-3) e estar-se fora da contaminação do pecado (1:8-10) são básicos aos ensinos gnósticos.
O autor escreve para mostrar como alguém pode saber que está na verdade: a verdadeira teologia é que Jesus é o Filho de Deus (3:23; 5:5,10,13) e que Cristo verdadeiramente veio em carne (4:2); a ética prática para o crente é guardar os mandamentos de Deus (1:5,6; 2:23;3:5,9); e a verdadeira comunhão é demonstrada pelo amor prático (4:7-21). Foi sugerido que o autor escreveu não somente para advertir contra a heresia, mas também para apresentar alguns critérios positivos, pelos quais o leitor tivesse convicção de sua relação com Deus (McDowell, "1-2-3 João", p.193): 1) obediência, ou andar na luz (1:7; 2:3-6); 2) andar no amor de Deus para com todos os irmãos (2:9-11; 3:10,15-16; 4:7, 20; 5:1,2); 3) aceitação de Jesus Cristo e fé nele como o Filho de Deus (2:23; 4:15; 5:1-13); 4) vitória sobre o pecado (3:4-10; 5:18); 5) a presença do Espírito Santo no crente (3:24; 4:13).
João resume a epístola inteira dizendo: "Estas coisas vos escrevo, a vós que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna" (5:13). Ele escreve a cristãos, para certificá-los de que sua comunhão uns com os outros e com Deus é segura por causa de sua aceitação de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
BIBLIOGRAFIAS USADAS

-Myer pearlman, Através da Bíblia livro por livro, Cpad
-David H. Stern, Comentário Judaico do Novo Testamento, Atos.
-Lawrence Richards, Comentário Bíblico do Professor, Vida.
-Lawerence O. Richards, Comentário hist-cultural do NT,Cpad.
-F.Davidson, O Novo Comentário da Bíblia, Vida Nova
-Broadus David Hale, Introdução ao Novo Testamento, Juerp
-Biblia de Estudo Pentecostal, Cpad

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