CRIACIONISMO

sábado, 29 de maio de 2010





Criacionismo




John MacArthur


John MacArhtur, autor de mais de 150 livros e conferencista internacional, é pastor da Grace Comunity Church, em Sum Valley, Califórnia, desde 1969; é presidente do Master’s College and Seminary e do ministério “Grace to You”; John e sua esposa Patrícia têm quatro filhos e quatorze netos.


Reconhecendo que a Bíblia é a própria Palavra de Deus dirigida ao homem e entendendo a prioridade de conhecer suas verdades e obedece-las, devemos estar comprometidos em estudar com diligência o ensino das Escrituras.

Quando o universo e tudo que ele contém foram criados? O que aconteceu e quanto tempo levou? Deus, o único que existia antes mesmo de o mundo ter seu início, apresenta as respostas para essas perguntas em sua revelação ao homem — a Bíblia.

O ponto de partida

Existe uma história fictícia a respeito de alguns homens que pro- curavam resposta para esta pergunta: de onde veio a Terra? Depois de reunirem suas informações e introduzirem-nas em um sofisticado computador, eles apertaram, com grande expectativa, a tecla de respostas. As luzes brilharam, as campainhas soaram, e o computador lhes deu a seguinte mensagem impressa: “Vejam Gênesis 1.1”. Essa história fictícia ilustra um fato crucial: Deus nos outorgou uma revelação escrita que exige averiguação primária.

Testemunho unânime

Em toda a Bíblia existem afirmações específicas testemunhando que Deus criou o mundo: “Só tu és Senhor, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te adora” (Neemias 9.6); “Assim diz o Senhor, que te redime, o mesmo que te formou desde o ventre materno: Eu sou o Senhor, que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus e sozinho espraiei a terra” (Isaías 44.24); “Ah! Senhor Deus, eis que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido; coisa alguma te é demasiadamente maravilhosa” (Jeremias 32.17). O apóstolo Paulo disse ao povo de Listra: “...e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles” (Atos 14.15). “Todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Apocalipse 4.11). Uma pesquisa mais abrangente inclui 1 Crônicas 16.25-26, Jó 38-41, Salmos 33.6, Salmos 148.1-5, Provérbios 3.19, Amós 4.13, Jonas 1.9, Zacarias 12.1, Romanos 9.20, Apocalipse 10.6 e 14.7.

As passagens da Bíblia nos mostram que uma Pessoa, e não um processo, trouxe o mundo à existência; e esta é a conclusão irrefutável: Deus é a causa primária da existência de todas as coisas.

Afirmações Diretas

Para muitos crentes sinceros, a pergunta não é: “Quem criou o mundo?, e sim: “Como Deus o criou?”

A Bíblia não se mantém em silêncio a respeito deste assunto, pois ela apresenta afirmações definitivas sobre a natureza específica da Criação, referindo-se tanto à quantidade de tempo como à fonte do material utilizado.

Primeiramente, a Bíblia nos diz quanto tempo foi gasto na criação do mundo. Quando Deus (através de Moisés) desejou ilustrar como o Quarto Mandamento deveria ser obedecido, Ele mencionou a Criação como um modelo — “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou” (Êxodo 20.8-11).

O homem deve trabalhar seis dias (v. 9), porque em seis dias o Senhor criou os céus, a terra, o mar e tudo o que neles há (v. 11). Visto que os dias de trabalho são medidos em segmentos de 24 horas, o período de tempo da Criação (que serviu como protótipo) deve ter a mesma medida. Esta mesma lógica se aplica ao dia de descanso (vv. 10-11). Se os dias não possuem a mesma medida, em ambas as passagens, a ilustração perde seu significado.

Em segundo, o escritor da Epístola aos Hebreus nos fala sobre os materiais que Deus utilizou na Criação. “Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hebreus 11.3). Não existia qualquer matéria eterna; tampouco Deus plantou as sementes que se desenvolveriam e se tornariam algo mais complexo do que elas mesmas. A Bíblia deixa claro que a criação do mundo foi ex nihilo (do nada). Isto significa que o mundo visível para nós hoje não é o resultado de imensas etapas de maturação. Pelo contrário, o mundo visível chegou à existência como resultado do ato criativo da parte de Deus, sem a utilização de materiais já existentes. Visto que Deus é a causa primária da criação especial, devemos imaginar que a sua criação tenha a sua assinatura.

A natureza de Deus

A eterna perfeição de Deus é admitida em toda a Bíblia. A admirável majestade da criação, por exemplo, reflete o poder, a glória e o domínio de Deus. “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Salmos 19.1).

Nenhum processo de evolução ou maturação nos mostraria, desde o princípio, a infinidade e o poder de Deus. No entanto, desde o principio, a criatura tem ficado sem desculpa por sua ignorância a respeito de Deus, pois Ele é revelado claramente na natureza de sua criação.

