A DISCIPLINA DA MEDITAÇÃO

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A DISCIPLINA DA MEDITAÇÃO

“A verdadeira contemplação não é um truque psicológico mas uma graça teológica.”
- Thomas Merton

Na sociedade contemporânea nosso Adversário se especializa em três coisas: ruído, pressa e multidões. Se ele puder manter-nos ocupados com “grandeza” e “quantidade”, descansará satisfeito. O psiquiatra C. G. Jung observou certa vez: “A pressa não é do diabo; ela é o diabo.”
Se esperamos ultrapassar as superficialidades de nossa cultura - incluindo a cultura religiosa - devemos estar dispostos a descer aos silêncios recriadores, ao mundo interior da contemplação. Em seus escritos, todos os mestres da meditação esforçam-se por despertar-nos para o fato de que o universo é muito maior do que imaginamos, que há vastas e inexploradas regiões interiores tão reais quanto o mundo físico que tão bem conhecemos. Falam das palpitantes possibilidades de nova vida e liberdade. Chamam-nos para a aventura, para sermos pioneiros nesta fronteira do Espírito. Embora possa soar estranho aos ouvidos modernos, não deveríamos envergonhar-nos de nos matricularmos como aprendizes na escola da oração contemplativa.

Concepções Errôneas Compreensíveis

Freqüentemente se indaga se é possível falar da meditação como sendo cristã.
Não é ela antes propriedade exclusiva das religiões orientais? Sempre que falo a um grupo sobre a meditação como Disciplina Cristã clássica, há o inevitável franzir de sobrolhos. “Eu pensava que os adeptos da Meditação Transcendental fossem o grupo que lidava com a meditação.” “Não venha dizer-me que nos vai dar um mantra para recitar!”

Que a meditação seja palavra tão estranha aos ouvidos do Cristianismo moderno é um lamentável comentário sobre o seu estado espiritual. A meditação sempre permaneceu como uma parte clássica e central da devoção cristã, uma preparação decisiva para a obra de oração, e adjunto dessa obra. Sem dúvida, parte do surto de interesse pela meditação Oriental se deve ao fato de as igrejas terem abandonado o campo. Quão deprimente é, para um estudante universitário que busca conhecer o ensino cristão sobre a meditação, descobrir que há tão poucos mestres vivos da oração contemplativa e que quase todos os escritos sérios sobre o assunto têm sete séculos ou mais de idade. Não é de admirar que tal estudante se volte para o zen, para a ioga ou para a meditação transcendental.

Certamente que a meditação não era coisa estranha aos autores das Escrituras.

“Saíra Isaque a meditar no campo, ao cair da tarde” (Gênesis 24.63).
“No meu leito, quando de ti me recordo, e em ti medito, durante a vigília da noite” (Salmo 63.6).

Essas eram pessoas chegadas ao coração de Deus. Deus lhes falava, não porque elas tivessem capacidades especiais, mas porque estavam dispostas a ouvir. Os Salmos, praticamente, cantam das meditações do povo de Deus sobre a lei do Senhor: “Os meus olhos antecipam as vigílias noturnas, para que eu medite nas tuas palavras” (Salmo 119.148). O salmo introdutório do Saltério inteiro chama o povo todo a imitar o homem “bem-aventurado”, cujo “prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Salmo 1.2).

Os escritores cristãos através dos séculos têm falado de um modo de ouvir a Deus, de comunicar-se com o Criador do céu e da terra, de experimentar o Amado Eterno do mundo. Pensadores tão excelentes como Agostinho, Francisco de Assis, François Fénelon, Madame Guyon, Bernardo de Clairvaux, Francisco de Sales, Juliana de Norwich, Irmão Lawrence, George Fox, John Woolman, Evelyn Underhill, Thomas Merton, Frank Laubach, Thomas Kelly e muitos outros falam deste caminho mais excelente.

A Bíblia diz que João, ao receber sua visão apocalíptica (Apocalipse 1.10), encontrava-se “em espírito, no dia do Senhor”. Dar-se-ia o caso de João ser treinado numa forma de ouvir e ver, da qual nos temos esquecido? R. D. Laing escreve: “Vivemos em um mundo secular. ... Há uma profecia no livro de Amós, de um época futura e que haverá fome na terra, 'não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor'. Esse tempo chegou. É a época presente.”

Tenhamos a coragem de unir-nos à tradição bíblica e uma vez mais aprender a antiga (não obstante contemporânea) arte da meditação. Que nos juntemos ao salmista e declaremos: “Eu, porém, meditarei nos teus preceitos” (Salmos 119.78).

Há, também, os que acham que a idéia cristã da meditação é sinônima do conceito de meditação centrada na religião Oriental. Em realidade, trata-se de mundos separados. A meditação Oriental é uma tentativa para esvaziar a mente; a meditação cristã é uma tentativa para esvaziar a mente a fim de enchê-la. As duas idéias são radicalmente diferentes.

