SUBSÍDIOS 1 CORINTIOS LIÇAO 7

sábado, 15 de agosto de 2009

LIÇÃO 7
17 março de 2009
CONSIDERAÇÕES ACERCA DO CASAMENTO

TEXTO ÁUREO
“Venerado seja entre todos o matrimônio e o leite sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará” (Hb 13.4) INTRODUÇÃO Havia muitas necessidades de informações acerca do matrimônio na igreja de Corinto. O capítulo 7 foi escrito em resposta as perguntas da igreja local (7.1). Cláudio havia estabelecido uma lei que exigia que as pessoas se cassasem; todos os solteiros teriam que pagar um imposto. O governador romano estava tentando dominar as condições imorais do Império, e pensou que uma maneira de fazer isto era estabilizar a situação da família. Também os judeus achavam uma desgraça uma mocinha de quinze anos ou um jovem acima de vinte não serem casados. A pergunta da igreja em Corinto foi: “É certo um cristão (especialmente um homem) não se casar?”. A resposta a esta e outras considerações acerca do casamento que vamos tratar nesta lição
I. CASAR OU NÃO CASAR? Deve-se observar que Paulo não usa o comparativo aqui. Também em 7:6, vê-se que esta é a opinião de Paulo, e não uma ordem expressa do Senhor. Devido à prevalência da fornicação por toda parte em Corinto, seria melhor, diz Paulo, pelo testemunho da igreja, que os homens se casassem. Casar ou não casar, contudo, deve ser determinado, procurando-se a vontade de Deus em cada caso (7:7). Para Paulo, o companheirismo que em Cristo tinha com os demais crentes satisfazia plenamente a necessidade humana de companhia, a que o casamento normalmente supre. Com efeito, ficava mais do que satisfeita, porque para o apóstolo o companheirismo cristão ou espiritual era até mesmo mais profundo do que o casamento. Contudo, reconhece que "por causa da tentação para a imoralidade" (2) existente numa cidade pagã como Corinto, havia fortes razões pelas quais seus sentimentos pessoais nessa questão deviam ser desatendidos. Paulo, aqui, não faz um conceito menos digno do matrimônio. Está escrevendo na contextura de um estado de coisas existente. O que ele diz deve ser interpretado dentro dessa contextura. Passa a dar conselho concernente ao estado matrimonial. Um homem e uma mulher ligados pelo casamento têm o dever de atentar para as necessidades um do outro. Um falso ascetismo pode realmente dar oportunidade a Satanás de levar um ou outro ao pecado. Isto vos digo como concessão (6). Na ARC se lê "por permissão". Não quer ele dizer que tem permissão, porém não mandamento, do Espírito para dizer isto; senão que sua sugestão, para que os homens e as mulheres se casem, não deve ser vista como ordem, e sim apenas como permissão. Seu verdadeiro desejo é declarado no vers. 7. Contudo aqui novamente ele observa que os homens e as mulheres têm capacidades e dons variados, de modo que ele seria o último a julgar um irmão ou a insinuar, por pouco que fosse, sua própria superioridade. É melhor casar do que viver abrasado (7.9). O apóstolo declara aqui graus de moralidade cristã - é melhor casar, porém o melhor é ficar solteiro, de modo à pessoa poder dedicar-se inteiramente a Cristo. Daí teólogos católicos terem elaborado a teoria do "padrão duplo", isto é, um padrão para os cristãos comuns, e outro para os "experimentados". O sistema monástico nasce desta concepção. O ponto de vista evangélico de Cristianismo prefere não fazer tal distinção, porque ela conduz inevitavelmente à crença de que os "religiosos" adquirem méritos, o que é contrário ao princípio básico da redenção, como compreendido pelos evangélicos. Embora não se negue que o sistema monástico tem levado alguns dos seus membros a um grau elevado de santidade e à realização de obras admiráveis por Cristo, a opinião evangélica é que, apuradas as contas, o sistema resvala para o lado oposto. O fato de a Igreja Romana ensinar abertamente haver méritos no monasticismo parece justificar a opinião evangélica sobre esta matéria. Embora não tenhamos que hesitar em dizer com Paulo que certo modo de agir é superior espiritualmente a outro, devemos evitar a sistematização e a formação de institutos de gente "superior". A discussão destes assuntos constitui o escopo da teologia moral e ascética.