É possível conceber um processo evolucionário sem qualquer atividade divina. Essa é a razão por que muitos evolucionistas são ateístas e por que Deus se torna um incômodo no pensamento deles. Entretanto, não podemos ter uma criação repentina sem a atividade de Deus. Portanto, somente através da criação repentina o poder de Deus se mostraria inconfundível desde o início. Essa foi a razão por que o apóstolo Paulo disse: “Os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Romanos 1.20).

Suponhamos, por um momento, que o mundo e seus habitantes vieram à existência por meio de um processo. O mais complexo se desenvolveria (evoluiria) a partir do mais simples. A maior parte dos evolucionistas concorda que a raça humana permanece como a epítome do processo. Se tudo isso é verdade, aquilo que é elementar a respeito da natureza do homem, também deve ser elementar no que diz respeito ao organismo original do qual o homem evoluiu.

Esta argumentação, embora atraente, é falsa por causa de pelo menos um fato bíblico elementar. O homem foi criado à imagem de Deus. Portanto, os homens não podem ter evoluído até à imagem de Deus, porque não existe qualquer intervalo de tempo entre a criação do homem e o ter sido ele feito à imagem de Deus. Está escrito: “Este é o livro da genealogia de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez” (Gênesis 5.1).

Não importa o que alguém crê a respeito das origens, é necessário admitir que Deus, em um momento de tempo, dotou a humanidade com a imagem dEle. Um processo não pode explicar a nossa natureza singular, nem explicar o fato de que a humanidade foi contaminada pelo pecado e de que, por essa razão, Deus enviou seu Filhopara redimir somente a humanidade, e não multidões de outras formas de vida.

O ministério terreno de Cristo

Podemos examinar a mais confiável autoridade neste assunto — o Criador Encarnado, Jesus Cristo. O Salvador é, com certeza, a testemunha suprema que nos pode oferecer esclarecimento convincente sobre este assunto.

A Bíblia nos fala sobre o envolvimento dEle na Criação. As Escrituras fazem declarações fortíssimas sobre o fato de que Cristo não somente se identificou com a Criação, mas também de que Ele é o seu autor: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (João 1.3). “Nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele” (Colossenses 1.16); “Nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hebreus 1.2).

Muitas explicações sobre a Criação exigem um intervalo de tempo significativo entre a criação da matéria e a origem do homem. Mas devemos ouvir o ensino do próprio Senhor Jesus: “Desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher” (Marcos 10.6). As palavras que Cristo utilizou deixam o intérprete sem qualquer outra alternativa, exceto a de entender que o homem foi uma parte da Criação, em seu final, e não um desenvolvimento subseqüente. Esta evidência determinativa é levada em conta somente em um modelo de criação repentina.

As palavras de Cristo são convincentes, mas a importância de suas obras poderosas (os milagres criativos) nos persuadem ainda mais. Em determinada ocasião, Ele criou vinho a partir da água (João 2.1-11). Em duas ocasiões, Jesus criou alimento em abundância para milhares de pessoas, a partir de pequena quantidade de comida (Mateus 14.13-21; 15.34-39). Em cada ocasião, o milagre ocorreu sem um processo e sem o decorrer de grandes períodos de tempo.

Deus proporcionou aos discípulos um vislumbre da glória de Cristo, em sua segunda vinda, no Monte da Transfiguração; e, através dos milagres, Deus também nos dá uma contemplação do poder criador de Jesus. Devemos observar com cuidado que Deus não somente era capaz de manifestar seu poder criador, mas também que Ele desejava fazer isso.

Os acontecimentos do fim do mundo

De todas as evidências bíblicas que indicam uma criação repentina, os acontecimentos do fim do mundo podem ser os mais convincentes. Quando consideramos a maneira como Deus resolveu concluir a história da humanidade, podemos vislumbrar como o mundo teve seu início.

Os crentes acreditam que seus corpos serão ressuscitados e transformados, para tornarem-se gloriosos e incorruptíveis. Temos todas as razões para crer que, de acordo com as Escrituras, o Senhor é capaz e está disposto a fazer isto (Daniel 12.2; João 5.29; Romanos 8.23; 1 Tessalonicenses 4.16-17; 1 Coríntios 15.51-52). Todos os corpos dos crentes serão recriados instantaneamente do pó da terra.

Isto se assemelha a uma repetição da criação de Adão. Naquele tempo, não somente um corpo será criado, mas, literalmente, serão criados os corpos de milhões que já creram em Cristo como seu Salvador. Visto que na ressurreição imensas multidões receberão corpos recriados, quão fácil pode ter sido para Deus no princípio criar Adão e Eva. Portanto, é válido concluir que o milagre maior e criativo da ressurreição permanece como um correspondente do milagre menor da Criação. Assim, a criação repentina não é apenas possível, mas também provável como manifestação da coerência divina.