Todas as formas orientais de meditação acentuam a necessidade de afastamento do mundo. Há ênfase sobre perder a personalidade e a individualidade e fundir-se com a Mente Cósmica. Há um anseio por libertar-se dos fardos e sofrimentos desta vida e ver-se colhido na felicidade que não requer esforço, suspensa, do Nirvana. A identidade pessoal perde-se numa fusão de consciência cósmica. A separação, o desligamento, é a meta final da religião Oriental. É um escape da roda miserável da existência. Não há Deus ao qual ligar-se ou de quem ouvir.

Zen e Ioga são formas populares deste método. A meditação transcendental tem as mesmas raízes budistas, mas em sua forma Ocidental é algo aberrante. Em sua forma popular, a MT é meditação para os materialistas. Não há necessidade da mínima crença no reino espiritual para praticá-la. É meramente um método de controlar as ondas cerebrais a fim de melhorar o bem-estar fisiológico e emocional. As formas mais avançadas de MT envolvem, de fato, a natureza espiritual, e então ela assume exatamente as mesmas características de todas as demais religiões orientais.

A meditação cristã vai muito além da noção de separação. Há necessidade de separação - “sabat de contemplação”, como diz Pedro de Celles, do século XII.

Mas devemos prosseguir buscando a união. O afastamento da confusão toda que nos cerca é para que tenhamos uma união mais rica com Deus e com os demais seres humanos. A meditação cristã leva-nos à inteireza interior necessária para que nos entreguemos livremente a Deus, e também leva-nos à percepção espiritual necessária para atacar os males sociais. Neste sentido, é a mais prática de todas as Disciplinas.

Há o perigo de pensar somente em termos de afastamento, conforme indicou Jesus ao contar a história do homem que se esvaziara do mal mas não se enchera do bem. “Quando o espírito imundo sai do homem... Então vai, e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior que o primeiro” (Lucas 11.24-26).

Alguns se afastam da meditação, receosos de que ela seja por demais difícil e complicada. Seria melhor deixar ao profissional que tem mais tempo explorar as regiões interiores? Absolutamente, não. Os especialistas reconhecidos neste campo nunca relatam que estão numa viagem somente para os poucos privilegiados, os gigantes espirituais. Eles ririam de tal idéia. Eles achariam ser o que estavam fazendo uma atividade humana natural - tão natural, e tão importante, quanto respirar. Dir-nos-iam que não temos necessidade de nenhum dom especial nem de poderes psíquicos. Tudo o que teríamos de fazer seria disciplinar e treinar as faculdades latentes que há dentro de nós. Qualquer pessoa capaz de abrir o poder da imaginação pode aprender a meditar. Se formos capazes de dar ouvidos a nossos sonhos, já estaremos dando os primeiros passos. Thomas Merton, que devia conhecer o assunto, escreveu: “A meditação é realmente simples; não há muita necessidade de elaborar técnicas que nos ensinem como proceder a respeito.”

Assim, pois, para que não nos extraviemos, devemos entender que não estamos nos engajando nalguma obra petulante, leviana. Não estamos solicitando o concurso de algum camareiro cósmico. O negócio é sério e até mesmo perigoso. Ele deveria demandar de nós o melhor que temos de pensamento e de energias. Ninguém deveria empreender a meditação meramente por derivativo ou porque outros a estejam praticando. Os que nela entram com tibieza, certamente vão falhar. P. T. Rorhbach escreveu: “A melhor preparação geral para a meditação bem-sucedida é uma convicção pessoal de sua importância e uma firme determinação de perseverar na prática.” Como qualquer trabalho sério, ela é mais difícil nas fases de aprendizado; uma vez que nos tornamos peritos - artífices - ela passa a fazer parte de nossos padrões de hábitos estabelecidos. “Esperar em Deus não é ociosidade”, disse Bernardo de Clairvaux, “mas trabalho maior que qualquer outro trabalho para quem não estiver habilitado.”

Há, também, os que consideram o caminho da contemplação como carente de sentido prático e totalmente fora de contato com o século vinte. Há o receio de que ela produza o tipo de pessoa que Dostoievski imortalizou em seu livro Os Irmãos Karamazov, o ascético Padre Ferapont: um homem rígido, farisaico, que por ingente esforço liberta-se do mundo, e então invoca maldições sobre este. Na melhor das hipóteses, tal meditação conduziria a outra mundanalidade insalubre que nos mantém imunes ao sofrimento da raça humana.

Tais avaliações deixam muito a desejar. Em realidade, a meditação é a única coisa que pode suficientemente reorientar nossas vidas de sorte que passamos lidar exitosamente com a vida humana. Thomas Merton escreveu: “A meditação não terá nenhum objetivo e nenhuma realidade a menos que esteja firmemente arraigada na vida.” Historicamente, nenhum grupo acentuou a necessidade de entrar nos silêncios para ouvir, mais do que os quacres; o resultado tem sido um impacto social vital que excede de muito o número dos quacres. Os próprios contemplativos eram homens e mulheres de ação. Meister Eckhart escreveu: “Ainda que a pessoa se encontrasse em arrebatamento como S. Paulo e soubesse de alguém necessitado de alimento, melhor faria alimentando essa pessoa do que permanecendo em êxtase.”