II. MANDAMENTO DIVINO CONTRA O DIVÓRCIO (1 CO 7.10-11) O apóstolo declara, em termos categóricos, que o voto do matrimônio vigora por toda a vida. E tem o cuidado de lembrar aos coríntios o ensino de Cristo sobre esta questão. A mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case)... o marido não se aparte de sua mulher (pensando em casar com outra). O apóstolo interpreta o ensino de nosso Senhor, portanto, como permitindo a separação, porém não o divórcio.
1-O QUE DEUS AJUNTOU, NÃO SEPARE O HOMEM. Certa feita chegou ao pé de Jesus os fariseus, tentando-o como de costume e perguntando lhe: é lícito ao homem se divorciar de sua esposa por qualquer motivo? Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: “Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea... Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.” “Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”(Mc 10.9e Mt 19.6).Este provérbio de Jesus é um dos mais citados em cerimônias de casamento, não obstante é um dos menos lembrados quando os problemas conjugais surgem. Este dito representa o resumo do pensamento de Jesus sobre o casamento. Ocorre tanto em Marcos como em Mateus como a declaração final de Jesus sobre o assunto. No casamento temos uma obra de Deus e portanto o ser humano não tem autoridade nem direito para destruí-la. Captar a lição deste provérbio é fácil: ajuntar é ação de Deus, não separa é a responsabilidade do seres humanos – sejam eles os envolvidos no casamento, sejam terceiros. Como em outros casos de paralelismo antitético, a ênfase está na segunda frase do par que compõem o provérbio: “... não separe o homem.
DEIXANDO O DEBATE E FICANDO COM A VERDADE A questão sobre o divórcio foi formulada com a intenção de testar Jesus (Mc 10.1-12). O alvo era desacreditar e condenar Jesus com susas próprias palavras. Eles esperavam um posicionamento que favorecessem uma das duas escolas rabínicas antagônicas nestes assuntos. O rabino Shammai e sua escola ensinavam que o único motivo para o divórcio era a infidelidade. O rabinho Hillel e seus discípulos afirmavam que qualquer motivo que o marido tivesse daria base para o divórcio. A surpresa, porém, veio quando Jesus não se deixou envolver na artimanha, mas estabeleceu princípios maiores e anteriores aos debates pelos “grandes” rabinos judaicos. Sem duvida, o ponto de vista mais praticado era o de Hillel, o menos exigente. Jesus chegou a resultados diferentes por ter usado uma base de raciocínio completamente diferente. Os estudiosos judeus baseavam-se naquilo que Moisés permitiu; Jesus, naquilo que Deus planejou. Os primeiros tentavam esticar ao máximo uma concessão, mas o último buscava atingir o desejo de Deus. A única passagem bíblica que eles podiam lembrar nesta questão era Dt 24.1-4, que falava do que fazer quando ocoresse um divórcio; Jeus, porém, foi à origem da instituição do casamento em Gn 2.22-24. Assim como na questão do sábado(Mc 2.23-28), Jesus volta até a criação e busca a intenção original de Deus para o casamento(Mc 10.2-8). Jesus deixa o debate e fixa-se na verdade original subjacente à que era a “ coisa indecente” que permitiria o divórcio. Jesus fixou-se no plano de Deus para o casal.
