O MINISTÉRIO PROFÉTICO NA BÍBLIA - LIÇÃO 8

sábado, 21 de agosto de 2010

JOÃO BATISTA - O ÚLTIMO PROFETA DO ANTIGO PACTO

O ministério profético de João Batista foi anunciado pelo profeta Isaías (Is 40 3-5), uns 700 anos antes deste. Também foi anunciado pelo profeta Malaquias (Ml 4.5), o último profeta menor literário.

Os quatros evangelhos registram, mesmo que pouca, a história de João Batista, aquele que seria o precursor do Messias prometido desde o Antigo Testamento. O próprio Jesus posteriormente testemunhou a respeito do seu ministério (Mt 11.7-15).Também ele foi mencionado pelo historiador judeu,Flávio Josefo,em sua obra, Antiguidades Judaicas, Livro 18.7.781.

O APARECIMENTO DE JOÃO BATISTA

[...] Tanto as pessoas comuns como os rabinos criam que havia algumas condições que o Messias deveria satisfazer. Antes do Messias, é preciso que venha Elias. A aparição de Elias, segundo o que se acreditava no Israel do século I, marcaria o final dos tempos e precipitaria a vinda do Messias.

Aquela condição foi satisfeita por João Batista, um homem cujas roupas toscas e caráter impetuoso, cujo chamado estridente para o arrependimento, claramente exibiam o ministério de Elias. [...] [1]

João Batista, não somente era uma condição satisfeita para a vinda do Messias, mas a principal condição. Pois ele é o precursor do Messias, aquele que iria preparar o caminho para sua vinda. João Batista engrandece a Jesus e as suas obras de salvação. Mostra que ele não é Jesus, pois ele não é digno nem de levar as suas sandálias, pois Jesus é mais poderoso do que ele (Mt 3.11)-(Grifo nosso).

O evangelho de Lucas apresenta como mais detalhes o nascimento de João Batista, além de informações mais precisas de seu ministério profético. Os outros evangelhos falam a respeito do seu ministério, mas não dar detalhes da sua origem.

João Batista, assim como os profetas Jeremias e Ezequiel, eram de linhagem sacerdotal. Ele veio de uma família de sacerdote, Zacarias e Isabel. (Lc 1.5).Zacarias era da ordem de Abias (Lc1.5). “Quando lemos sobre ‘sacerdotes’ nos Evangelhos, precisamos distinguir entre a aristocracia sacerdotal e os sacerdotes da ‘ordem’. A aristocracia era limitada a várias famílias sacerdotais, que dominavam os ofícios na hierarquia que controlavam as finanças e rituais do templo. Estas famílias possuíam casas em Jerusalém. Elas eram extremamente ricas e exerciam o poder político, bem como econômico e religioso. Antigos escritos judaicos tendem a retratá-las como gananciosas e corruptas. Um escritor reclama que ‘seus filhos são tesoureiros... e seus servos batem nas pessoas com varas’.

Por outro lado, os sacerdotes da ‘ordem’ moravam fora de Jerusalém, na Judéia, ou na Galiléia. Era tarefa deles oficiar nos sacrifícios e nas cerimônias que ocorriam diariamente no templo. A organização destes sacerdotes da ordem em grupos de 24 é mencionada já em 1 Crônicas 24.1-10, e embora os nomes destes grupos tenham mudado como o passar dos anos, o sistema de 24 grupos de sacerdotes, cada um dos quais serviam em Jerusalém por uma semana, de sábado a sábado, contínuo até a época de Cristo. Antigos escritores judaicos mostram que no século I estes 24 ‘clãs’ semanais foram posteriormente divididos em cerca de 156 ‘famílias’ que se encarregavam das obrigações sacerdotais diárias. A ‘ordem’ que Lucas menciona é muito provavelmente esta ‘família’ do cotidiano, cujos membros lançavam sortes para determinar quem iria entrar no templo na hora do sacrifício da manhã ou da noite para oferecer incenso.