Com freqüência a meditação produzirá discernimentos profundamente práticos, quase mundanos. Advirá instrução sobre como relacionar-se com a esposa ou com o marido, sobre como lidar com este problema delicado ou com aquela situação de negócio. Mais de uma vez tenho recebido orientação sobre qual atitude tomar quando prelecionando numa sala de aula de faculdade. É maravilhoso quando uma meditação especial leva ao êxtase, mas é muito mais comum receber orientação no trato com problemas humanos comuns. Morton Kelsey disse:

“O que fazemos com nossas vidas exteriormente, o bom cuidado que dispensamos aos outros, é tanto parte da meditação quanto aquilo que fazemos na quietude e volta para o interior. Em realidade, a meditação cristã que não produz diferença na qualidade de vida exterior do indivíduo está em curto-circuito.

Pode brilhar por um momento, mas a não ser que ela resulte no encontro de relacionamentos mais ricos e mais amoráveis com outros seres humanos ou na mudança das condições do mundo que causam sofrimento, as possibilidades são de que a atividade de oração do indivíduo falhará.”

Talvez a mais comum de todas as concepções errôneas é considerar a meditação como uma forma religiosa de manipulação psicológica. Ela pode ter valor em fazer baixar nossa pressão sangüínea ou em aliviar a tensão. Ela pode até proporcionar-nos introspecções significativas ajudando-nos a entrar em contato com nossa mente subconsciente. Mas a idéia de contato e comunhão reais com uma esfera espiritual de existência parece anticientífica e fantasiosamente irracional. Se você acha que vivemos em um universo puramente físico, considerará a meditação como um bom meio de obter um consistente padrão de onda cerebral alfa. (A meditação transcendental tenta projetar exatamente esta imagem, o que a torna altamente apelativa para homens e mulheres seculares modernos.) Se, porém, você acredita que vivemos em um universo criado pelo Deus pessoal e infinito que tem prazer em nossa comunhão com ele, você verá a meditação como comunicação entre o Amante e o amado. Conforme disse Alberto, o Grande: “A contemplação dos santos é inspirada pelo amor do contemplado: isto é, Deus.”

Esses dois conceitos são completamente opostos. Um confina-nos a uma experiência totalmente humana; o outro lança-nos a um encontro divino-humano.

Um fala da exploração do subconsciente; o outro, de “descansar naquele a quem temos encontrado, que nos ama, que está perto de nós, que vem a nós e nos atrai para si.” Ambos parecem religiosos e até usam jargão religioso, mas o primeiro não pode, em última instância, encontrar lugar para a realidade espiritual.

Como, pois, chegamos a crer em um mundo do espírito? Mediante fé cega? De maneira nenhuma. A realidade interior do mundo espiritual está ao alcance de todos quantos estão dispostos a buscá-la. Com freqüência tenho descoberto que aqueles que tão gratuitamente difamam o mundo espiritual nunca tomaram dez minutos para investigar se tal mundo realmente existe ou não. Como qualquer outro trabalho científico, formulamos uma hipótese e a experimentamos para ver se é verdadeira ou não. Se nosso primeiro experimento falha, não nos desesperamos nem rotulamos de fraudulento todo o negócio. Reexaminamos nosso procedimento, talvez ajustemos nossa hipótese, e experimentamos de novo.

Deveríamos, pelo menos, ter a honestidade de perseverar nesta obra no mesmo grau que perseveraríamos em qualquer campo da ciência. O fato de que tantos se mostram indispostos a fazê-lo revela, não sua inteligência, mas seu preconceito.

Desejando a Voz Viva de Deus

Há ocasiões em que tudo dentro de nós diz “sim” a estas linhas de Frederick W. Faber:

“Sentar apenas e pensar em Deus,
Oh, que alegria é!
Pensar o pensamento, respirar o Nome;
Maior felicidade não tem a terra.”

Mas os que meditam sabem que a mais freqüente reação é a inércia espiritual, frieza e falta de desejo. Os seres humanos parece ter uma tendência perpétua de que alguém fale com Deus por eles. Contentamo-nos em receber a mensagem de segunda mão. No Sinai, o povo clamou a Moisés: “Fala-nos tu, e te ouviremos; porém não fale Deus conosco, para que não morramos” (Êxodo 20.19). Um dos erros fatais de Israel foi sua insistência em ter um rei humano em vez de descansar no governo teocrático de Deus. Podemos perceber uma nota de tristeza na palavra do Senhor: “Mas [rejeitaram] a mim, para eu não reinar sobre eles” (1 Samuel 8.7). A história da religião é a história de um esforço quase desesperado de ter um rei, um mediador, um sacerdote, um intermediário. Deste modo não precisamos, nós mesmos, de ir a Deus. Tal método poupa-nos a necessidade de mudar, pois estar na presença de Deus é mudar. Esta forma é muito conveniente porque ela nos dá a vantagem da respeitabilidade religiosa sem exigir transformação moral. Não temos necessidade de observar muito de perto o cenário de nosso país para perceber que ele está fascinado pela religião do mediador.

