O MINISTÉRIO PROFÉTICO NA BÍBLIA-LIÇÃO 12

sábado, 18 de setembro de 2010

 

g32850 Conteúdo Adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para a lição: O Ministério Profético na Bíblia, a voz de Deus na Terra - 3º trimestre

 

 

Lição 12 - O Dom Ministerial e Dom de Profecia

No mundo antigo, palavras articuladas em êxtase eram vistas como sinal...

Leitura Bíblica:1 Coríntios 12.4-10; 14.1-5
Introdução
I. Os dons espirituais
II. A importância do Amor
III. O dom de Profecia
Conclusão


DONS ESPIRITUAIS: INSTRUÇÃO, EDIFICAÇÃO E CONSOLAÇÃO


Prezado (a) Professor (a), nessa lição é importante você considerar o contexto histórico e religioso da cidade de Corinto. A religião na Grécia antiga era bastante diversificada. Qualquer articulação de linguagem, como impostação de voz, apontando para um suposto “êxtase” era tida como manifestação sobrenatural dos deuses. Sobre este contexto religioso o teólogo americano, Lawrence O. Richards, escreve:

No mundo antigo, palavras articuladas em êxtase eram vistas como sinal de possessão pelos deuses. A epilepsia era uma “doença divina” e o resmungar de sacerdotisas drogadas, em determinados oráculos, como o de Delfos, era considerado transmissão de mensagens dos deuses. Paulo se refere a isso ao observar que, quanto aos pagãos e ignorantes, “deixáveis conduzir-vos aos ídolos, mudos, segundo éreis guiados”.
O problema era que essa atitude em relação ao dom persistiu nos convertidos ao cristianismo. Em decorrência, dons espirituais como os de língua eram considerados por muitos em Corinto como evidência do contato íntimo com Deus. Os portadores desse dom eram mais espirituais. Até mesmo quando seus dons contradiziam as verdades fundamentais do cristianismo, alguns estavam suficientemente espantados para acreditarem neles. É contra esse contexto cultural que Paulo desenvolveu ensinamentos sobre a verdadeira espiritualidade, dons espirituais e o exercício adequado dos dons de línguas.[1]

O texto de 1 Coríntios 12.1-3 denota uma escandalosa influência das religiões pagãs na liturgia de culto da igreja grega. O livre exercício dos dons espirituais em detrimento do “Fundamento dos apóstolos”[2] deixava claro que aquela igreja estava fadada a cair em um exibicionismo egoísta, ilógico e tolo.   
Pode uma igreja cristã desenvolver práticas por influências de outras manifestações religiosas? Quando uma comunidade perde o foco do “Fundamento”, da “Comunhão”, da “Oração” e do “Serviço”, tudo contribui, como consequencia natural, Para o distanciamento dos princípios mais básicos e simples do evangelho.
Não há coincidência em o capítulo 13 de 1 Coríntios está inserido entre os capítulos 12 e 14 da mesma epístola. O apóstolo Paulo tem o objetivo de alertar a igreja de Corinto para o fato de a prática espiritual, desprovida do verdadeiro amor, ser caracterizada de pagã e egoísta. O uso dos dons espirituais, com os destaques das línguas e profecias, não tem outro objetivo que a Edificação, Exortação e Consolação do outro. Aquele irmão e/ou irmã, que em sua coletividade formam o “corpo místico de Cristo”, é a razão e o fim para qualquer manifestação do dom espiritual (Ef 4.11-14 cf. 1 Co 14.3).   
O corpo é uma das figuras mais importantes na conceituação de Igreja. “... A necessidade de aproximação, relacionamentos interpessoais e fraternais são condições necessárias para o funcionamento dos dons espirituais”[3]. Como o corpo precisa do pleno funcionamento dos órgãos para a vitalidade de sua vida, a igreja precisa daquelas caracteríscas, descritas acima, no exercício de seus dons espirituais, para de fato, ser o “Corpo de Cristo”.
O uso das Línguas (com intérprete) e da Profecia participa de um contexto onde a instrução, o encorajamento e a consolação, são os objetivos centrais na construção de uma vida cristã sadia.
Prezado professor (a), explique ao aluno que onde há desordem, a importância do amor se distancia. Onde há desordem, o desejo egoísta fica patente. Onde, a importância do amor é rechaçada, o uso dos dons não cumpre o seu dever coletivo. A utilização dos dons, na igreja, deve ser exercida no contexto do Amor, visando sempre, a construção de uma vida cristã autêntica através da instrução e encorajamento, a fim de consolarmos uns aos outros.


 

Referências:
[1] RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse Capítulo por Capítulo. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 768.
[2] Atos 2.42.
[3] RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse Capítulo por Capítulo. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 768.

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