JESUS COM MOISÉS Estava Jesus contradizendo Moisés: Sim e não. Jesus não contradiz Moisés visto que este último falava por Deus. Jesus estava contradizendo, sim, a maior parte do judaísmo de seu tempo, que tomava por certo o processo de divórcio. Moisés e a Lei não estavam querendo que houvesse divórcio, mas o propósito da Lei de Deuteronômio sobre o assunto era o de restringir e regulamentar uma prática errada que existia. A lei de Dt 24.1-4 está no formato das chamadas leis casuísticas, ou seja, uma lei baseada em um caso. A forma desta lei se percebe pelas frases condicionais, iniciadas por “se”. “Se um homem casar...e se a esposa não for agradável...e se lavar carta de divórcio... e se ela casar com outro...e se este segundo divorciar dela...ou se este vier a morrer...então não poderá voltar ao primeiro marido”. A lei vem depois do “então”. Tudo que vem antes só estabelece o caso, mas não é necessariamente a vontade de Deus. Observe a lei de Dt 2.28-29 que trata de relações pré-conjugais entre um homem e uma moça e um casamento compulsório. Isto não quer dizer que o Velho Testamente aprove relações pré-conjugais, mas uma vez que ocorressem, havia legislação para o caso. É exatamente isto que ocorre no caso da lei do divórcio. Ela não era a aprovação divina sobre a prática do divórcio, mas uma regulamentação que restringia o seu uso. Na verdade, Dt 24.1-4 diz: “Se você divorciar de sua esposa ela não voltará mais para você”. No Velho Testamento, Deus deixou que um profeta dissesse qual sua opinião sobre o assunto: “Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio...(Malaquias 2.16). De forma que não há contradição entre Jesus e Moisés. “Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”( Mc 10.9) é expressão que preserva a vontade de Deus e a Lei de Moisés.
JESUS CONTRA MOISÉS Por outro lado, podemos afirmar que sim, há contradição entre Jesus e Moisés? Não que Jesus diga que Moisés está errado, ou que aquela lei foi idéia humana, mas sim que chegou aquele que é maior que Moisés, que veio mudar e aumentar a exigência divina sobre a humanidade. A mudança de regulamento não foi feita pela criação de uma nova lei, mas sim pela restauração da primeira lei de Deus sobre o matrimônio, a lei da criação: “Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”(Mc10.9). Jesus, ao usar este provérbio, leva a sério o comentário mosaico sobre o casamento, que diz que os dois tornam-se um(Gn 2.24). Jesus está afirmando que é Deus que ajunta o casal e não são mera convenção social. A idéia de ajuntar aqui traz a idéia de colocar sob o mesmo jugo, em parceria. Quem exerce esta prerrogativa é Deus. Desta forma, o provérbio de Jesus: “Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”(Mc 10.9), afirma que Deus não quer que a obra Dele seja destruída. Divórcio é pecado. Jesus proíbe a separação do casal, mas o que ele está é proibindo o divórcio. “ Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”(Mc 10.9) é um conselho para os homens agirem de acordo com a vontade de Deus. O que Deus faz, Ele sempre faz bem. Logo, Deus não precisa deste verso para lembrar do que fazer nos casamentos humanos. Mas este provérbio vem a nós homens, mostrando-nos como agir dentro da vontade divina. Separar um casal é pecado, pois estamos indo contra a obra de Deus, contra este provérbio de Jesus, tentando inutilmente desfazer uma união que Deus fez. OS DISCÍPULOS Embora a questão com os fariseus terminassem com este provérbio como resposta, os discípulos de Jesus, acostumados com outros costumes na sua sociedade voltaram a questionar Jesus sobre este assunto, em casa. Certamente eles estranharam o ensino sobre a indissolubilidade do casamento e queriam saber mais. A resposta de Jesus, então, foi simples e direta como um exercício de matemática (Mc 10.10-12) Divórcio + novo+casamento = adultério Não há escapatória, o “divórcio é o sacramento do adultério”(Guichard).Por isso, “ Uma péssima reconciliação é preferível a um bom divorcio” (Miguel de Cervantes). Jesus, como Malaquias (Malaquias 2.10-16), não admite o divórcio. Qualquer tentativa de separar-se do cônjuge e casar de novo é adultério (Lucas 16.18).