É por isto que a meditação nos é tão ameaçadora. Ousadamente ela nos convida a entrar na presença viva de Deus por nós mesmos. Ela diz que Deus está falando no presente contínuo e deseja dirigir-se a nós. Jesus e os escritores do Novo Testamento deixam claro que isto não é apenas para os profissionais da religião - os sacerdotes - mas para todos. Todos quantos reconhecem a Jesus Cristo como Senhor são o sacerdócio universal de Deus e como tal podem entrar no Santo dos Santos e conversar com o Deus vivo.

Parece tão difícil levar as pessoas a crer que elas podem ouvir a voz de Deus.

Membros da igreja do Salvador, em Washington, D. C., vêm fazendo experiências neste campo por algum tempo. Concluem eles: “Pensamos que somos gente do século vinte e do século vinte e um; não obstante, temos insinuações de que é possível receber instruções tão claras quanto aquela dada a Ananias. ... 'Dispõe-te e vai à rua que se chama Direita'.” Por que não? Se Deus está vivo e ativo nos negócios humanos, por que não pode sua voz ser ouvida e obedecida hoje? Ela pode ser e é ouvida por todos quantos o conhecem como presente Mestre e Profeta.
Como recebemos o desejo de ouvir sua voz? “Este desejo de voltar-se para Deus é um dom da graça. Quem imagina que pode simplesmente começar a meditar sem orar pelo desejo e pela graça de assim fazê-lo, logo desistirá. Mas o desejo de meditar, e a graça de começar a meditar, deveriam ser tomados como uma promessa implícita de mais graças.” Buscar e receber esse “dom da graça” é a única coisa que nos manterá caminhando em direção da jornada interior.

Preparando-se para Meditar

É impossível aprender, através de um livro, a arte de meditar. Aprendemos a meditar, meditando. Contudo, sugestões simples no tempo certo podem produzir uma imensa diferença. As sugestões práticas e os exercícios de meditação nas páginas seguintes são dados na esperança de que possam ajudar na prática real da meditação. Não são leis nem tencionam limitar o leitor; são, antes, umas poucas das muitas janelas que dão para o mundo interior.

Quando se atingiu certa proficiência na vida interior, é possível praticar a meditação quase em toda parte e em qualquer circunstância. O Irmão Lawrence no século dezessete e Thomas Kelly no século vinte dão eloqüente testemunho desse fato. Tendo dito isso, porém, devemos ver a importância tanto para os principiantes como para os proficientes de reservar um parte de cada dia para a meditação formal. Se milhares incontáveis podem tomar vinte minutos duas vezes por dia para recitar um mantra, não deveríamos ter menor dedicação de estabelecer momentos para meditação.

Uma vez convencidos de que necessitamos separar momentos específicos para a contemplação, devemos prevenir-nos contra a noção de que praticar certos atos religiosos em determinadas horas significa que estamos finalmente meditando.

Esta é uma obra para a vida toda. É um trabalho de vinte e quatro horas por dia. A oração contemplativa é um modo de vida. “Orai sem cessar”, exortou Paulo (1 Tessalonicenses 5.17). Com um toque de humor Pedro de Celles observou que “aquele que ronca na noite do vício não pode conhecer a luz da contemplação”.

É preciso, pois, que cheguemos a ver o quanto é central o todo de nosso dia em preparar-nos para momentos específicos de meditação. Se estivermos constantemente entusiasmados com atividade frenética, não poderemos estar atentos nos instantes de silêncio interior. Uma mente perseguida e fragmentada por assuntos externos dificilmente está preparada para a meditação. Os Pais da igreja freqüentemente falavam do Otium Sanctum: “ócio santo”. Isso quer dizer um senso de equilíbrio na vida, uma capacidade de estar em paz durante as atividades do dia, uma capacidade de descansar e separar tempo para desfrutar da beleza, uma capacidade de regular nosso próprio passo. Com nossa tendência para definir as pessoas em termos do que elas produzem, faríamos bem em cultivar o “ócio santo” com determinação no que tange às agendas de nossas entrevistas.

E quanto a um lugar para meditação? Isto será discutido em detalhe ao tratarmos da Disciplina da solitude; por ora, bastam umas poucas palavras. Procure um lugar calmo e livre de interrupção. Sem telefone por perto. Se possível, um lugar entre árvores e plantas. É melhor ter um lugar certo em vez de andar à cata de um local diferente cada dia.

