O TABERNÁCULO

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O TABERNÁCULO

 

 

INTRODUÇÃO

O tabernáculo é um dos símbolos religioso mais importante na Teologia Judaica. Isso também é verdade para o Templo, haja vista ser este a continuidade daquele.

O Tabernáculo é, na Bíblia, descrito com várias acepções e uma delas é a de “tenda”, que se podia armar e desarmar. A sua função principal era a de servir como lugar de encontro entre Deus e seu povo, Israel. O Tabernáculo é também chamado de “Tenda do testemunho”, em Números 9.15. Era, neste recinto, relativamente simples, que Deus se encontrava-se com seu povo: “... à porta da tenda da congregação, perante o Senhor; onde vos encontrarei; para falar contigo ali “ (Ex.29.42). Este lugar era santo, consagrado ao culto de Jeová, o Deus vivo e eterno.

O Tabernáculo

O Tabernáculo de Israel era um santuário onde Deus não somente revelava-se ao seu povo, mais sobre tudo uma garantia de que a sua presença habitava no meio do seu povo. (Êx. 25.8). Foi construído segundo o modelo que Deus passou a Moisés no monte Sinai. (Êx. 25.9). Em Êxodo 34, Moisés sobe outra vez no monte Sinai. Estivera lá a primeira vez 40 dias e noites, Êx.34.4,28;da primeira vez recebeu as duas tábuas e a especificações do Tabernáculo. Agora as duas tábuas são feitas de novo.

Em Êxodo 35 a 40 o Tabernáculo e todos os seus pertences agora se fabricam, exatamente conforme as especificações dadas nos capítulos 25 a 31.

A lei deu aos hebreus a norma de andar segundo a vontade divina. Uma teofania impressionante no monte Sinai havia-lhes mostrado de foram visível a realidade do Senhor, sua majestade e transcendência. Que faltava aos israelitas para completar a promessa do concerto “eu vos tomarei por meu povo, e serei vosso Deus”? (Êx. 6.7). Necessitavam da presença palpável de Deus e permanentemente entre eles, o que se realizou por meio do Tabernáculo.

Embora em sentido literal seja impossível que sua presença se limite a um lugar (At. 7.48,49), pois “o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos”, na realidade ele se manifesta de maneira especial em seu templo. O templo seria para lembrar ao povo de que possuía a dita incomparável de ter ao Senhor no meio de Israel.

Naquela tenda Deus habitava como rei de seu povo e recebia a homenagem de seu culto. Desejava peregrinar com a nação hebraica no deserto, guiá-la em seus caminhos, defendê-la de seus inimigos e conduzi-la ao descanso de uma vida sedentária em Canaã. Assim o Senhor se diferenciava dos deuses pagãos por habitar com o seu povo (Êx. 29.45) e manifestar sua presença no Tabernáculo.

O PROPÓSITO DO TABERNÁCULO

Vamos agora analisar o propósito do Tabernáculo na vida do povo de Israel.

1. Proporcionar um lugar onde Deus habite entre seu povo (Êx.25.8;29.42-46);Nm 7.89). Aí o Rei invisível podia encontrar-se com os representantes de seu povo e eles com o Rei. O Tabernáculo lembrava também aos israelitas que Deus os acompanhava em sua pereginação.

2. Ser o centro da vida religiosa, moral e social. A tenda sempre se situava no meio do acampamento das doze tribos (Nm 2.17) e era o lugar de sacrifício e centro de celebração da festas nacionais.

3. Representar grandes verdades espirituais que Deus desejava gravar na mente humana, tais como sua majestade e santidade, sua proximidade e a forma de aproximar-se de um Deus santo. Os objetos e ritos do Tabernáculo também prefiguravam as realidade cristãs (Hb 8.1, 8-11;10.1). Desempenhavam um papel importante em prepar os hebreus para receber a obra sacerdotal de Jesus Cristo.

O Tabernáculo tinha vários nomes. Em regra geral, chamava-se “tenda” ou “tabernáculo” por sua cobertura exterior que o assemelhava a uma tenda. Também se denominava “ tenda da congregação” porque ali Deus se reunia com o seu povo (Êx.29.49-44). Visto como continha a arca e as tábua da lei, chamava-se “tabernáculo do testemunho” (Êx.38.21). Testificava da santidade de Deus e da pecaminosidade do homem. Chama-se, além disso, “santuário” (Êx.25.8) porque era uma habitação santa para o Senhor.

A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO E OS SEUS MÓVEIS.

A primeira coisa que Deus pediu foi uma oferta. Há lições que podem ser aprendidas somente trabalhando em cooperação com Deus e na forma como ele deseja.

O Tabernáculo foi construído com as ofertas voluntárias do povo. Deus desejava ver um coração disposto. Ninguém foi obrigado a dar. Não devia haver obrigação de nenhum tipo, exceto a que nasce do amor e da gratidão.

Todos os detalhes do Tabernáculo foram feitos de acordo com o desenho que Deus mostrou a Moisés no monte (Êx. 25.9,40; 26.30; 35.10).