NÃO EXITE EXECÃO A redação que o apóstolo e evangelista Mateus dá ao evento é um pouco diferente da que encontramos em Marcos, mas o resultado e o significado final é o mesmo. As diferentes maneiras dos evangelistas se expressarem, muitas vezes eram devidas aos diferentes públicos para os quais eles escreviam. O público de Mateus conhecia com detalhes os debates rabínicos sobre a questão do “motivo” para o divórcio e por isso, em Mateus a questão está em forma plena: “ É lícito ao marido repudiar sua mulher por qualquer motivo?”. A questão em Marcos omite a questão do motivo, tão cara ao público judaico, mas sem significado especial para as igrejas de Roma. Assim, Mateus pode e precisa explicar detalhes que Marcos não tem necessidade de fazer. Mateus inverte a ordem do diálogo encontrada no evangelho de Marcos. Mateus também omite o fato das explicações mais detalhadas sobre o divórcio e o adultério terem sido dadas aos doze por causa de suas dúvidas.Mateus, contudo, acrescenta observações sobre a castidade e o autocontrole que Marcos não menciona (Mt 19.1-9) Como já dissemos boa parte destas modificações são questões de estilo ou de adaptação da mensagem ao público,com o alvo de resguardar com perfeição o significado original do ensino de Jesus para todos. A diferença mais controvertida entre Marcos e Mateus é a chamada “exceção” que não proíbe o divórcio em caso de relações sexuais ilícitas(Mt 19.9). Esta exceção tem sido alvo de intermináveis discórdias, a ponto de não haver muita diferença entre a controvérsia moderna e a controvérsia das escolas rabínicas do tempo de Jesus. Todos os rabinos discutiam sobre o motivo “certo” para o divórcio; para fazer algo errado, ou seja, o pecado do divórcio. O fato é que a exceção “ por causa de relações sexuais ilícitas” só se encontra no evangelho de Mateus. Marcos e Lucas e Paulo citam estes ensinos de Jesus sobre o casamento e o divórcio e não fazem sequer menção deste assunto tratado na exceção. Isto indica fortemente na direção que esta exceção tratava de algum assunto de grande significado para os judeus, mas sem relevância para as igrejas de outras etnias e culturas. Se a cláusula de exceção estivesse afirmando que um adultério de u dos cônjuges é causa de divórcio, deveríamos esperar que tal exceção fosse divulgada entre todas as igrejas antigas, pois a infidelidade conjugal poderia ocorrer em qualquer cultura. Mas de fato, a frase “ por causa de relações sexuais ilícitas” só ocorre em Mateus porque fala de algo que era muito importante deixar claro aos judeus: Jesus considerava o casamento indissolúvel, exceto em caso do casamento ser um casamento ilícito. O caso do rapaz casado com a mulher de seu pai é uma ilustração perfeita deste princípio, e que precisava ser salvaguardado no discurso de Jesus( 1 Co 5.1). Assim como Mateus é o único objetivando não ferir as susceptibilidades judaicas, assim também ele é o único que, ao afirmar a indissolubilidade do casamento, mostra que ela não se aplica aos casamentos proibidos, ou às relações sexuais ilícitas (Lv 18.1-18). Nesta mesma questão temos 1 Co 7.10-11 um comentário inspirado das palavras do Senhor Jesus: “ Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido(se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher”. Vemos que Paulo concorda com o provérbio: “ O que Deus ajuntou não separe o homem”.
Bibliografias usadas:
-Alvaro César Pestana –Provérbios do Homem-Deus;editora vida cristâ -Elinaldo Renovato – A família cristã nos dias atuais; Cpad. -David Tavares Duarte – Orientações práticas para um Casamento Feliz,;Cpad. - F. Davidson - O Novo Comentário da Bíblia, Vida Nova. -Autores diversos – casamento, União divina -Severino Pedro da Silva – Série Comentário Bíblico, Cpad. -David H. Stern - Comentário Judaico do Novo Testamento, Atos. - Broadus-David-Hale – Introdução ao Estudo do Novo Testamento, Juerp

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