Que dizer da postura? Em certo sentido a postura não faz diferença alguma; você pode orar em qualquer parte, em qualquer momento, e em qualquer posição. Noutro sentido, porém, a postura é de máxima importância. O corpo, a mente e o espírito são inseparáveis. A tensão do espírito é telegrafada em linguagem corporal. Tenho realmente visto pessoas passarem todo um culto de adoração mascando chiclete, sem a mais leve consciência da profunda tensão em que se encontram. Não somente a postura exterior reflete o estado interior, como também pode ajudar a nutrir a atitude interior de oração. Se interiormente estamos fragmentados com distrações e ansiedade, uma postura de paz e descontração, conscientemente escolhida, terá a tendência de acalmar nosso turbilhão interior.

Não há “leis” que prescrevam uma postura correta. A Bíblia contém de tudo, desde jazer prostrado no chão até estar em pé, com as mãos e a cabeça erguidas para os céus. A posição de lótus das religiões orientais é simplesmente outro exemplo - não uma lei - de postura. O melhor método seria encontrar uma posição com o máximo de conforto e com o mínimo de distração. O excelente místico do século catorze, Ricardo Rolle, preferia estar sentado, “... porque eu sabia que eu... permaneceria mais tempo... do que andando, ou em pé, ou ajoelhado.

Porque sentado estou muitíssimo à vontade, e meu coração muitíssimo elevado”.

Concordo perfeitamente, e acho melhor sentar-me numa cadeira, com as costas corretamente posicionadas na cadeira e ambos os pés apoiados no chão. Sentar-se com o corpo curvado indica desatenção e o cruzar das pernas restringe a circulação do sangue. Coloque as mãos sobre os joelhos, com as palmas voltadas para cima, num gesto de receptividade. Às vezes é bom fechar os olhos a fim de afastar as distrações e concentrar a atenção no Cristo vivo. Outras vezes é útil ponderar sobre um quadro do Senhor ou olhar lá fora as lindas árvores e plantas com a mesma finalidade. Sem levar em conta como se faz, o objetivo é concentrar a atenção do corpo, as emoções, a mente e o espírito na “glória de Deus na face de Cristo” (2 Coríntios 4.6).

Como Meditar – Primeiros Passos

Entra-se com muito maior facilidade no mundo interior da meditação pela porta da imaginação. Deixamos hoje de avaliar seu profundo poder. A imaginação é mais forte do que o pensamento conceitual e mais forte do que a vontade. No Ocidente, nossa tendência para endeusar os méritos do racionalismo - e ele tem mérito, sim - tem-nos levado a ignorar o valor da imaginação.

Alguns raros indivíduos talvez possam exercer a contemplação num vazio sem imagens, mas a maior parte de nós sentimos necessidade de estar mais profundamente arraigados nos sentidos. Jesus ensinou assim, fazendo constante apelo para a imaginação e para os sentidos. No seu livro Introdução à Vida Devota, Francisco de Sales escreveu:

“Por meio da imaginação confinamos nossa mente ao mistério sobre o qual meditamos, para que ela não vagueie de um lado para o outro, assim como engaiolamos um pássaro ou prendemos um falcão com sua própria correia de sorte que ele possa descansar na mão. Talvez alguém lhe diga que é melhor usar o simples pensamento de fé e conceber o assunto de uma maneira inteiramente mental e espiritual na representação dos mistérios, ou então imaginar que as coisas ocorrem em sua própria alma. Este método é sutil demais para principiantes.”

Devemos, simplesmente, convencer-nos da importância de pensar e experimentar por meio de imagens mentais. Quando crianças, isto nos vinha tão espontaneamente, mas agora, durante anos temos sido treinados a deixar de lado a imaginação, e até mesmo a temê-la. Em sua autobiografia, C. G. Jung descreve quão difícil lhe foi humilhar-se e uma vez mais jogar os jogos de imaginação de uma criança, e fala do valor dessa experiência. Assim como as crianças precisam aprender a pensar com lógica, os adultos necessitam redescobrir a realidade mágica da imaginação.

Inácio de Loyola em sua obra Exercícios Espirituais constantemente incentivava seus leitores a visualizar as histórias do Evangelho. Todo exercício de contemplação que ele deu destinava-se a abrir a imaginação. Ele chegou a incluir uma meditação intitulada “aplicação dos sentidos”, que é uma tentativa de ajudar-nos a utilizar os cinco sentidos quando retratamos os acontecimentos do Evangelho. Seu pequeno volume de exercícios de meditação, com ênfase sobre a imaginação, causou tremendo impacto para o bem no século dezesseis.

É bom começar o aprendizado da meditação com os sonhos, uma vez que isto envolve pouco mais do que prestar atenção a algo que já estamos fazendo.