O fim do mundo nos faz concluir que houve uma criação repentina, no princípio, da mesma maneira que o faz a ressurreição dos homens.Em uma rápida aplicação do seu divino poder, Ele purificará erenovará a terra maldita, por meio do fogo, de modo que ela se tornará uma nova terra (2 Pedro 3.10-13).

A eternidade futura não evoluirá do mundo presente. Pelo contrário, Deus trará ao fim o tempo presente, de modo rápido e poderoso, introduzindo a era final. Devido ao fato de que Deus reverterá, subitamente, o processo presente, é razoável crermos que Ele criou de modo semelhante (rapidamente e do nada) o mundo que agora existe. Tendo considerado o fim dos tempos, voltamos ao início. Será que Gênesis nos dá razões para crermos que a terra foi criada pessoalmente por Deus, em um breve período de tempo?

O relato de Gênesis

A gramática de Gênesis fornece algumas evidências convincentes para uma criação repentina. Por exemplo, a palavra hebraica traduzida “dia”, no contexto de Gênesis, refere-se tanto às horas de luz incluídas em um ciclo de 24 horas como a todo o período de trevas e luz (24 horas). Observe, primeiramente, que a palavra hebraica traduzida “dia”, quando acompanhada por um adjetivo numérico (por exemplo, quarto dia), nunca é utilizada de maneira figurada. Ela é sempre entendida normalmente.

Em segundo, devemos observar que no Antigo Testamento o plural da palavra hebraica “dia” nunca é utilizado de maneira figurada (por exemplo, Êxodo 20.9) fora de um contexto que fala sobre a Criação. Somos, portanto, levados a crer que tal palavra é utilizada de modo semelhante quando se refere às origens.

Em terceiro, os vocábulos “tarde” e “manhã” nunca são empregados de maneira figurada no Antigo Testamento. Eles sempre descrevem um período de 24 horas.

Em quarto, Deus nos oferece uma definição da palavra “dia” em Gênesis 1.5, designando-a como um período de luz e de trevas. Depois de criar a luz (Gênesis 1.3) e causar uma separação espacial, na terra, entre as trevas e a luz (Gênesis 1.4), Deus estabeleceu o ciclo luz-trevas como uma medida de tempo (ou seja, um dia). Este ciclo luz-trevas é melhor entendido como um movimento de rotação completo da terra, ou seja, um dia de 24 horas.

A interpretação gramatical das Escrituras é fundamental para que a compreendamos com exatidão. Estes fatos são significativos indicadores exegéticos do tempo manifestado na Criação. Eles indicam inquestionavelmente uma Criação em seis dias consecutivos, de 24 horas.

Agora voltemos nossa atenção especificamente para a criação do homem. A espécie humana não evoluiu de uma forma inferior de vida. Pelo contrário, ela foi criada por um decreto de Deus (a manifestação da vontade divina), a partir do pó inanimado (Gênesis 2.7, 3.19; Eclesiastes 3.20, 12.7). Nenhuma outra explicação sobre as origens do homem coaduna-se a esta evidente afirmação bíblica, exceto a criação repentina.

Além disso, a mulher não evoluiu do homem ou de qualquer outra criatura. Ela foi criada pessoalmente por Deus (Gênesis 2.21-23; 1 Coríntios 11.8,12), no mesmo dia em que o homem foi criado. Quando a mulher foi criada do homem, não houve grandes intervalos de tempo (uma maturação transformando-a em outro organismo). Visto que homem e mulher vieram à existência em uma seqüência de tempo muito aproximada, isto exigiu a manifestação do poder criativo de Deus, conforme proposto pelo modelo da criação repentina.

Com estes pensamentos em mente, devemos observar com atenção que não precisamos começar em Gênesis, para entendermos o que a Bíblia ensina a respeito da Criação. Havendo finalmente compreendido isso, podemos observar que Gênesis confirma o restante da Bíblia e fornece o seu irresistível apoio à opinião da criação repentina.

Um pensamento final

A argumentação e as conclusões deste artigo representam as evidências bíblicas de que temos de ser honestos, se aceitamos com seriedade o relato bíblico. Qualquer solução para o problema das origens formulada sem uma completa consideração destas evidências é completamente inadequada.

Talvez não precisemos de um computador, afinal de contas, para solucionarmos os problemas complexos relacionados à Criação. Entretanto, utilizamos a sugestão fictícia do computador e consultamos o relato bíblico. Esse é realmente o ponto de partida para todos os crentes que procuram conhecer a verdade.


FONTE: http://www.editorafiel.com.br/

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