Algumas autoridades indicam que havia tantos destes sacerdotes da ‘ordem’, que uma pessoa só conseguia executar este dever sagrado específico uma vez em sua vida. Seja isto verdade ou não, fica claro que Deus estava operando quando Zacarias foi indicado para este ministério.” [ 2 ].

O anjo aparece a Zacarias quando este estava oferecendo o sacrifício, e anuncia que ele iria ter um filho e manda colocar no menino “o nome de João” (Lc 1.13)

O nascimento de João Batista foi um milagre, pois além da idade avançada de seus pais, “Isabel era estéril” (Lc 1.7).

O nome “Batista”, aplicado a ele, foi em decorrência de seu ministério de batizar.

O PROFETA

“João Batista viveu no período da dinastia de Herodes, pertenceu à mesma geração do Senhor Jesus e de seus apóstolos, mas foi o último profeta da antiga aliança: “ A lei e os Profetas duraram até João” (Lc 16.16). Sua história é contada em algumas porções dos evangelhos, mas a sua vida estava prevista no Antigo Testamento para ser o precursor do Messias, preparando o povo para receber a Jesus: “Eis que eu envio o meu anjo, que preparará o caminho diante de mim” (Ml 3.1). O Senhor Jesus Cristo disse que essa palavra profética diz respeito ao Batista: “porque é este de quem está escrito: “Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que preparará diante de ti o teu caminho” (Mt 11.10); da mesma maneira Marcos começa seu evangelho afirmando: “Como está escrito no profeta Isaías: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Apareceu João batizando no deserto e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados” (Mc 1.2-4).

É o único no Novo Testamento a receber os oráculos divinos na forma dos profetas do Antigo Testamento: “veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias” (Lc 3.2 – versão Almeida Atualizada). Essa expressão é típica dos antigos profetas hebreus: “veio a palavra do SENHOR a Samuel” (1Sm 15.10); “a palavra do SENHOR veio a Natã” (2Sm 7.4). Lucas usou uma construção própria, mas num estilo que coloca João na sucessão profética. [...] [3]

[...] João foi chamado profeta pelo seu pai: “E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo” (Lc 1.76). O povo também o reconhecia como tal. Herodes Antipas sabia disso: “E, querendo matá-lo, temia o povo, porque o tinham como profeta” (Mt 14.5) e da mesma forma as autoridades religiosas: “tememos o povo, porque todos sustentavam que João, verdadeiramente, era profeta” (Mc 11.32). A palavra final está com Jesus e ele disse que João era muito mais que profeta: “Mas, então, que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta” (Mt 11.9). [4]

 

 

COMENTÁRIO DE F.B.MEYER SOBRE

O CHAMADO AO ARREPENDIMENTO

João Batista é tristemente necessário hoje em dia. Muito do que chamamos de cristianismo não é nada além de paganismo cristianizado. Ele encobre a avareza, a auto-indulgência exuberante, a submissão à moda e ao mundanismo; ele admite,nas suas altas posições, a homens que prosperam com a opressão dos pobres;ele fecha os olhos à opressão das raças nativas, à venda de ópio e álcool, e do imutável do Cristo morto com sua divina tristeza e o seu sangue. Ah, nós precisamos de que João Batista venha com as suas palavras severas a respeito do machado, a pá, a eira e o fogo. Somente isto poderá ser útil para preparar o caminho para o Rei: “ele veio para julgar o mundo!” [5]

 

- Da obra: Grandes Versículos da Bíblia.

 

 

 

 

 

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[1] RICHARDS, O.Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1°ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.15

[2] RICHARDS, op.cit., p.134

[3] SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia – A voz de Deus na Terra. 1°ed.Rio de Janeiro:CPAD,2010,pp 146,147

[4] SOARES,op.cit.,p 148

[5] MEYER, F.B (Grandes Versículos da Bíblia) apud RICHARDS, op.cit., p.16

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