Durante quinze séculos os cristãos, em esmagadora maioria, consideraram os sonhos como um meio natural pelo qual o mundo do espírito irrompia em nossas vidas. Kelsey, autor de Dreams: The Dark Speech of the Spirit (Sonhos: A Linguagem Obscura do Espírito), observa: “... todos os grandes Pais da igreja primitiva, de Justino Mártir a Ireneu, de Clemente e Tertuliano a Orígenes e Cipriano, criam que os sonhos eram um meio de revelação.”

Com o racionalismo da Renascença veio certo cepticismo a respeito dos sonhos.
Então, nos dias formativos do desenvolvimento da psicologia, Freud acentuou principalmente o aspecto negativo dos sonhos, visto que ele trabalhou quase inteiramente com doenças mentais. Daí que os homens e as mulheres modernos revelaram tendência para ignorar totalmente os sonhos, ou recear que o interesse por eles redundaria em neurose. Não há necessidade de ser assim; e, de fato, se atentarmos bem, os sonhos podem ajudar-nos a encontrar mais maturidade e saúde.

Se estivermos convencidos de que os sonhos podem ser uma chave que abre a porta do mundo interior, podemos fazer três coisas práticas. Em primeiro lugar, podemos orar especificamente, pedindo a Deus que nos informe através de nossos sonhos. Devemos dizer-lhe de nossa disposição de permitir que ele nos fale deste modo. Ao mesmo tempo, é prudente orar pedindo proteção, uma vez que o abrir-nos à influência espiritual pode ser perigoso assim como proveitoso.

Simplesmente pedimos a Deus que nos cerque com a luz de sua proteção à medida que ele assiste nosso espírito.

Em segundo lugar, deveríamos começar a registrar nossos sonhos. As pessoas não se lembram dos seus sonhos porque não lhes prestam atenção. Manter um diário de nossos sonhos é uma forma de levá-los a sério. É, naturalmente, tolice considerar todo sonho como profundamente significativo ou como alguma revelação de Deus. Maior tolice ainda é considerar os sonhos como apenas caóticos e irracionais. No registro dos sonhos começam a surgir certos padrões e discernimentos. Em pouco tempo é-nos fácil distinguir entre sonhos significativos e os que resultam de ter visto o último espetáculo da noite anterior.

Isto conduz à terceira consideração - como interpretar os sonhos. O melhor meio de descobrir o significado dos sonhos é pedir. “Nada tendes, porque não pedis” (Tiago 4.2). Podemos confiar em que Deus trará discernimento se e quando for necessário. Às vezes convém consultar os especialistas nessas questões.

Benedict Pererius, que viveu no século dezesseis, sugere que o melhor intérprete dos sonhos é a “... pessoa muito experimentada no mundo e nos negócios da humanidade, com um amplo interesse em tudo quanto é humana, e aberta à voz de Deus”.

Como Meditar – Exercícios Específicos

Há uma progressão na vida espiritual. Não é prudente apetrechar-se para galgar o monte Everest antes de ter tido alguma experiência em picos mais baixos. Por isso eu recomendaria começar com um período diário de cinco a dez minutos. Este tempo destina-se a aprender a “concentrar-se”, “acalmar-se”, ou o que os contemplativos da Idade Média chamavam de “lembrar-se”. É tempo para ficar quieto, para entrar no silêncio recriador, para permitir que a fragmentação de nossa mente venha a concentrar-se.

A seguir damos dois breves exercícios que o ajudarão a “concentrar-se”. O primeiro é “palmas para baixo, palmas para cima”. Comece colocando as palmas das mãos voltadas para baixo, como indicação simbólica de seu desejo de transferir para Deus quaisquer preocupações que você possa ter. Interiormente você pode orar: “Senhor, eu te dou minha ira contra o João. Liberto o medo que tenho de ir ao dentista esta manhã. Rendo-te minha ansiedade por não ter dinheiro suficiente com que pagar as contas deste mês. Liberto minha frustração por não encontrar alguém que tome conta de meus filhos esta noite.” Seja o que for que pese em sua mente ou que o preocupe, simplesmente diga-o, com as “palmas para baixo”. Libere esse problema. Você pode até sentir certo senso de libertação nas mãos. Após alguns momentos de submissão, vire as palmas das mãos para cima, como símbolo do desejo de receber algo do Senhor. Você pode orar silenciosamente, dizendo: “Senhor, gostaria de receber teu divino amor para o João, tua paz com referência à cadeira do dentista, tua paciência, tua alegria.” Qualquer que seja sua necessidade, diga-a, com as palmas das mãos “para cima”. Tendo-se concentrado, passe os momentos restantes em completo silêncio. Não peça nada. Permita que o Senhor comungue com seu espírito, que o ame. Se as impressões ou direções vierem, ótimo; se não, ótimo.

Outra meditação com vistas a concentrar-se começa com a respiração. Tendo-se assentado confortavelmente, torne-se, com vagar, cônscio de sua respiração.