A tenda em si mesma media quatorze metros de comprimento por quatro e meio de largura. A armação foi feita de quarenta e oito tábuas de madeira de acácia recoberta de ouro puro. Cada tábua se assentava sobre duas bases de prata e se unia às demais tábuas por meio de cinco barras. O teto plano consistia em uma cortina de linho fino com finos bordados de figuras de querubins em azul, púrpura e carmesim (26.1-6;36.8). Havia três cobertas sobre as tábuas e o teto plano: o exterior era de peles de texugo (ou possivelmente foca), depois para dentro uma de pele de carneiro tintas de vermelho e uma branca de pêlos de cabra.A coberta interna consistia em uma figuras de querubins. A tenda dividia-se em duas câmaras. A entrada ficava ao oriente e conduzia ao lugar santo; este media nove metros de comprimento. Mais para dentro estava o santo do santos ou lugar santíssimo. Entre os dois compartimento havia um véu de linho com desenhos em cor azul, púrpura e carmesim, adornado com figuras de querubins. O lugar santíssimo tinha a forma de um cubo.

No lugar santo encontrava-se três móveis: a mesa dos pães, o castiçal e o altar do incenso. À direita estava a mesa dos pães da preposição, feita de acácia e revestida de ouro; media noventa e um centímetros de comprimento por quarenta e seis de largura, com uma altura de sessenta e sete centímetros. Todos os sábados os sacerdotes punham doze asmos, ou seja, sem fermento, sobre a mesa e retiravam os pães envelhecidos que os sacerdotes comiam no lugar santo.

Ao lado esquerdo do lugar santo encontrava-se o castiçal ou candelabro de ouro com sua sete lâmpadas (25.31-40). Sua “cana” ou tronco descansava sobre um pedestral. Tinha sete braços, três de cada lado e um no centro. Cada um com figuras de maçãs, flores e copos lavrados em derredor. Todas as tardes os sacerdotes limpavam as mechas e enchiam as lâmpada com azeite puro de oliva a fim de que ardessem durante toda a noite (27.20,21;30.7,8).

Diante do véu no lugar santo estava o altar do incenso (30.1-10).À semelhança dos outros móveis da tenda, era feito de acácia e revestido de ouro. Tinha seus quatro lados iguais; cada lado media meio metro e sua altura era aproximadamente de um metro.

Sobressaindo da superfície, havia em seus quatro cantos umas pontas em forma de chifre. Todas as manhãs e todas as tardes, quando preparavam as lâmpadas, os sacerdotes queimavam sobre esse altar o incenso utilizando-se de fogo tirado do altar do holocausto. O altar do incenso relacionava-se mais estritamente com o lugar santíssimo do que com os demais móveis do lugar santo. É descrito como o altar “ que está a face do Senhor” (Lv. 4.18) como se não existisse o véu entre ele e a arca. Portanto era considerado em conjunto com a arca, com o propiciatório e com a Shekina de glória. O lugar santíssimo diferenciava-se dos templos pagãos em que não tinha nenhuma figura que representasse a Deus. Continha um único móvel: a arca do concerto, o objeto mais sagrado de Israel.. A arca era um cofre de 1,5 m por 0,70 m construído de acácia e revestido de querubins (seres angelicais) diante um do outro, feitos de ouro, que com suas asas cobriam o local conhecido como “propiciatório”. Aí Deus manifestava a sua glória.

Em torno da tenda estava o átrio ou pátio; seu perímetro era de cento e quarenta metros, com uma entrada de nove metros ao oriente.

A metade oriental do átrio era a arca onde se permitia que os adoradores israelitas prestassem culto a Deus. Dois móveis havia no átrio; o altar dos holocaustos, situado perto da porta do concerto (27.1-7), e a pia de cobre, localizada entre o altar dos holocaustos e a porta da tenda (30.17-21).

O altar dos holocaustos também foi conhecido como altar de cobre por ser feito de acácia e revestido de cobre; media quase dois metros e meio tanto de largura como de comprimento e um metro e meio de altura. O interior deste altar era oco. Cada canto tinha um chifre, ponta que se sobressaía em forma de chifre de boi. Os animais para o sacrifício eram atados a este chifre (Sl 118.27). Também, se alguma pessoa era perseguida, podia apegar-se aos chifres do altar a fim de obter misericórdia e proteção (1 Rs 1.50,51). Sobre este altar era oferecidos os sacrifícios; essa era sua finalidade.

É provável que a pia de cobre fosse feita completamente de metal.

Não há nenhum detalhe pelo qual se possa saber sua forma ou tamanho, embora se suponha que deve ter sido um modelo em miniatura do tanque circular do templo de Salomão chamado “mar”.

Os sacerdotes eram obrigados, sob pena de morte, a lavar-se na pia antes de oferecer sacrifícios ou entrar no lugar santo.

O Tabernáculo foi construído de tal maneira que fosse fácil de desarmar e tornar a armá-lo; era portátil para poder ser levado de um lugar a outro. Cada móvel tinha argolas por onde passavam as barras que os israelitas utilizavam para alçar as partes do Tabernáculo.

CONCLUSÃO

Afirma a Palavra de Deus que “tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência, e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4). O Tabernáculo, construído por Moisés no deserto, deixou profundas lições para a Igreja, tanto através da rica tipologia dos seus objetos, como também pelo significado espiritual do sacerdócio, dos sacrifícios e das celebraç

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