Isto o ajudará a entrar em contato com seu corpo e indicará o nível de tensão interior. Inspire profundamente, e com vagar vá inclinando a cabeça para trás até onde possível. Depois expire, permitindo que a cabeça venha lentamente para a frente até que o queixo quase se apóie no peito. Faça isto durante alguns momentos, orando interiormente algo assim: “Senhor, exalo o medo que tenho do exame de Geometria, inalo tua paz. Exalo minha apatia espiritual, inalo tua luz e vida.” Então, como antes, fique em silêncio exterior e interiormente. Esteja atento ao Cristo vivo no interior. Se a sua atenção se desvia para a carta que deve ser ditada, ou para as janelas que precisam ser limpas, “exale” o problema nos braços do Mestre e aspire seu divino sopro de paz. Então ouça de novo.

Encerre cada meditação com uma autêntica expressão de ações de graças.

Depois que você adquirir certa proficiência em concentrar-se, acrescente uma meditação de cinco a dez minutos sobre algum aspecto da criação. Escolha algo na ordem criada: árvores, plantas, pássaros, folhas, nuvens, e diariamente pondere sobre isso, com cuidado e em espírito de oração. Deus, que criou os céus e a terra, usa a criação para mostrar-nos algo de sua glória e dar-nos algo de sua vida. “O mais simples e mais antigo meio... pelo qual Deus se manifesta é... através da terra e na própria terra. Ele ainda nos fala por meio da terra e do mar, das aves do céu e das pequenas criaturas que vivem na terra, desde que façamos silêncio para ouvir.” Não deveríamos negligenciar este recurso da graça de Deus, pois, como nos adverte Evelyn Underhill:
“Evitar a natureza, recusar sua amizade e tentar saltar o rio da vida na esperança de encontrar Deus do outro lado, é o erro comum de uma mística pervertida. ... Assim, você deve começar com aquela primeira forma de contemplação que os antigos místicos às vezes chamavam de 'descoberta de Deus em suas criaturas'.”

Tendo praticado durante algumas semanas os dois tipos de meditação dados acima, você desejará adicionar a meditação das Escrituras. Como a calota de uma roda, a meditação das Escrituras torna-se o ponto central de referência pelo qual todas as demais meditações são mantidas em devida perspectiva. A meditatio Scripturarum é considerada por todos os mestres como o fundamento normal da vida interior. Ao passo que o estudo das Escrituras se concentra na exegese, a meditação das Escrituras concentra-se em internar e personalizar a passagem. A Palavra escrita torna-se uma palavra viva endereçada a você.

Tome um simples acontecimento, como a ressurreição, ou uma parábola, ou uns poucos versículos, ou mesmo uma simples palavra e deixe que isso crie raízes em você. Busque viver a experiência, lembrando-se do incentivo de Inácio de Loyola de aplicar todos os sentidos à nossa tarefa. Sinta o cheiro do mar. Ouça o marulhar da água ao longo da praia. Veja a multidão. Sinta o sol sobre a cabeça e a fome no estômago. Prove o sal do ar. Toque a orla do manto de Cristo. Francisco de Sales instruiu-nos a:
“... representar na imaginação todo o mistério sobre o qual você deseja meditar como se ele realmente se desse em sua presença. Por exemplo, se você deseja meditar sobre nosso Senhor na Cruz, imagine-se no monte Calvário, contemplando e ouvindo tudo quanto foi feito ou dito no dia da Paixão.”

Ao entrar na história, não como um observador passivo, mas como um participante ativo, lembre-se de que uma vez que Jesus vive no Agora Eterno e não é limitado pelo tempo, o acontecimento do passado é uma experiência viva no tempo presente para ele. Daí, você pode realmente encontrar o Cristo vivo no acontecimento, ser alcançado por sua voz e ser tocado por seu poder curador. Isto pode ser mais do que um exercício da imaginação; pode ser um autêntico confronto. Jesus Cristo realmente virá a você.

Esta não é a hora para estudos técnicos de palavras, ou de análise, ou mesmo de reunião de material para repartir com outras palavras. Ponha de lado todas as tendências à arrogância e com coração humilde receba a Palavra que lhe é dirigida. Com freqüência acho que o ajoelhar é especialmente apropriado para este momento especial. Dietrich Bonhoeffer disse: “... assim como você não analisa as palavras de alguém a quem você ama, mas aceita-as conforme lhe são ditas, aceite a Palavra da Escritura e pondere-a em seu coração, como o fez Maria. Isso é tudo. Isso é meditação.” Quando Bonhoeffer fundou o seminário em Finkenwalde, os seminaristas e professores aceitaram e praticaram meia hora de meditação silenciosa, em conjunto, sobre as Escrituras.

É importante resistir à tentação de examinar superficialmente muitas passagens.

A pressa reflete o nosso estado interior e é este estado que precisa ser transformado. Bonhoeffer recomendava passar uma semana inteira num único texto!

Além disso, você desejará viver o dia todo com o texto bíblico escolhido.

Uma quarta forma de meditação tem como objetivo levar o leitor a uma profunda comunhão interior com o Pai, na qual você olha para ele e ele olha para você.

Na imaginação, veja a si mesmo caminhando por uma bonita estrada na floresta.

Não se apresse, permitindo que o som de folhas farfalhantes e riachos frescos da floresta supere o barulho ensurdecedor de nossa moderna megalópole. Após observar a si mesmo por uns instantes, tome a perspectiva de alguém que está andando, em vez de alguém que está sendo observado. Tente sentir a brisa no rosto como se ela soprasse suavemente, levando toda a sua ansiedade. Pare ao longo do caminho para meditar na beleza das flores e dos pássaros. Quando puder experimentar o cenário com todos os sentidos, o caminho terminará, repentinamente, numa bela colina gramada. Ande pelo luxuriante e grande prado cercado por pinheiros majestosos. Após explorar o prado por algum tempo, deite-se de costas, olhando para cima, para o céu azul e para as brancas nuvens. Desfrute a paisagem e os odores. Dê graças ao Senhor pela beleza.

Pouco tempo depois há um anelo de entrar nas regiões superiores além das nuvens. Na imaginação, deixe que seu corpo espiritual, brilhante de luz, saia do corpo físico. Olhe para trás a fim de ver-se deitado na grama; acalme o corpo dizendo-lhe que você retornará em breve. Imagine o seu eu espiritual, vivo e vibrante, subindo pelas nuvens e entrando na atmosfera. Observe o seu corpo físico, a colina, e a floresta distante à medida que você deixa a terra.

Entre mais e mais no espaço exterior até que nada haja, exceto a cálida presença do Criador eterno. Descanse em sua presença. Ouça silenciosamente, prevendo o imprevisto. Observe cuidadosamente qualquer instrução dada. Com tempo e experiência você poderá distinguir prontamente entre o mero pensamento humano que pode aflorar à mente consciente e o Verdadeiro Espírito que interiormente se move sobre o coração. Não se surpreenda se a instrução for terrivelmente prática e não conter nada do que você pensava ser “espiritual”.

Não fique desapontado se não houver palavras; como bons amigos, vocês estão silenciosamente desfrutando a companhia um do outro. Chegada a hora de sair, audivelmente agradeça ao Senhor sua bondade e retorne ao prado. Ande alegremente de volta ao longo do caminho até chegar ao lar, pleno de nova vida e energia.

Há uma quinta forma de meditação, a qual, em certos sentidos, é bem o oposto da que acabamos de apresentar. Trata-se de meditar sobre os acontecimentos de nosso tempo e buscar perceber seu significado. Temos uma obrigação espiritual de penetrar o significado interior dos acontecimentos e das pressões políticas, não para adquirir poder, mas para obter perspectiva profética. Thomas Merton disse que a pessoa
“... que tem meditado sobre a Paixão de Cristo mas não tem meditado sobre os campos de extermínio de Dachau e Auschwitz ainda não entrou plenamente na experiência do Cristianismo em nosso tempo. ... Na verdade, o contemplativo deve, acima de tudo, meditar e meditar sobre essas terríveis realidades tão sintomáticas, tão importantes, tão proféticas.”

Esta forma de meditação é mais bem realizada, tendo-se a Bíblia em uma das mãos e o jornal do dia na outra! Não se deixe, porém, controlar pelos absurdos lugares-comuns políticos nem pela propaganda que nos é oferecida hoje. Na verdade, os jornais são geralmente muitíssimo superficiais e parciais para que sejam de alguma ajuda. Seria bom que levássemos os eventos de nosso tempo à presença de Deus e pedíssemos visão profética para discernir o rumo que esses acontecimentos tomam. Deveríamos, também, pedir orientação para qualquer coisa que pessoalmente devêssemos estar fazendo a fim de sermos sal e luz de nosso mundo decadente e tenebroso.

Não se desanime se no princípio suas meditações não tiverem significado. Você está aprendendo uma arte para a qual não recebeu preparo algum. Nem a nossa cultura nos incentiva a desenvolver essas habilidades. Você estará indo contra a maré, mas tenha ânimo; sua tarefa é de valor imenso.

Há muitos outros aspectos da Disciplina da Meditação que poderiam ter sido proveitosamente considerados. Contudo a meditação não é um ato simples, nem pode ser completada da forma como se completa a construção de uma cadeira. É um modo de vida. Você estará constantemente aprendendo e crescendo à medida que penetra as profundezas interiores.

(Dois tópicos intimamente relacionados com a meditação serão estudados sob a Disciplina da solitude: o uso criativo do silêncio, e o conceito desenvolvido por S. João da Cruz, que ele graficamente chama de “a escura noite da alma”.



*Extraído do livro:

Celebração da Disciplina
O Caminho do Crescimento Espiritual
Richard J. Foster

Editora Vida

0 Comments: