A ALMA CATÓLICA DOS EVANGÉLICOS NO BRASIL

sábado, 29 de maio de 2010


A alma Católica dos Evangélicos no Brasil


Augustus Nicodemus


Os evangélicos no Brasil nunca conseguiram se livrar totalmente da influência do Catolicismo Romano. Por séculos, o Catolicismo formou a mentalidade brasileira, a sua maneira de ver o mundo (“cosmovisão”). O crescimento do número de evangélicos no Brasil é cada vez maior – segundo o IBGE, seremos 40 milhões neste ano de 2006 – mas há várias evidências de que boa parte dos evangélicos não tem conseguido se livrar da herança católica. É um fato que a conversão verdadeira (arrependimento e fé) implica uma mudança espiritual e moral, mas não significa necessariamente uma mudança na maneira como a pessoa vê o mundo. Alguém pode ter sido regenerado pelo Espírito e ainda continuar, por um tempo, a enxergar as coisas com os pressupostos antigos. É o caso dos crentes de Corinto por exemplo. Alguns deles haviam sido impuros, idólatras, adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes e roubadores. Todavia, haviam sido lavados, santificados e justificados “em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Co 6.9-11), sem que isso significasse que uma mudança completa de mentalidade houvesse ocorrido com eles. Na primeira carta que lhes escreve, Paulo revela duas áreas em que eles continuavam a agir como pagãos: na maneira grega dicotômica de ver o mundo dividido em matéria e espírito (que dificultava a aceitação entre eles das relações sexuais no casamento e a ressurreição física dos mortos – capítulos 7 e 15) e o culto à personalidade mantido para com os filósofos gregos (que logo os levou a formar partidos na igreja em torno de Paulo, Pedro, Apolo e mesmo o próprio Cristo – capítulos 1 a 4). Eles eram cristãos, mas com a alma grega pagã. Da mesma forma, creio que grande parte dos evangélicos no Brasil tem a alma católica. Antes de passar às argumentações, preciso esclarecer um ponto. Todas as tendências que eu identifico entre os evangélicos como sendo herança católica, no fundo, antes de serem católicas, são realmente tendências da nossa natureza humana decaída, corrompida e manchada pelo pecado, que se manifestam em todos os lugares, em todos os sistemas e não somente no Catolicismo. Como disse o reformado R. Hooykas, famoso historiador da ciência, “no fundo, somos todos romanos” (Philosophia Liberta, 1957). Todavia, alguns sistemas são mais vulneráveis a essas tendências e as absorveram mais que outros, como penso que é o caso com o Catolicismo no Brasil. E que tendências são essas?

1) O gosto por bispos e apóstolos – Na Igreja Católica, o sistema papal impõe a autoridade de um único homem sobre todo o povo. A distinção entre clérigos (padres, bispos, cardeais e o papa) e leigos (o povo comum) coloca os sacerdotes católicos em um nível acima das pessoas normais, como se fossem revestidos de uma autoridade, um carisma, uma espiritualidade inacessível, que provoca a admiração e o espanto da gente comum, infundindo respeito e veneração. Há um gosto na alma brasileira por bispos, catedrais, pompas, rituais. Só assim consigo entender a aceitação generalizada por parte dos próprios evangélicos de bispos e apóstolos autonomeados, mesmo após Lutero ter rasgado a bula papal que o excomungava e queimá-la na fogueira. A doutrina reformada do sacerdócio universal dos crentes e a abolição da distinção entre clérigos e leigos ainda não permearam a cosmovisão dos evangélicos no Brasil, com poucas exceções.

2) A idéia de que pastores são mediadores entre Deus e os homens – No Catolicismo, a Igreja é mediadora entre Deus e os homens e transmite a graça divina mediante os sacramentos, as indulgências, as orações. Os sacerdotes católicos são vistos como aqueles através de quem essa graça é concedida, pois são eles que, com as suas palavras, transformam, na Missa, o pão e o vinho no corpo e no sangue de Cristo; que aplicam a água benta no batismo para remissão de pecados; que ouvem a confissão do povo e pronunciam o perdão de pecados. Essa mentalidade de mediação humana passou para os evangélicos, com poucas mudanças. Até nas igrejas chamadas históricas, os crentes brasileiros agem como se a oração do pastor fosse mais poderosa do que a deles e como se os pastores funcionassem como mediadores entre eles e os favores divinos. Esse ranço do Catolicismo vem sendo cada vez mais explorado por setores neopentecostais do evangelicalismo, a julgar por práticas já assimiladas como “a oração dos 318 homens de Deus”, “a prece poderosa do bispo tal”, “a oração da irmã fulana, que é profetisa”, etc.

3) O misticismo supersticioso no apego a objetos sagrados – O Catolicismo no Brasil, por sua vez influenciado pelas religiões afro-brasileiras, semeou misticismo e superstição durante séculos na alma brasileira: milagres de santos, uso de relíquias, aparições de Cristo e de Maria, objetos ungidos e santificados, água benta, entre outros. Hoje, há um crescimento espantoso, entre setores evangélicos, do uso de copo d’água, rosa ungida, sal grosso, pulseiras abençoadas, pentes santos do kit de beleza da rainha Ester, peças de roupa de entes queridos, oração no monte, no vale; óleos de oliveiras de Jerusalém, água do Jordão, sal do Vale do Sal, trombetas de Gideão (distribuídas em profusão), o cajado de Moisés... é infindável e sem limites a imaginação dos líderes e a credulidade do povo. Esse fenômeno só pode ser explicado, ao meu ver, por um gosto intrínseco pelo misticismo impresso na alma católica dos evangélicos.

4) A separação entre sagrado e profano – No centro do pensamento católico existe a distinção entre natureza e graça, idealizada e defendida por Tomás de Aquino, um dos mais importantes teólogos da Igreja Católica. Na prática, isso significou a aceitação de duas realidades coexistentes, antagônicas e freqüentemente irreconciliáveis: o sagrado, substanciado na Santa Igreja, e o profano, que é tudo o mais no mundo lá fora. Os brasileiros aprenderam durante séculos a não misturar as coisas: sagrado é aquilo que a gente vai fazer na Igreja: assistir Missa e se confessar. O profano – meu trabalho, meus estudos, as ciências – permanece intocado pelos pressupostos cristãos, separado de forma estanque. É a mesma atitude dos evangélicos. Faltanos uma mentalidade que integre a fé às demais áreas da vida, conforme a visão bíblica de que tudo é sagrado. Por exemplo, na área da educação, temos por séculos deixado que a mentalidade humanista secularizada, permeada de pressupostos anticristãos, eduque os nossos filhos, do ensino fundamental até o superior, com algumas exceções. Em outros países, os evangélicos têm tido mais sucesso em manter instituições de ensino que, além de serem tão competentes como as outras, oferecem uma visão de mundo, de ciência, de tecnologia e da história oriunda de pressupostos cristãos. Numa cultura permeada pela idéia de que o sagrado e o profano, a religião e o mundo, são dois reinos distintos e freqüentemente antagônicos, não há como uma visão integral surgir e prevalecer, a não ser por uma profunda reforma de mentalidade entre os evangélicos.

5) Somente pecados sexuais são realmente graves – A distinção entre pecados mortais e veniais feita pelo catolicismo romano vem permeando a ética brasileira há séculos. Segundo essa distinção, pecados considerados mortais privam a alma da graça salvadora e a condenam ao inferno, enquanto que os veniais, como o nome já indica, são mais leves e merecem somente castigos temporais. A nossa cultura se encarregou de preencher as listas dos mortais e dos veniais. Dessa forma, enquanto se pode aceitar a “mentirinha”, o jeitinho, o tirar vantagem, a maledicência, etc., o adultério se tornou imperdoável. Lula foi reeleito cercado de acusações de corrupção. Mas, se tivesse ocorrido uma denúncia de escândalo sexual, tenho dúvidas de que teria sido reeleito ou de que teria sido reeleito por uma margem tão grande. Nas igrejas evangélicas – onde se sabe pela Bíblia que todo pecado é odioso e que quem guarda toda a lei de Deus e quebra um só mandamento é culpado de todos – é raro que alguém seja disciplinado, corrigido, admoestado, destituído ou despojado por pecados como mentira, preguiça, orgulho, vaidade, maledicência, entre outros. As disciplinas eclesiásticas acontecem via de regra por pecados de natureza sexual, como adultério, prostituição, fornicação, adição à pornografia, homossexualismo, etc., embora até mesmo esses estão sendo cada vez mais aceitáveis aos olhos evangélicos. Mais um resquício de catolicismo na alma dos evangélicos?

O que é mais surpreendente é que os evangélicos no Brasil estão entre os mais anticatólicos do mundo. Só para ilustrar (e sem entrar no mérito dessa polêmica), o Brasil é um dos países onde convertidos do catolicismo são rebatizados nas igrejas evangélicas. O anticatolicismo brasileiro, todavia, se concentrou apenas na questão das imagens e de Maria e em questões éticas como não fumar, não beber e não dançar. Não foi e não é profundo o suficiente para fazer uma crítica mais completa de outros pontos que, por anos, vêm moldando a mentalidade do brasileiro, como mencionei acima. Além de uma conversão dos ídolos e de Maria a Cristo, os brasileiros evangélicos precisam de conversão na mentalidade, na maneira de ver o mundo. Temos de trazer cativo a Cristo todo pensamento, e não somente os nossos pecados. Nossa cosmovisão precisa também de conversão (2 Co 10.4-5).

Quando vejo o retorno de grandes massas ditas evangélicas às práticas medievais católicas de usar no culto a Deus objetos ungidos e consagrados, procurando para si bispos e apóstolos, imersas em práticas supersticiosas, me pergunto se, ao final das contas, o neopentecostalismo brasileiro não é, na verdade, um filho da Igreja Católica medieval, uma forma de neocatolicismo tardio que surge e cresce em nosso país, onde até os evangélicos têm alma católica.


FONTE: http://www.editorafiel.com.br/

OS DEUSES ESTRANHOS DA CIÊNCIA MODERNA

Os Deuses Estranhos da Ciência Moderna

Adauto Lourenço

Certa vez fui confrontado por um professor de filosofia de uma universidade. Eu havia acabado de dar uma palestra sobre o criacionismo e, para aquele homem brilhante e tão cheio do conhecimento do presente século, era inadmissível que alguém pudesse ser um cientista sério e honesto e crer em uma “idéia tão desprovida de embasamento científico como a da existência de Deus”.

Ele foi direto ao ponto. “O senhor não tem como provar a existência de Deus. Vá a um laboratório e prove que Deus existe!”, disse ele.

“O senhor tem toda a razão”, respondi ao professor. Depois de uma breve pausa, continuei: “Mas o senhor também não tem como ir a um laboratório e provar que Deus não existe. Tudo é uma questão de crer. Eu creio que Deus existe, e o senhor crê que Ele não existe”.

Naquele momento, havia sido estabelecida uma base comum para um diálogo. A confrontação havia sido reduzida a um denominador comum: nós dois éramos “crentes” – eu, crendo que Deus existe; e ele, crendo que Deus não existe. Nós dois críamos e, baseados nas nossas “crenças”, havíamos construído, cada um, uma cosmovisão diferente. Agora não se tratava mais de uma discussão sobre a origem de todas as coisas, simplesmente, e sim do motivo pelo qual cada um de nós havia optado por crer ou não na existência de Deus.

Esta e muitas outras experiências semelhantes têm me levado a considerar a realidade espiritual e científica que vivemos neste início de milênio. Somos ensinados (para não dizer doutrinados) por uma ciência e por um conhecimento científico que nega a existência de Deus! No entanto, na sua base, o ensino científico atual não passa de uma crença. A inexistência de Deus não pode ser provada pela ciência: temos de crer que Deus não existe!

Muitos de nós, homens envolvidos com a ciência e que crêem no Deus da Bíblia, temos visto um número cada vez maior de pessoas que professam o cristianismo e que, sem ao menos refletir sobre o posicionamento ateu da ciência, se prostram e adoram os estranhos deuses que a ciência tem produzido. Tais pessoas não consideram que a proposta da criação do mundo por um Deus pessoal e transcendente é perfeitamente científica, válida e relevante.

Os deuses do absurdo e o Deus racional

Os primeiros onze capítulos do livro de Gênesis têm sido tratados como um conto mitológico e não como história. O primeiro capítulo, principalmente, tem sido ridicularizado por conter uma linguagem considerada por muitos como simplista, pela maneira como é relatada a seqüência de eventos sobrenaturais de Deus, através dos quais o universo veio a existir. O que se diz é que qualquer proposição científica, por mais simples que seja, ofereceria uma explicação mais racional sobre a origem do mundo.

Portanto, gostaria que comparássemos não a proposição científica mais simples, e sim a mais complexa já apresentada até o momento sobre a origem do tempo, do espaço, da energia, da matéria,… do universo, a teoria do big bang. Começaríamos procurando o que seria a resposta a esta primeira pergunta: teria Deus criado todas as coisas do nada (teoria da criação exnihilo), ou todo o universo teria surgido de uma explosão espontânea de um “ovo cósmico” que não passava do tamanho de uma bola de tênis (teoria do big bang)?

Uma segunda pergunta (conforme a idéia científica presente) serviria para validar o questionamento da existência do Criador e do relato de Gênesis. Esta pergunta serviria para comparar o relato de Gênesis 1 com a evidência científica: teria Deus criado primeiro a luz (dia um) para depois (dia quatro) criar os corpos celestes como o Sol, a Lua, as estrelas, as galáxias…?

No que diz respeito à segunda pergunta, a ciência afirma categoricamente que a ordem está correta. Primeiro veio a luz (energia) depois os corpos celestes (matéria). Caso a Bíblia não concordasse neste ponto com a ciência, muitos simplesmente descartariam a teoria do criacionismo, sem ao menos considerar que a ciência já esteve errada inúmeras vezes (até mesmo neste caso da luz ter aparecido antes dos corpos celestes).

Mas, e quanto à primeira pergunta? Teria a ciência conseguido provar uma seqüência de eventos “naturais” e “espontâneos” que teriam produzido o universo que hoje vemos? A resposta é negativa. As leis da física que conhecemos hoje não se aplicam ao modelo do big bang quanto ao início do universo. E se as mesmas pudessem ser aplicadas, a ciência não sabe quais seriam as condições iniciais para que essas leis produzissem o universo que hoje conhecemos. E, então, perguntamos: “Quais leis regiam esses eventos cruciais do aparecimento do universo ou quais eram as condições iniciais?” A única resposta que obtemos é: “São leis e condições iniciais ainda desconhecidas”. Mas, se elas são desconhecidas, como aceitá-las? Outra vez a única resposta que obtemos é: crer no que os cientistas estão propondo. Mas crer não é um elemento “religioso”? Sem dúvida. Todos concordamos que crença e fé são elementos religiosos.

Como podem, então, as duas teorias, a teoria da criação exnihilo e a teoria do big bang, serem tratadas tão tendenciosamente, a tal ponto que a primeira é considerada religião e a segunda, ciência, quando as duas possuem um mesmo elemento de base: aceitar fatos que não podem ser explicados ou demonstrados cientificamente? Em outras palavras, as duas teorias exigem fé!

Neste ponto, a ciência moderna nos apresenta os deuses do absurdo, onde homens mortais, com conhecimento limitado, procuram fazer adeptos às suas crenças. Tomando o conhecimento que possuem das ciências como validação de uma pseudo-autoridade, tais homens procuram remover qualquer traço da necessidade de um Criador que tenha por sua vontade e decreto criado o universo. Aceita-se o absurdo em vez do lógico. E isto é feito apelando para aquilo que eles mesmos condenam: a fé.

Seja observado que muito se tem falado sobre a ciência ser racional, ser lógica. E é verdade. A proposição da existência de um Deus criador do universo é perfeitamente racional, lógica, relevante e também científica. Por que não incluí-la, então, no pensamento científico atual?

Por outro lado, voltando ao big bang e ao “ovo cósmico”, apenas como um exercício intelectual, pense na seguinte proposição: coloque tudo o que existe na sua casa dentro de uma bola de tênis… Coloque tudo o que existe no planeta Terra, incluindo o próprio planeta, dentro da mesma bola tênis… Coloque o sistema solar inteiro, com o sol e todos os planetas e luas, dentro da mesma bola de tênis… Coloque os, aproximadamente, duzentos bilhões de estrelas da nossa galáxia dentro da mesma bola de tênis… Coloque os dez bilhões de galáxias visíveis, com as suas trilhões de trilhões de trilhões de estrelas dentro da mesma bola de tênis! Perfeitamente racional e lógico? É exatamente isto que nos é passado através da teoria do big bang e dos bilhões de anos de existência do universo. Aceitamos os deuses do absurdo em lugar do Criador.

Pensemos um pouco mais nas propostas da teoria do big bang.

O que havia antes do big bang? Qual evento ou o que desencadeou a explosão (chamada de “big bang”) do “ovo cósmico”? (Causa e efeito precisam fazer parte deste processo. Se explodiu, algo explodiu; e, se houve uma explosão, alguma coisa a iniciou.)

Será que o universo presente não faz parte de uma sucessão cíclica de eventos (teoria dos universos oscilatórios), big bang – início, big crunch – final, big bang – início, big crunch – final, e assim por diante? Como saber se estes outros ciclos existiram, sendo que os mesmos não deixam nenhuma evidência da sua existência para o ciclo seguinte (segundo os criadores desta teoria)?

Os cientistas não conhecem as respostas para estas e outras perguntas. Elas não se encontram no campo científico, nem no campo filosófico, e sim no campo da fé.

Assim, os deuses do absurdo continuam sendo criados pelas mentes brilhantes… Deuses esses que não criaram os céus e a terra, pois não possuem poder para fazê-lo (Jeremias 10.1-16).

Contudo, temos no primeiro capítulo das Escrituras não somente o relato de como o universo chegou a existência, mas também da “metodologia de processo” utilizada pelo Criador. Diferente da proposta de “ovo cósmico” do big bang, este capítulo trata de uma criação planejada e organizada pela mente brilhante de Deus. Dias um, dois e três foram dias de criação preparatória. Dias quatro, cinco e seis foram dias de criação para preenchimento. Por exemplo. No dia dois, Deus fez separação das águas, criando o firmamento. No dia cinco, Deus criou as aves para o firmamento que Ele havia criado no dia dois, bem como os enxames de seres viventes para povoar as águas separadas, também no dia dois.

Através da sucessão de eventos da criação, Deus também mostrou a utilização de um “controle de qualidade” aplicado ao seu processo de criação. Uma avaliação foi feita no final de cada passo do processo (cada dia foi avaliado… “e viu Deus que era bom”; observe que apenas o dia dois não recebeu avaliação individual). Outra avaliação foi feita no final do processo todo (Gênesis 1.31).

Ordem, propósito, avaliação, capacidade e planejamento: tudo está dentro da teoria criacionista.

Quero mais uma vez deixar bem claro que a origem do universo, quer seja explicada pela teoria da criação, quer seja pela do big bang, sempre será tratada como um evento sobrenatural. A própria Bíblia menciona esta característica em Hebreus 11.3. A questão não é se as duas teorias são científicas: elas são! Mas sim o por quê alguém aceita o big bang e rejeita o criacionismo. Em termos científicos, por que alguém acredita na cosmologia2 que abraçou? Em termos teológicos, por que alguém acredita nos deuses do absurdo e não no Deus da Bíblia?

Os deuses impessoais e o Deus pessoal

A própria razão de estarmos vivos e termos a capacidade de considerar estas questões são indicações de uma realidade que transcende a nossa experiência do cotidiano. Como

explicar que uma série de eventos aleatórios e impessoais, movidos por leis científicas desconhecidas, trouxeram a existência seres pessoais e inteligentes

que questionam a sua origem? Como o inanimado se tornou vivo? Como o impessoal se tornou pessoal?

Aqui também uma outra série de informações chega até nós com aparência de um veredicto científico onde os deuses impessoais são apresentados. A evolução biológica natural3 (conhecida cientificamente como transformismo) aparece como a resposta científica e racional para a origem da vida. Nela, elementos químicos básicos se transformaram espontaneamente em compostos orgânicos… que espontaneamente produziram seres vivos de extrema simplicidade… os quais espontaneamente e naturalmente aumentaram em grau de complexidade… até chegar ao homem. Não existe a necessidade de um Criador pessoal, apenas de um processo criador “natural” e “espontâneo”.

No entanto, poucos sabem que toda esta teoria é de caráter especulativo, baseada na interpretação dos fósseis.

Fósseis são animais e plantas que morreram por processos não naturais (se fossem naturais, teriam se decomposto) e cujos vestígios foram incorporados ao da rocha onde são encontrados (isto é, quando o animal ou a planta morreu a rocha ainda era “lama”). Este tipo específico de fóssil aqui

mencionado é o fóssil encontrado em rochas sedimentares. Existem outros tipos de fósseis que são encontrados no gelo, no âmbar, nas turfeiras e ainda alguns são vulcânicos. Pelo fato dos fósseis serem encontrados em camadas que aparecem na crosta da terra, deu-se o nome de “coluna geológica” a estas camadas alinhadas verticalmente. Nesta coluna geológica encontra-se o, então chamado, registro fóssil.

A coluna geológica (com os fósseis nela contidos) é tomada como base fundamental para demonstrar a seqüência de transformações pelas quais os seres vivos passaram desde um passado primevo até o presente. Tomando-se os fósseis encontrados nessas sucessivas camadas, das mais profundas até as mais superficiais, pode-se reconstruir a história do desenvolvimento dos seres vivos na terra, afirmam os evolucionistas. No entanto, isto é altamente interpretativo.

A coluna geológica não aparece completa em nenhum lugar do planeta; e onde algumas das camadas aparecem, os fósseis nem sempre estão na ordem proposta pela teoria da evolução.

Não somente isto; o próprio aparecimento das camadas, que segundo a teoria da evolução está relacionado aos processos de erosão e de deposição de sedimentos, pode ser explicado pela hidrodinâmica de um dilúvio universal. Nas águas de um dilúvio global, uma grande quantidade de sedimentos de densidades diferentes nelas suspensos e sob a ação direta do ciclo das marés formaria as mesmas camadas da coluna geológica pelo processo conhecido por “liquefação”.

Neste ponto, o criacionismo e a evolução divergem diametralmente. Para os evolucionistas a coluna geológica tem um caráter cronológico. Para os criacionistas a mesma coluna tem um caráter classificatório. Para o evolucionista isto implica em milhões de anos; para o criacionista em centenas de dias. Os fósseis são os mesmos, as camadas são as mesmas, mas a interpretação é diferente.

Ainda que os fósseis pudessem dar o respaldo necessário para a teoria da evolução com os seus deuses impessoais, como ainda explicar os processos que produziram a complexidade da vida?

Tal complexidade é algo que vai muito além da nossa compreensão. Como matéria não orgânica poderia produzir algo tão complexo como o DNA (ácido desoxirribonucléico). Como seria isto possível? Como partículas atômicas (irracionais) saberiam qual seria a melhor combinação? Como processos altamente aleatórios escolheriam o caminho da vida e para a vida?

As leis que regem os princípios da vida são tão precisas que apontam para um Criador pessoal e não para uma seqüência de processos aleatórios espontâneos, totalmente impessoais.

A existência de um Deus pessoal que criou todas as coisas, incluindo os seres vivos, implica num padrão moral que toda criatura pessoal e inteligente, criada por Ele, deve se submeter. Ao passo que os deuses impessoais da ciência moderna (os processos naturais e espontâneos) nada têm a dizer sobre moral ou qualquer outro assunto relacionado com o ser humano, pois segundo a evolução somos apenas frutos do acaso.

Deixe-me ilustrar, através de um fato, como a teoria da evolução nos leva a crer nesses deuses impessoais.

Certa vez, ao sair de uma palestra, fui cercado por um grupo de alunos do departamento de biologia daquela universidade. Todos fizeram praticamente a mesma pergunta: “O senhor não crê que a experiência de Stanley Miller, o qual em 1953 produziu aminoácidos (matéria orgânica) de elementos inorgânicos (amônia, metano, hidrogênio molecular e vapor d’água), mostra que processos naturais podem acontecer?”

“Não”, disse a eles. E continuei: “Na experiência de Miller, os processos não foram nem naturais nem espontâneos. A experiência que produziu tais aminoácidos foi projetada por uma mente inteligente e pessoal que sabia exatamente o que estava procurando. Isto não é espontâneo. Não somente isto. Miller já conhecia a composição química dos aminoácidos. Ele propôs que o chamado "caldo primordial" continha os elementos inorgânicos que foram utilizados na experiência. Não havia, como ainda não há, nenhuma prova ou evidência de que o que Miller chamou de "caldo primordial " seja o que havia na suposta atmosfera ou no suposto oceano primitivo. Isto não é prova a favor da evolução. A experiência do Dr. Miller mostra que vida inteligente consegue produzir material orgânico de matéria inorgânica. Para a evolução esta experiência não ajuda em nada. O problema do aparecimento da vida, segundo a evolução, continua sendo um mistério. Como já foi dito por Randy Wysong: "…a evolução significa a formação de organismos desconhecidos, a partir de produtos químicos desconhecidos, numa atmosfera ou oceano de composição desconhecida, sob condições desconhecidas, cujos organismos subiram então uma escada evolucionista desconhecida, mediante um processo desconhecido, deixando uma evidência desconhecida. " O que se pede é para crer. Onde estão as evidências?”, perguntei aos alunos.

Aqueles alunos, bem como milhões de outros, têm sido levados a crer nos deuses impessoais da ciência moderna, aceitando como evidente aquilo que não é provado.

A origem da vida, quer seja ex-plicada pela teoria da criação, quer seja pela evolução, sempre será tratada como um evento sobrenatural. A questão mais uma vez é: por que alguém aceita a evolução e rejeita o criacionismo? Em termos científicos, por que alguém acredita na cosmogonia que abraçou? Em termos teológicos, por que alguém aceita os deuses impessoais e não o Deus pessoal da Bíblia?

Os deuses humanos e o Deus transcendente

No começo da década de noventa, os meus estudos me levaram até o Laboratório Nacional de Oak Ridge, nos Estados Unidos. Um dos projetos que participei ali foi o do mapeamento tridimensional do DNA. Havia um grande interesse neste projeto, pois o mesmo fora criado para desenvolver técnicas que auxiliariam no mapeamento genético humano através do DNA (hoje este mapeamento é conhecido como Projeto Genoma Humano).

Ao estudar aquele pequeno fila-mento encontrado no núcleo das células dos seres vivos, comecei a imaginar a dimensão daquilo que estava à minha frente. Um único filamento de DNA humano chega a ter 2,10 metros de comprimento. Este fila-mento é invisível a olho nu, por ser ele extremamente fino. O nosso corpo possui cerca de 100 trilhões de células (número estimado pelos cientistas). Multiplicando os 2,10 metros (comprimento do DNA existente em cada célula) pelo número de células do nosso corpo (100 trilhões), foi possível obter um número que seria equivalente a percorrer a distância entre a Terra e a Lua aproximadamente 550.000 vezes. Em outras palavras, se alguém pudesse esticar o DNA de cada célula do corpo humano e colocá-los todos ponta a ponta, teríamos um fio finíssimo com cerca de 21 milhões de quilômetros! Tudo isto só de informação genética.

O conhecimento genético sobre o ser humano nos colocou diante de um mundo imenso de complexidade. Complexidade essa que não pode ser explicada apenas como “tendo acontecido espontaneamente”!

Esta é a parte biológica e através dela contemplanos a beleza da “máquina humana”.

Mas afinal, somos apenas “reações químicas” ou existe algo mais? O que dizer da nossa parte volitiva, intelectual e emocional? Da nossa mente? Na verdade, o que é o ser humano?

O estudo da psique humana (psicologia) é a ciência que trata da mente e do comportamento do ser humano. Ela foi a grande ciência do século XX e tem sido a do começo do século XXI. Moldamos as nossas leis baseados nas suas “proposições”; moldamos a educação dos nossos filhos baseados nas suas “proposições”; moldamos o comportamento da sociedade, da família, dos indivíduos baseados nas suas “proposições”; moldamos a nossa religiosidade baseados nas suas “proposições”; …valores milenares foram alterados! Nenhuma outra ciência teve um impacto tão profundo na humanidade e em tão pouco tempo como a psicologia.

A psicologia, como as demais ciências, é profundamente orientada por um humanismo ateísta. Este humanismo diz que podemos em nós mesmos encontrar a solução para todos os nossos problemas e anseios. O humanismo diz que poderemos um dia dominar tudo e todas as coisas, tornando-nos perfeitos. O humanismo diz que um dia seremos como “deuses”.

E a psicologia, através da roupagem científica, cuidadosamente nos tem dado razões para crer que isso é ou será possível. Não que existam provas e evidências científicas, mas baseadas uma vez mais no crer, pessoas são levadas a viver crendo que obterão as promessas feitas por esta pseudociência.

Tais pessoas adentraram assim a uma religião de deuses humanos, buscando as grandes respostas sobre a mente e o relacionamento humano, como se tais respostas estivessem apenas dentro de cada um de nós. Fomos levados a crer que temos em nós mesmos a capacidade de “consertar” e melhorar, pois afinal estamos evoluindo e a raça humana hoje é apenas um estágio desta longa cadeia evolutiva de seres vivos. “O que não será a raça humana daqui a 10 milhões de anos? Pense no que éramos a alguns poucos milhões de anos atrás: meros hominídeos (meio primatas, meio seres humanos)”, dizem os cientistas.

A psicologia, sem embasamento científico, dita quais são as regras de comportamento, de conduta, de moralidade, de cidadania e de tantas outras áreas da vida do ser humano, a qual, usando uma vestimenta científica, esconde a sua identidade religiosa.

Pouco se questiona as proposições da psicologia. Diga-se de passagem que, se o mesmo padrão de questionamento usado para com a Bíblia fosse aplicado à psicologia (e com a mesma rigidez), esta há muito teria desaparecido.

Na verdade, podemos entender porque o mundo, a Igreja, os seres humanos em geral estão tão fascinados pela religião da psicologia. Por havermos nos tornado adoradores dos deuses do absurdo e dos deuses impessoais, nos tornamos adoradores de nós mesmos. Nós nos tornamos o padrão de moral, de valores e de princípios. Nós, seres humanos, desesperadamente queremos nos tornar “deuses”.

Aqui também o criacionismo traz a proposta do Deus pessoal, que não somente criou o universo e a terra com o homem para nela habitar, mas que os criou com um propósito. Esse propósito se manifesta no relacionamento do Criador com a criatura e não somente da criatura com o meio físico e social. O criacionismo traz o absoluto da pessoa de Deus para todas as áreas, removendo o relativismo implantado por conceitos filosóficos. Não sou eu, nem a sociedade, nem os povos que têm a autoridade para definir o que é certo ou o que é errado: somente o Criador pode fazê-lo.

E aqui o elemento fé uma vez mais se faz necessário. Quando alguém aceita a proposta da psicologia sobre como se deve viver (seja qual for a área de relacionamento, problema, doença, etc.), essa pessoa estará fazendo uso da sua fé no que lhe é proposto. Quando alguém aceita os princípios do Criador contidos nas Escrituras, ele também o faz pela fé. Portanto, a base continua sendo a fé. A pergunta que uma vez mais se destaca é: Por que alguém aceita os conselhos da psicologia e rejeita os padrões do Criador expostos na Bíblia?

Até quando cocheareis entre dois pensamentos?

(1 Reis 18.21)

Cada vez menos, nós, o povo de Deus, temos ousado levantar as nossas vozes para dar a razão da esperança que há em nós (1 Pedro 3.15), por acharmos que a ciência tem provas e evidências conclusivas sobre a origem do homem e do universo. A grande verdade é que a ciência, além de não ter essas provas, também se apóia na crença das suas pressuposições, para estabelecer as suas “verdades”.

Precisamos rever o que nós cremos e por que cremos no que cremos. Qual a razão da nossa fé?

Precisamos parar e começar a pensar cientificamente, como o fizeram muitos dos homens do passado. Em vez de aceitar, devemos questionar racionalmente até encontrarmos as respostas verdadeiras.

A ciência exige uma causa para todo efeito...

A causa do sem fim é a existência do infinito (2 Crônicas 6.18);

da eternidade é a existência do eterno (Salmos 90.2);

do espaço ilimitado é a onipresença (Jeremias 23.24);

do poder é a onipotência (Isaías 40.25-26);

da sabedoria é a onisciência (Salmos 139.1-18);

da personalidade é o individual (Isaías 49.13);

das emoções é o emocional (Isaías 63.15);

da vontade é a volição (Apocalipse 4.11);

da ética é a moral (Deuteronômio 4.8);

da espiritualidade é o espiritual (João 4.24);

da beleza é a estética (Salmos 27.4);

da retidão é a santidade (Levítico 19.2);

do amar é o amor (1 João 4.8);

da vida é a existência (Êxodo 3.14).


FONTE: http://www.editorafiel.com.br

CRIACIONISMO





Criacionismo




John MacArthur


John MacArhtur, autor de mais de 150 livros e conferencista internacional, é pastor da Grace Comunity Church, em Sum Valley, Califórnia, desde 1969; é presidente do Master’s College and Seminary e do ministério “Grace to You”; John e sua esposa Patrícia têm quatro filhos e quatorze netos.


Reconhecendo que a Bíblia é a própria Palavra de Deus dirigida ao homem e entendendo a prioridade de conhecer suas verdades e obedece-las, devemos estar comprometidos em estudar com diligência o ensino das Escrituras.

Quando o universo e tudo que ele contém foram criados? O que aconteceu e quanto tempo levou? Deus, o único que existia antes mesmo de o mundo ter seu início, apresenta as respostas para essas perguntas em sua revelação ao homem — a Bíblia.

O ponto de partida

Existe uma história fictícia a respeito de alguns homens que pro- curavam resposta para esta pergunta: de onde veio a Terra? Depois de reunirem suas informações e introduzirem-nas em um sofisticado computador, eles apertaram, com grande expectativa, a tecla de respostas. As luzes brilharam, as campainhas soaram, e o computador lhes deu a seguinte mensagem impressa: “Vejam Gênesis 1.1”. Essa história fictícia ilustra um fato crucial: Deus nos outorgou uma revelação escrita que exige averiguação primária.

Testemunho unânime

Em toda a Bíblia existem afirmações específicas testemunhando que Deus criou o mundo: “Só tu és Senhor, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te adora” (Neemias 9.6); “Assim diz o Senhor, que te redime, o mesmo que te formou desde o ventre materno: Eu sou o Senhor, que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus e sozinho espraiei a terra” (Isaías 44.24); “Ah! Senhor Deus, eis que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido; coisa alguma te é demasiadamente maravilhosa” (Jeremias 32.17). O apóstolo Paulo disse ao povo de Listra: “...e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles” (Atos 14.15). “Todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Apocalipse 4.11). Uma pesquisa mais abrangente inclui 1 Crônicas 16.25-26, Jó 38-41, Salmos 33.6, Salmos 148.1-5, Provérbios 3.19, Amós 4.13, Jonas 1.9, Zacarias 12.1, Romanos 9.20, Apocalipse 10.6 e 14.7.

As passagens da Bíblia nos mostram que uma Pessoa, e não um processo, trouxe o mundo à existência; e esta é a conclusão irrefutável: Deus é a causa primária da existência de todas as coisas.

Afirmações Diretas

Para muitos crentes sinceros, a pergunta não é: “Quem criou o mundo?, e sim: “Como Deus o criou?”

A Bíblia não se mantém em silêncio a respeito deste assunto, pois ela apresenta afirmações definitivas sobre a natureza específica da Criação, referindo-se tanto à quantidade de tempo como à fonte do material utilizado.

Primeiramente, a Bíblia nos diz quanto tempo foi gasto na criação do mundo. Quando Deus (através de Moisés) desejou ilustrar como o Quarto Mandamento deveria ser obedecido, Ele mencionou a Criação como um modelo — “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou” (Êxodo 20.8-11).

O homem deve trabalhar seis dias (v. 9), porque em seis dias o Senhor criou os céus, a terra, o mar e tudo o que neles há (v. 11). Visto que os dias de trabalho são medidos em segmentos de 24 horas, o período de tempo da Criação (que serviu como protótipo) deve ter a mesma medida. Esta mesma lógica se aplica ao dia de descanso (vv. 10-11). Se os dias não possuem a mesma medida, em ambas as passagens, a ilustração perde seu significado.

Em segundo, o escritor da Epístola aos Hebreus nos fala sobre os materiais que Deus utilizou na Criação. “Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hebreus 11.3). Não existia qualquer matéria eterna; tampouco Deus plantou as sementes que se desenvolveriam e se tornariam algo mais complexo do que elas mesmas. A Bíblia deixa claro que a criação do mundo foi ex nihilo (do nada). Isto significa que o mundo visível para nós hoje não é o resultado de imensas etapas de maturação. Pelo contrário, o mundo visível chegou à existência como resultado do ato criativo da parte de Deus, sem a utilização de materiais já existentes. Visto que Deus é a causa primária da criação especial, devemos imaginar que a sua criação tenha a sua assinatura.

A natureza de Deus

A eterna perfeição de Deus é admitida em toda a Bíblia. A admirável majestade da criação, por exemplo, reflete o poder, a glória e o domínio de Deus. “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Salmos 19.1).

Nenhum processo de evolução ou maturação nos mostraria, desde o princípio, a infinidade e o poder de Deus. No entanto, desde o principio, a criatura tem ficado sem desculpa por sua ignorância a respeito de Deus, pois Ele é revelado claramente na natureza de sua criação.

É possível conceber um processo evolucionário sem qualquer atividade divina. Essa é a razão por que muitos evolucionistas são ateístas e por que Deus se torna um incômodo no pensamento deles. Entretanto, não podemos ter uma criação repentina sem a atividade de Deus. Portanto, somente através da criação repentina o poder de Deus se mostraria inconfundível desde o início. Essa foi a razão por que o apóstolo Paulo disse: “Os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Romanos 1.20).

Suponhamos, por um momento, que o mundo e seus habitantes vieram à existência por meio de um processo. O mais complexo se desenvolveria (evoluiria) a partir do mais simples. A maior parte dos evolucionistas concorda que a raça humana permanece como a epítome do processo. Se tudo isso é verdade, aquilo que é elementar a respeito da natureza do homem, também deve ser elementar no que diz respeito ao organismo original do qual o homem evoluiu.

Esta argumentação, embora atraente, é falsa por causa de pelo menos um fato bíblico elementar. O homem foi criado à imagem de Deus. Portanto, os homens não podem ter evoluído até à imagem de Deus, porque não existe qualquer intervalo de tempo entre a criação do homem e o ter sido ele feito à imagem de Deus. Está escrito: “Este é o livro da genealogia de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez” (Gênesis 5.1).

Não importa o que alguém crê a respeito das origens, é necessário admitir que Deus, em um momento de tempo, dotou a humanidade com a imagem dEle. Um processo não pode explicar a nossa natureza singular, nem explicar o fato de que a humanidade foi contaminada pelo pecado e de que, por essa razão, Deus enviou seu Filhopara redimir somente a humanidade, e não multidões de outras formas de vida.

O ministério terreno de Cristo

Podemos examinar a mais confiável autoridade neste assunto — o Criador Encarnado, Jesus Cristo. O Salvador é, com certeza, a testemunha suprema que nos pode oferecer esclarecimento convincente sobre este assunto.

A Bíblia nos fala sobre o envolvimento dEle na Criação. As Escrituras fazem declarações fortíssimas sobre o fato de que Cristo não somente se identificou com a Criação, mas também de que Ele é o seu autor: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (João 1.3). “Nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele” (Colossenses 1.16); “Nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hebreus 1.2).

Muitas explicações sobre a Criação exigem um intervalo de tempo significativo entre a criação da matéria e a origem do homem. Mas devemos ouvir o ensino do próprio Senhor Jesus: “Desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher” (Marcos 10.6). As palavras que Cristo utilizou deixam o intérprete sem qualquer outra alternativa, exceto a de entender que o homem foi uma parte da Criação, em seu final, e não um desenvolvimento subseqüente. Esta evidência determinativa é levada em conta somente em um modelo de criação repentina.

As palavras de Cristo são convincentes, mas a importância de suas obras poderosas (os milagres criativos) nos persuadem ainda mais. Em determinada ocasião, Ele criou vinho a partir da água (João 2.1-11). Em duas ocasiões, Jesus criou alimento em abundância para milhares de pessoas, a partir de pequena quantidade de comida (Mateus 14.13-21; 15.34-39). Em cada ocasião, o milagre ocorreu sem um processo e sem o decorrer de grandes períodos de tempo.

Deus proporcionou aos discípulos um vislumbre da glória de Cristo, em sua segunda vinda, no Monte da Transfiguração; e, através dos milagres, Deus também nos dá uma contemplação do poder criador de Jesus. Devemos observar com cuidado que Deus não somente era capaz de manifestar seu poder criador, mas também que Ele desejava fazer isso.

Os acontecimentos do fim do mundo

De todas as evidências bíblicas que indicam uma criação repentina, os acontecimentos do fim do mundo podem ser os mais convincentes. Quando consideramos a maneira como Deus resolveu concluir a história da humanidade, podemos vislumbrar como o mundo teve seu início.

Os crentes acreditam que seus corpos serão ressuscitados e transformados, para tornarem-se gloriosos e incorruptíveis. Temos todas as razões para crer que, de acordo com as Escrituras, o Senhor é capaz e está disposto a fazer isto (Daniel 12.2; João 5.29; Romanos 8.23; 1 Tessalonicenses 4.16-17; 1 Coríntios 15.51-52). Todos os corpos dos crentes serão recriados instantaneamente do pó da terra.

Isto se assemelha a uma repetição da criação de Adão. Naquele tempo, não somente um corpo será criado, mas, literalmente, serão criados os corpos de milhões que já creram em Cristo como seu Salvador. Visto que na ressurreição imensas multidões receberão corpos recriados, quão fácil pode ter sido para Deus no princípio criar Adão e Eva. Portanto, é válido concluir que o milagre maior e criativo da ressurreição permanece como um correspondente do milagre menor da Criação. Assim, a criação repentina não é apenas possível, mas também provável como manifestação da coerência divina.

O fim do mundo nos faz concluir que houve uma criação repentina, no princípio, da mesma maneira que o faz a ressurreição dos homens.Em uma rápida aplicação do seu divino poder, Ele purificará erenovará a terra maldita, por meio do fogo, de modo que ela se tornará uma nova terra (2 Pedro 3.10-13).

A eternidade futura não evoluirá do mundo presente. Pelo contrário, Deus trará ao fim o tempo presente, de modo rápido e poderoso, introduzindo a era final. Devido ao fato de que Deus reverterá, subitamente, o processo presente, é razoável crermos que Ele criou de modo semelhante (rapidamente e do nada) o mundo que agora existe. Tendo considerado o fim dos tempos, voltamos ao início. Será que Gênesis nos dá razões para crermos que a terra foi criada pessoalmente por Deus, em um breve período de tempo?

O relato de Gênesis

A gramática de Gênesis fornece algumas evidências convincentes para uma criação repentina. Por exemplo, a palavra hebraica traduzida “dia”, no contexto de Gênesis, refere-se tanto às horas de luz incluídas em um ciclo de 24 horas como a todo o período de trevas e luz (24 horas). Observe, primeiramente, que a palavra hebraica traduzida “dia”, quando acompanhada por um adjetivo numérico (por exemplo, quarto dia), nunca é utilizada de maneira figurada. Ela é sempre entendida normalmente.

Em segundo, devemos observar que no Antigo Testamento o plural da palavra hebraica “dia” nunca é utilizado de maneira figurada (por exemplo, Êxodo 20.9) fora de um contexto que fala sobre a Criação. Somos, portanto, levados a crer que tal palavra é utilizada de modo semelhante quando se refere às origens.

Em terceiro, os vocábulos “tarde” e “manhã” nunca são empregados de maneira figurada no Antigo Testamento. Eles sempre descrevem um período de 24 horas.

Em quarto, Deus nos oferece uma definição da palavra “dia” em Gênesis 1.5, designando-a como um período de luz e de trevas. Depois de criar a luz (Gênesis 1.3) e causar uma separação espacial, na terra, entre as trevas e a luz (Gênesis 1.4), Deus estabeleceu o ciclo luz-trevas como uma medida de tempo (ou seja, um dia). Este ciclo luz-trevas é melhor entendido como um movimento de rotação completo da terra, ou seja, um dia de 24 horas.

A interpretação gramatical das Escrituras é fundamental para que a compreendamos com exatidão. Estes fatos são significativos indicadores exegéticos do tempo manifestado na Criação. Eles indicam inquestionavelmente uma Criação em seis dias consecutivos, de 24 horas.

Agora voltemos nossa atenção especificamente para a criação do homem. A espécie humana não evoluiu de uma forma inferior de vida. Pelo contrário, ela foi criada por um decreto de Deus (a manifestação da vontade divina), a partir do pó inanimado (Gênesis 2.7, 3.19; Eclesiastes 3.20, 12.7). Nenhuma outra explicação sobre as origens do homem coaduna-se a esta evidente afirmação bíblica, exceto a criação repentina.

Além disso, a mulher não evoluiu do homem ou de qualquer outra criatura. Ela foi criada pessoalmente por Deus (Gênesis 2.21-23; 1 Coríntios 11.8,12), no mesmo dia em que o homem foi criado. Quando a mulher foi criada do homem, não houve grandes intervalos de tempo (uma maturação transformando-a em outro organismo). Visto que homem e mulher vieram à existência em uma seqüência de tempo muito aproximada, isto exigiu a manifestação do poder criativo de Deus, conforme proposto pelo modelo da criação repentina.

Com estes pensamentos em mente, devemos observar com atenção que não precisamos começar em Gênesis, para entendermos o que a Bíblia ensina a respeito da Criação. Havendo finalmente compreendido isso, podemos observar que Gênesis confirma o restante da Bíblia e fornece o seu irresistível apoio à opinião da criação repentina.

Um pensamento final

A argumentação e as conclusões deste artigo representam as evidências bíblicas de que temos de ser honestos, se aceitamos com seriedade o relato bíblico. Qualquer solução para o problema das origens formulada sem uma completa consideração destas evidências é completamente inadequada.

Talvez não precisemos de um computador, afinal de contas, para solucionarmos os problemas complexos relacionados à Criação. Entretanto, utilizamos a sugestão fictícia do computador e consultamos o relato bíblico. Esse é realmente o ponto de partida para todos os crentes que procuram conhecer a verdade.


FONTE: http://www.editorafiel.com.br/

POR QUE ESTOU COMPROMETIDO EM ENSIAR A BÍBLIA





Por que estou Comprometido em Ensinar a Bíblia


John MacArthur


John MacArhtur, autor de mais de 150 livros e conferencista internacional, é pastor da Grace Comunity Church, em Sum Valley, Califórnia, desde 1969; é presidente do Master’s College and Seminary e do ministério “Grace to You”; John e sua esposa Patrícia têm quatro filhos e quatorze netos.



Jamais aspirei ser conhecido como um teólogo, um apologista ou um erudito. Minha paixão é ensinar e pregar a Palavra de Deus. Embora tenha abordado questões teológicas e controvérsias doutrinárias, em alguns de meus livros, nunca o fiz sob o ponto de vista da teologia sistemática. Pouco me inquieta o fato de que algum assunto doutrinário se enquadra nesta ou naquela tradição teológica. Desejo saber o que é bíblico. Todas as minhas preocupações estão voltadas às Escrituras, e meu desejo é ser bíblico em todo o meu ensino.

Pregue a Palavra

Esta é a atitude com a qual abracei o ministério desde o início. Meu pai é um pastor, e, quando lhe disse, há alguns anos, que senti haver Deus me chamado para o ministério, ele me presenteou uma Bíblia em que havia escrito essas palavras de encorajamento: “Pregue a Palavra!” Esta simples frase se tornou um estímulo em meu coração. Isso é tudo que tenho me esforçado para fazer em meu ministério — pregar a Palavra.

Os pastores de nossos dias sofrem tremenda pressão para fazerem tudo, exceto pregar a Palavra. Eles são instruídos pelos eruditos do Movimento de Crescimento de Igreja que têm de alcançar as “necessidades sentidas” dos ouvintes. São encorajados a se tornarem contadores de histórias, comediantes, psicólogos e preletores que motivam. São aconselhados a evitarem assuntos que os ouvintes acham desagradáveis. Muitos já abandonaram a pregação bíblica em favor de mensagens devocionais que têm o objetivo de fazer as pessoas sentirem-se bem. Alguns têm substituído a pregação por dramatização e outras formas de entretenimento.

Mas o pastor cuja paixão é completamente bíblica tem apenas uma opção: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2 Tm 4.2).

Quando Paulo escreveu essas palavras a Timóteo, ele acrescentou este aviso profético: “Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fá- bulas” (vv. 3,4).

Com certeza, a filosofia de ministério do apóstolo Paulo não incluía a teoria de “dar às pessoas o que elas desejam”. Ele não instou Timóteo a realizar uma pesquisa a fim de descobrir o que as pessoas queriam; mas ordenou que ele pregasse a Palavra, com fidelidade, repreensão e paciência.

Na verdade, ao invés de insistir que Timóteo idealizasse um ministério que acumularia elogios do mundo, Paulo advertiu o jovem pastor a respeito de sofrimentos e dificuldades! O apóstolo não estava ensinando Timóteo sobre como ser bem-sucedido; estava encorajando-o a seguir o padrão divino. Paulo não o estava aconselhando a buscar prosperidade, poder, popularidade ou qualquer outro conceito mundano de sucesso. O apóstolo instava o jovem pastor a ser bíblico, apesar das conseqüências.

Pregar a Palavra nem sempre é fácil. A mensagem que somos exigidos a pregar é, com freqüência, ofensiva. O próprio Senhor Jesus é uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo (Rm 9.33; 1 Pe 2.8). A mensagem da cruz é uma pedra de escândalo para alguns (1 Co 1.23; Gl 5.11) e loucura para outros (1 Co 2.3).

Não temos permissão para embelezar a mensagem ou moldá-la de acordo com as preferências das pessoas. O apóstolo Paulo deixou isto claro, ao escrever a Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Tm 3.16 — ênfase acrescentada). Esta é a mensagem a ser proclamada: todo o conselho de Deus (At 20.27).

No primeiro capítulo de sua segunda carta a Timóteo, Paulo lhe dissera: “Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste” (2 Tm 1.13). O apóstolo se referia às palavras reveladas por Deus nas Escrituras — todas elas. Paulo instou Timóteo a guardar o tesouro que lhe havia sido confiado. No capítulo seguinte, o apóstolo aconselhou Timóteo a estudar a Palavra e manejá-la bem (2 Tm 2.15). E, no capítulo 3, Paulo o aconselhava a proclamá-la. Deste modo, todo o ministério de um pastor fiel gira em torno da Palavra de Deus — manter, estudar e proclamar.

Em Colossenses, Paulo, ao descrever sua própria filosofia de ministério, escreveu: “Da qual me tornei ministro de acordo com a dispensação da parte de Deus, que me foi confiada a vosso favor, para dar pleno cumprimento à palavra de Deus” (Cl 1.25 — ênfase acrescentada). Em 1 Coríntios, ele foi um passo além, afirmando: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 Co 2.1-2). Em outras palavras, seu objetivo como pregador não era entreter as pessoas com um estilo retórico ou diverti-las com esperteza, humor, novos pontos de vistas ou metodologia sofisticada; o apóstolo simplesmente pregou a Cristo.

A pregação e o ensino fiel da Palavra de Deus têm de ser o âmago de nossa filosofia de ministério. Qualquer outra filosofia de ministério substitui a voz de Deus pela sabedoria humana. Filosofia, política, psicologia, conselhos despretensiosos, opiniões humanas jamais são capazes de fazer o que a Palavra de Deus faz. Essas coisas podem ser interessantes, informativas, entreter as pessoas e, às vezes, serem úteis, mas elas não constituem o objetivo da igreja. A tarefa do pregador não é ser um canal para a sabedoria humana; ele é a voz de Deus para a igreja. Nenhuma mensagem humana tem o selo da autoridade divina — somente a Palavra de Deus. Como ousa qualquer pregador substituí-la por outra mensagem? Sincera-mente, não entendo os pregadores que estão dispostos a abdicarem deste solene privilégio. Por que devemos proclamar a sabedoria dos homens, quando temos o privilégio de pregar a Palavra de Deus?

Seja Fiel, Quer Seja Oportuno, Quer Não

Nossa tarefa nunca se acaba. Não apenas temos de pregar a Palavra de Deus, mas também precisamos fazê-lo apesar das opiniões divergentes que nos rodeiam. Somos ordenados a nos mostrarmos fiéis quando esse tipo de pregação for tolerado e quando não o for.

Encaremos esse fato: pregar a Palavra agora não é oportuno. A filosofia de ministério norteada por marketing, que está em voga no presente, afirma claramente que proclamar as verdades bíblicas está fora de moda. Exposição bíblica e teologia são vistas como antiquadas e irrelevantes. Essa filosofia de ministério declara: “As pessoas que freqüentam a igreja não querem mais ouvir a pregação da Palavra. A geração do pós-guerra simplesmente não agüenta ficar sentada no banco, enquanto à sua frente alguém prega. Eles são frutos de uma geração condicionada pela mídia e precisam de uma experiência de igreja que os satisfaça em seus termos”.

O apóstolo Paulo disse que o pregador excelente tem de ser fiel em pregar a Palavra, mesmo quando isso não está na moda. A expressão que ele utilizou “esteja pronto” (no grego, ephistemi) literalmente significa “permanecer ao lado”, retratando a idéia de prontidão. Era freqüentemente usada para descrever uma guarda militar, sempre a postos, preparada para o dever. Paulo estava falando sobre uma intensa prontidão para pregar, assim como a de Jeremias, o qual afirmou que a Palavra de Deus era como um fogo em seus ossos. Isto era o que Paulo estava exigindo de Timóteo: não relutância, e sim prontidão; não hesitação, e sim coragem; não mensagens que motivavam os ouvintes, e sim a Palavra de Deus.

Corrige, Repreende e Exorta

Paulo também deu a Timóteo instruções a respeito do tom de sua pregação. Ele utilizou duas palavras que têm conotação negativa e uma que é positiva: corrige, repreende e exorta. Todo ministério de valor precisa ter um equilíbrio entre coisas positivas e negativas. O pregador que falha em reprovar e corrigir não está cumprindo sua comissão.

Recentemente, ouvi uma entrevista no rádio com um pregador bastante conhecido por sua ênfase em pensamento positivo. Esse pregador tem afirmado em seus escritos que evita qualquer menção do pecado em suas pregações, porque ele acha que as pessoas, de alguma maneira, estão sobrecarregadas com excessiva culpa. O entrevistador perguntou-lhe como ele poderia justificar essa atitude. O pastor respondeu que bem cedo em seu ministério havia decidido focalizar as necessidades das pessoas e não atacar seus pecados.

Entretanto, a mais profunda necessidade das pessoas é confessar e vencer seus pecados. Portanto, a pregação que não confronta e corrige o pecado, através da Palavra de Deus, não satisfaz a necessidade das pessoas. Falas sentirem-se bem e res- ponderem com entusiasmo ao pregador. Mas isso não é o mesmo que satisfazer suas verdadeiras necessidades.

Corrigir, repreender e exortar é o mesmo que pregar a Palavra de Deus, pois estes são os ministérios que as Escrituras realizam – “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Tm 3.16). Observe o mesmo equilíbrio de tom positivo e negativo. Repreensão e correção são negativos, ensinar e educar são positivos.

O tom positivo é crucial também. A palavra “exorta” é para kaleo, um vocábulo que significa “encoraja”. O pregador excelente confronta o pecado e, em seguida, encoraja os pecadores arrependidos a comportarem-se de maneira cor-reta. Ele tem de fazer isso, com “paciência e longanimidade” (2 Tm 4.2). Em 2 Tessalonicenses 2.11, Paulo falou sobre exortar, encorajar e implorar, “como um pai a seus próprios filhos”. Isto freqüentemente exige muita paciência e instrução. Todavia, o pastor excelente não pode negligenciar esses aspectos de sua vocação.

Não se Comprometa em Tempos Difíceis

Existe urgência no encargo de Paulo ao jovem Timóteo: “Haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças como que sentindo coceira nos ouvidos” (2 Tm 4.3). Esta é uma profecia que lembra aquelas que encontramos em 2 Timóteo 3.1 (“Sabe, porém isto: Nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis”) e 1 Timóteo 4.1 (“O Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé”). Este, portanto, é o terceiro aviso profético de Paulo advertindo Timóteo a respeito dos tempos difíceis que estavam por vir. Observe a progressão: o primeiro aviso dizia que viria o tempo em que as pessoas se apartariam da verdade. O segundo advertia Timóteo sobre o fato de que tempos perigosos estavam vindo à Igreja. E o terceiro sugere que viria o tempo em que haveria na igreja aqueles que não suportariam a sã doutrina e, em vez disso, desejariam ter seus ouvidos coçados.

Isso está acontecendo na Igreja hoje. O evangelicalismo perdeu sua tolerância em relação à pregação confrontadora. As igrejas ignoram o ensino bíblico sobre o papel da mulher na igreja, a homossexualidade e outros assuntos. O instru- mento humano tem sobrepujado a mensagem divina. Esta é a evidência do sério comprometimento doutrinário. Se as igrejas não se arrependerem, esses erros e outros semelhantes se tornarão epidêmicos.

Devemos observar que o apóstolo Paulo não sugeriu que o caminho para alcançar nossa sociedade é abrandar a mensagem, de modo que as pessoas sintam-se confortáveis com ela. O oposto é verdade. Esse coçar os ouvidos das pessoas é uma abominação. Paulo instou Timóteo a estar disposto a sofrer por amor à verdade e continuar pregando a Palavra com fidelidade.

Um intenso desejo por pregação que causa coceira nos ouvidos tem conseqüências terríveis. O versículo 4 diz que essas pessoas “se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2 Tm 4.4). Elas se tornam vítimas de sua própria recusa em ouvir a verdade. “Se recusarão” está na voz ativa. As pessoas voluntariamente escolherão essa atitude. “Entregando-se às fábulas” está na voz passiva; descreve o que acontece a tais pessoas. Tendo se afastado da verdade, elas se tornam vítimas do engano. Ao se afastarem da verdade, tornam-se presas de Satanás.

A verdade de Deus não coça nossos ouvidos; pelo contrário, ela os golpeia e os queima. Ela reprova, repreende, convence; depois, exorta e encoraja. Os pregadores da Palavra têm de ser cuidadosos em manter esse equilíbrio.

Sempre houve nos púlpitos homens que reuniram grandes multidões porque eram oradores dotados, interessantes contadores de histórias e preletores que entretinham os ouvintes; tinham personalidades dinâmicas; eram perspicazes manipuladores das multidões, políticos populares, elaboradores de mensagens que estimulavam os ouvintes e eruditos. Esse tipo de pregador pode ser popular, mas não é necessariamente poderoso. Ninguém prega com poder, se não pregar a Palavra de Deus. Nenhum pregador fiel minimiza ou negligencia todo o conselho de Deus. Proclamar toda a Palavra – essa é a vocação do pastor.


FONTE: http://www.editorafiel.com.br

http://www.gty.org/

O ÚLTIMO SERMÃO-THOMAS WATSON













O Último Sermão


Thomas Watson

Nascido em 1620, Thomas Watson estudou em Cambridge (Inglaterra). Em 1646, iniciou um pastorado de dezesseis anos em Londres. Entre suas principais obras, estão o seu famoso Body of Pratical Divinity (Compêndio de Teologia Prática), publicado postumamente em 1692.



A 24 de agosto de 1662, dois mil ministros puritanos do evangelho foram excluídos de seus púlpitos, tendo recebido a ordem de não mais pregarem em público. O Ato de Uniformidade, baixado pelo parlamento inglês, conhecido pelos evangélicos como a Grande Ejeção, pairava por sobre a Inglaterra como uma nuvem espessa. Muitos líderes eclesiásticos da Igreja Anglicana, a religião oficial, estavam forçando os puritanos a cessarem suas prédicas ou a se moldarem à adoração litúrgica decretada por lei. Muitos ministros preferiam o silêncio à transigência.

Com olhos marejados de lágrimas, milhares de crentes humildes ouviram seu último sermão no domingo imediatamente anterior à data em que o Ato se tornaria lei. E, naquele último domingo de liberdade, os ministros puritanos provavelmente pregaram os seus melhores sermões.

O sermão que passamos a transcrever, de modo um tanto abreviado, foi pregado por Thomas Watson a seu pequeno rebanho.

Antes que eu me vá, devo oferecer alguns conselhos e orientações para vossas almas. Eis as vinte instruções que tenho a dar a cada um de vós, para as qua­­is desejo a mais especial atenção:

1) Antes de tudo, observa tuas horas constantes de oração a Deus, diaria­­mente. O homem piedoso é homem “separado” (Sl 4.3), não apenas porque Deus o separou por eleição, mas também porque ele mesmo se separa por devoção. Inicia o dia com Deus, visita-O pela manhã, antes de fazeres qualquer outra coisa.

Lê as Escrituras, pois elas são, ao mesmo tempo, um espelho que mostra as tuas manchas e um lavatório onde podes branquear essas máculas. Adentra ao céu diariamente, em oração.

2) Coleciona bons livros em casa. Os livros de qualidade são como fontes que contêm a água da vida, com a qual poderás refrigerar-te. Quando descobrires um arrepio de frio em tua alma, lê esses livros, onde poderás ficar familiarizado com aquelas verdades que aquecem e afetam o coração.

3) Tem cuidado com as más companhias. Evita qualquer familiaridade desnecessária com os pecadores. Ninguém pode apanhar a saúde de outrem; mas pode-se apanhar doenças. E a doença do pecado é altamente trans­missível.

Visto não podermos melhorar os outros, ao menos tenhamos o cuidado de que eles não nos façam piores. Está escrito acerca do povo de Israel que “se mesclaram com as nações e lhes aprenderam as obras” (Sl 106.35).

As más companhias são as redes de arrastão do diabo, com as quais arrasta milhões de pessoas para o inferno. Quantas famílias e quantas almas têm sido arruinadas pelas más companhias!

4) Cuidado com o que ouves. Existem certas pessoas que, com seus modos sutis, aprendem a arte de misturar o erro com a verdade e de oferecer veneno em uma taça de ouro. Nosso Salvador, Jesus Cristo, acon­selhou-nos: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresen­tam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mt 7.15).

Sê como aqueles bereanos que examinavam as Escrituras, para verificar se, de fato, as coisas eram como lhes foram anunciadas (At 17.11). Aos crentes é mister um ouvido discernidor e uma língua crítica, que possam distinguir entre a verdade e o erro e ver a diferença entre o banquete oferecido por Deus e o guisado colocado à sua frente pelo diabo.

5) Segue a sinceridade. Sê o que pareces ser. Não sejas como os remadores, que olham para um lado e remam para outro. Não olhes para o céu, com tua profissão de fé, para, então, remar em direção ao inferno, com tuas práticas. Não finjas ter o amor de Deus, ao mesmo tempo que amas o pecado. A piedade fingida é uma dupla iniqüidade.

Que teu coração seja reto perante Deus. Quanto mais simples é o diamante, tanto mais precioso ele é; e quanto mais puro é o coração, maior é o valor que Deus dá à sua jóia. O salmista disse sobre Deus: “Eis que te comprazes na verdade no íntimo” (Sl 51.6).

6) Nunca te esqueças da prática do auto-exame. Estabelece um tribunal em tua própria alma. Tem receio tanto de uma santidade mascarada quan­to de ires para um céu pintado. Julgas-te bom porque outros assim pensam de ti?

Permite que a Palavra seja um ímã com o qual provarás o teu coração. Deixa que a Palavra seja um espelho, diante do qual poderás julgar a aparência de tua alma. Por falta de autocrítica, muitos vivem conhecidos pelos outros, mas morrem desconhecidos por si mesmos. “De noite indago o meu íntimo”, disse o salmista (Sl 77.6).

7) Mantém vigilância quanto à tua vida espiritual. O coração é um instrumento sutil, que gosta de sorver a vaidade; e, se não usarmos de cautela, atrai-nos, como uma isca, para o pecado. O crente precisa estar constantemente alerta.

Nosso coração se assemelha a uma “pessoa suspeita”. Fica de olho nele, observa o teu coração continuamente, pois é um traidor em teu próprio peito. Todos os dias deves montar guarda e vigiar. Se dormires, aí está a oportunidade para as tentações diabólicas.

8) O povo de Deus deve reunir-se com freqüência. As pombas de Cristo devem andar unidas. Assim, um crente ajudará a aquecer ao outro. Um conselho pode efetuar tanto bem quanto uma pregação. “Então, os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros” (Ml 3.16).

Quando um crente profere a palavra certa no tempo oportuno, derrama sobre o outro o óleo santo que faz brilhar com maior fulgor a lâmpada do mais fraco. Os biólogos já notaram que há certa simpatia entre as plantas. Algumas produzem melhor quando crescem perto de outras plantas. Semelhantemente, esta é a verdade no terreno espiritual. Os santos são como

árvores de santidade. Medram melhor na piedade quando crescem juntos.

9) Que o teu coração seja elevado acima do mundo. “Pensai nas coisas lá do alto” (Cl 3.2). Podemos ver o reflexo da lua na superfície da água, mas ela mesma está acima, no firmamento. Assim também, ainda que o crente ande aqui em baixo, o seu coração deve estar fixado nas glórias do alto.

Aqueles cujos corações se elevam acima das coisas deste mundo não ficam aprisionados com os vexames e desassossegos que outros experimentam, mas, antes, vivem plenos de alegria e de contentamento.

10) Consola-te com as promessas de Deus. As promessas são grandes suportes para a fé, que vive nas promessas do mesmo modo que o peixe vive na água. As promessas de Deus são quais balsas flutuantes que nos impedem de afundar, quando entramos nas águas da aflição. As promessas são doces cachos de uvas produzidos por Cristo, a videira verdadeira.

11) Não sejas ocioso, mas trabalha para ganhar o teu sustento. Estou certo de que o mesmo Deus que disse: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar”, também disse: “Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra”. Deus jamais apoiou qualquer ociosidade.

Paulo observou: “Estamos informados de que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão” (2 Ts 3.11-12).

12) Ajunta a primeira tábua da Lei à segunda, isto é, piedade para com Deus e eqüidade para com o próximo. O apóstolo Paulo reúne essas duas idéias, em um só versículo: “Vivamos, no presente século... justa e piedosamente” (Tt 2.12). A justiça se refere à moralidade; a piedade diz respeito à santidade.

Alguns simulam ter fé, mas não têm obras; outros têm obras, mas não têm fé. Alguns se consideram zelosos de Deus, mas não são justos em seus tratos; outros são justos no que fazem, mas não têm a menor fagulha de zelo para com Deus.

13) Em teu andar perante os outros, une a inocência à prudência. “Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt 10.16). Devemos incluir a inocência em nossa sabedoria, pois doutro modo tal sabedoria não passará de astúcia; e precisamos incluir sabedoria em nossa inocência, pois do contrário nossa inocência será apenas fraqueza.

Convém que sejamos tão inofensivos como as pombas, para que não causemos danos aos outros, e que tenhamos a prudência das serpentes, a fim de que os outros não abusem de nós nem nos manipulem.

14) Tenha mais medo do pecado que dos sofrimentos. Sob o sofrimento, a alma pode manter-se tranqüila. Porém, quando um homem peca voluntariamente, perde toda a sua paz. Aquele que comete um pecado para evitar o sofrimento, assemelha-se ao indivíduo que permite sua cabeça ser ferida, para evitar danos ao seu escudo e capacete.

15) Foge da idolatria. “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 Jo 5.21). A idolatria consiste numa imagem de ciúme que provoca a Deus. Guarda-te dos ídolos e tem cuidado com as superstições.

16) Não desprezes a piedade por estar sendo ela perseguida. Homens ímpios, quando instigados por Satanás, vituperam, maliciosamente, o caminho de Deus.

A santidade é uma qualidade bela e gloriosa. Chegará o tempo quando os iníquos desejarão ver algo dessa santidade que agora desprezam, mas estarão tão removidos dela como agora estão longe de desejá-la.

17) Não dá valor ao pecado por estar atualmente na moda. Não julga o pecado como coisa apreciável, só porque a maioria segue tal caminho. Pensamos bem sobre uma praga, só porque ela se torna tão generalizada e atinge a tantos? “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as” (Ef 5.11).

18) No que diz respeito à vida cristã, serve a Deus com todas as tuas forças. Deveríamos fazer por nosso Deus tudo quanto está no nosso alcance. Deveríamos servi-Lo com toda a nossa energia, posto que a sepultura está tão perto, e ali ninguém ora nem se arrepende. Nosso tempo é curto demais, pelo que também o nosso zelo de Deus deveria ser intenso. “Sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).

19) Faze aos outros todo o bem que puderes, enquanto tiveres vida. Labuta por ser útil às almas de teus semelhantes e por suprir as necessidades alheias. Jesus Cristo foi uma bênção pública no mundo. Ele saiu a fazer o bem.

Muitos vivem de modo tão infrutífero, que, na verdade, suas vidas dificilmente são dignas de uma oração, como também seu falecimento quase não merece uma lágrima.

20) Medita todos os dias sobre a eternidade. Pois talvez seja questão de poucos dias ou de poucas horas — haveremos de embarcar através do ocea­no da eternidade. A eternidade é uma condição de desgraça eterna ou de felicidade eterna. A cada dia, passa algum tempo a refletir a respeito da eternidade.

Os pensamentos profundos sobre a eterna condição da alma deveriam servir de meio capaz de promover a santidade.

Em conclusão, não devemos superestimar os confortos deste mundo. As conveniências do mundo são muito agradáveis, mas também são passageiras e logo se dissipam. A idéia da eternidade deve ser o bastante para impedir-nos de ficar tristes em face das cruzes e sofrimentos neste mundo. A aflição pode ser prolongada, mas não eterna. Nossos sofrimentos neste mundo não podem ser comparados com nosso eterno peso de glória.

Considerai o que vos tenho dito, e o Senhor vos dará entendimento acerca de tudo.


FONTE: http://editorafiel.com.br

SETOR EDUCAÇÃO CRISTÃ CPAD-JEREMIAS LIÇÃO 9

sexta-feira, 28 de maio de 2010



Conteúdo Adicional para as aulas de Lições Bíblicas Mestre
Produzidos pelo Setor de Educação Cristã

Subsídios extras para a lição Jeremias, esperança em tempos de crise

2º trimestre/2010




Lição 09 - Esperando contra a Esperança


Leitura Bíblica em Classe
Jeremias 30.7-11

Introdução
I. O que é esperança
II. A angústia de Jacó
III. O restabelecimento de Israel





A TEOLOGIA DA SUBSTITUIÇÃO E ISRAEL

NO CONTEXTO HISTÓRICO DA BÍBLIA



A profecia bíblica tem uma particularidade em relação ao povo de Israel. Este povo protagoniza a maior parte da profecia, aproximadamente 70% dela. Para fazer este diagnóstico é preciso responder algumas perguntas: A profecia no Antigo Testamento tem como o público alvo quem? Todas as profecias em relação a Israel se cumpriram? Deus prometeu uma terra no Oriente Médio para a Igreja ou Israel? Essa promessa se cumpriu literalmente? Essas questões nos dias hodiernos têm despertado sentimentos opostos em relação à nação de Israel.
A eleição do método de interpretação da Escatologia tem levado à obtenção de informações distintas em relação ao papel que Israel desempenha na profecia bíblica. Ao longo da história da igreja, alguns métodos foram desenvolvidos no compromisso de extraírem do texto bíblico a verdade mais clara e objetiva possível quanto ao esclarecimento do assunto.
No contexto do Terceiro Século da Era Cristã, o período patrístico (desenvolvimento da doutrina pelos pais da igreja), se destacam três grandes escolas catequéticas de interpretação: Alexandria, Antioquia e Ocidental. Porém, a escola catequética de Alexandria destacou-se por desenvolver um método natural de harmonia entre a teologia e a filosofia (neoplatonismo) e desencadeiou um dos principais métodos de interpretação das Escrituras na igreja antiga: o método Alegórico[1]. Ele foi propagado pela escola de Alexandria e representado respectivamente por Filo, Clemente de Alexandria e Orígenes[2] respectivamente. A proposta era que toda a Escritura devia ser interpretada alegoricamente.
O clérigo cristão[3], formado por bispos e sacerdotes romanos influenciados por esse princípio hermenêutico, insistiu que o império tratasse o judaísmo com severidade, porque a perda do estado palestino (destruição de Jerusalém e do Templo no ano 70) era um sinal claro de que Deus rejeitara o povo judeu. É nesse contexto que a Teologia da Substituição ganha força, e a Igreja romana arroga para si o título de o novo “Israel de Deus” e julga Israel como o “povo rebelde que matou Jesus” e fora rejeitado para sempre.

Sobre a Teologia da Substituição, diz Arnold Fruchtenkbaum[4]:

A teologia da substituição entende que o moderno Estado israelense é apenas um acidente na história, sem nenhuma relação com a profecia bíblica. Segundo esta visão, quando Israel rejeitou o messiado de Jesus, Deus rejeitou o povo judeu. Assim, todas as profecias sobre o povo judeu já estariam cumpridas e não haveríamos de esperar nenhuma futura restauração. Deus transferiu para a Igreja todas as promessas de sua aliança com Israel, de modo que todas as promessas ainda não cumpridas serão concretizadas na Igreja. As profecias que falam sobre uma reunião mundial do povo judeu não devem ser entendidas de forma literal. Na verdade, falam sobre Deus reunindo seus eleitos na Igreja até que esta se complete. Os judeus de hoje podem ser salvos em Cristo, mas é necessário que se unam à Igreja. Deus não planejou uma restauração futura do povo de Israel como grupo étnico. Nada do que esteja acontecendo hoje com Israel está relacionado às profecias, e o povo judeu não possui nenhum futuro profético.

As Assembleias de Deus no Brasil adota o método sadio de interpretação, mais conhecido como “Histórico-Gramatical” [5]. Esse método procura interpretar o texto bíblico compreendendo o seu contexto histórico e a semântica das palavras de acordo com as regras gramaticais. O texto bíblico é tratado com literalidade o que é inequivocamente literal e figurativo o que é claramente figurado. Estas regras de interpretação são estabelecidas de acordo com o que convencionalmente é aceito na comunidade internacional, ou seja, a interpretação do texto deve levar em conta o que o autor pensou, quis dizer, disse e o seu contexto vivencial. O método alegórico anula o que o autor disse e o seu contexto, propondo uma interpretação baseada nos pressupostos do intérprete em detrimento do contexto histórico e gramático do texto em análise.
Algumas escolas de interpretação que sofreram influências do Racionalismo, Existencialismo e Iluminismo têm dificuldades em analisar e afirmar a relevância de Israel hoje. O método que mais encarna essa influencia é o Histórico-Crítico, que como muleta tende a “desmitologizar” a Bíblia, fazendo do trabalho crítico (não o que faz a crítica textual) um pressuposto de anulação das Sagradas Escrituras.
Portanto, considerando o método histórico-gramatical, a nação de Israel possui um papel determinante na profecia bíblica. Há no texto bíblico, claros sinais de que Deus tratará com o seu povo, Israel, de forma distinta, objetiva e coletiva como vem acontecendo acerca dos séculos (Diáspora, pogroms dos czares na Rússia, o Holocausto na Alemanha, etc...). Constatar que Deus está no controle da história humana e a conduz com suas bondosas mãos, gera em nós um sentimento de Esperança que só nEle se pode achar.

Profecias sobre Israel:

Arrependimento da Nação – Dt 30.1-5; Is 27.12-13; Ez 39.25-29
Reunião na Terra Prometida – Ez 20.33-38
A nova aliança – Jr 31. 31-34
Reunião sem fé e pela fé – Is 11.11 – 12.6
O começo da grande tribulação – Dn 9.24-27; Is 28. 14-22
O terceiro templo e a abominação da desolação – Dn 9.27; Mt 24.15,16; 2 Ts 2.3,4; Ap 11.1,2.
Ezequiel: Gogue – Ez 38 e 39.

Referência Bibliográfica
LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro 1ª. ed. CPAD, 2008.
ALMEIDA, Abraão de. Israel, Gogue e o Anticristo. Rio de Janeiro, CPAD.
BENTHO, Esdras Costa. Hermenêutica fácil e descomplicada. Rio de Janeiro, CPAD, 2003.
BERKHOF, Louis. Princípios de Interpretação Bíblica. São Paulo, Cultura Cristã, 2008.


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[1] Eleição de uma interpretação no sentido figurado em detrimento do sentido literal.
[2] Louis Berkof faz uma síntese sobre a história da interpretação do texto bíblico em sua obra “Princípios de Interpretação Bíblica” da Editora Cultura Cristã, pp.19-22.
[3] Entende-se por Clérigo Cristão a igreja romana que estava casada com o Estado através da figura de Constantino. Agora, a igreja que perseguia passara a perseguir as outras religiões, mas especialmente os judeus.
[4] Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica de Tim Lahaye e Ed Hindson. Rio de Janeiro 1ª. ed. CPAD, 2008, p. 372, 3.
[5] O professor Esdras Bentho faz uma análise minuciosa da evolução e contradições dos métodos de interpretação em sua obra “Hermenêutica Fácil e Descomplicada” nas pp.123-202. E Berkof, em sua obra “Princípios de Interpretação Bíblica”, traça a evolução histórica do método histórico gramatical nas pp.29-34.

SETOR EDUCAÇÃO CRISTÃ CPAD-JUVENIS



Conteúdo adicional para as aulas de Juvenis.

Subsídios para as lições do 2º Trimestre de 2010

O adolescente e seus relacionamentos





Lição 09 - Eu & o virtual


Texto Bíblico: Provérbios 1.7,33; 2.11-13,20; 10.23


Caro professor, é urgente a necessidade de dialogar com os jovens de nossas igrejas acerca dos perigos nos relacionamentos que os cercam! O apóstolo Pedro no capítulo 5 e versículo 8 de sua primeira carta diz: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar “. O contexto remoto desse parágrafo deixa claro que o apóstolo Pedro está falando para os jovens da igreja. Portanto, é fundamental que a constante vigilância seja redobrada com as informações de cunho virtual, porque é a maneira mais astuta de enganar jovens que estão dentro de suas próprias casas. O comentarista Matthew Henry, sobre Provérbios 1.7-10, expõe[1]:



Néscias são as pessoas que não têm sabedoria e seguem seus próprios artifícios, sem considerar a razão nem a reverência para com Deus.

As crianças são criaturas que raciocinam, e quando lhes dizemos o que fazer, devemos dizer-lhes o motivo. Portanto, é necessário que com a instrução haja uma lei. Que as verdades e mandamentos divinos sejam para nós altamente honoráveis; valorizemo-los e então o serão para nós.

As pessoas más exercem zelo para seduzirem as demais, a fim de levá-las às sendas do destruidor, e os pecadores amam a companhia para pecar. Porém, terão muito pelo que responder. Quão cautelosos devem ser os jovens! (4.32). Não consintamos nem falemos como os ímpios falam, nem ajamos como eles agem, nem tenhamos comunhão com eles. Quem poderia pensar que, para certos homens, é um prazer destruir os outros.

Professor, incentive, neste domingo, o seu aluno a fazer uma análise crítica e coerente com os preceitos cristãos de todos os seus relacionamentos, mostrando que o seu bem e de sua família pode ser garantido a partir desse exercício crítico. Boa Aula!

SETOR EDUCAÇÃO CRISTÃ CPAD-ADOLESCENTES



Conteúdo adicional para as aulas de Adolescentes


Subsídios para as lições do 2º Trimestre de 2010

Minha missão no mundo




Lição 09 - Ultrapassando Fronteiras

Texto bíblico: Atos 13.1-4


Prezado (a) Professor (a), na lição deste domingo você tem um grande desafio: trazer uma consciência missionária aos adolescentes. Informe-lhes que Deus pode usá-los de forma poderosa, como foi com um grupo de jovens missionários americanos, segundo narra-nos James L. Garlow:

As pessoas convertidas e afetadas pelo evangelho ficaram preocupadas com a condição espiritual de outros países. O movimento missionário moderno traça suas raízes até um acontecimento incomum, que teve lugar em 1806. Os alunos da Faculdade Willians, de Massachusetts, estavam em um pequeno grupo de oração quando se assustaram com raios e se esconderam num monte de feno. Este acontecimento ficou conhecido como a famosa “reunião de oração do monte feno”, de 1806, em que sete jovens fizeram um voto de devoção a Deus, prometendo apoiar e ajudar as missões pelo mundo. Em 1808, este grupo formou a organização conhecida como Sociedade dos Irmãos, cujo lema era: “Podemos fazer se quisermos”. No seminário Andover, vários outros estudantes juntaram-se ao grupo, entre os quais o mais conhecido é Adoniram Judson. Em 1810, em Massachusetts, na Associação Congregacional de Ministros, Judson e outros três estudantes fizeram um apelo aos ministros da congregação para que apoiassem financeiramente o trabalho missionário. Naquele ano, formou-se o Conselho de Delegados de Missões no Estrangeiro. Assim, começou o movimento missionário contemporâneo que, no fim, enviou dezenas de milhares de missionários para todas as partes da terra (GARLOW, James L. Deus e o seu Povo. Rio de Janeiro, CPAD, 2007, p. 228).

Professor quantas vidas foram alcançadas por Deus através desse movimento missionário, cuja origem foi a iniciativa de alguns jovens? Assegure aos seus alunos o quanto podem ser instrumentos usados nas mãos de Deus para fazer uma obra extraordinária na evangelização.

SETOR EDUCAÇÃO CRISTÃ CPAD-PRÉ-ADOLESCENTES





Conteúdo adicional para as aulas de Pré-Adolescentes

Subsídios para as lições do 2º Trimestre de 2010


As Parábolas de Jesus




Lição 09 - A ovelha perdida

Texto Bíblico: Lucas 15.1-7


Esta passagem do Evangelho de Lucas começa com a oposição dos fariseus, como a seção anterior (14.1). Aqui, os fariseus reclamam sobre a amizade de Jesus com “pecadores”, como já tinham feito anteriormente (5.30;7.39). Lucas colocou juntas três parábolas que falam da alegria de Deus com o arrependimento de um único pecador.

O relacionamento de Jesus com os pecadores, aos olhos dos fariseus, já foi documentado (5.30; 7.34). Os publicanos eram judeus que trabalhavam para o Império Romano, cobrando dos seus compatriotas as taxas para Roma. Ainda assim, estas pessoas chegavam-se a ele... para o ouvir. Estas eram exatamente as pessoas que Jesus tinha vindo alcançar – aquelas que precisavam de ajuda. Naquela cultura, sentar-se e participar de uma refeição com uma pessoa mostrava certo grau de identificação de boas-vindas. Se Jesus estava comendo com estas pessoas horríveis, então Ele era culpado por ter uma má associação. Os fariseus nem sequer se aproximavam de tais pessoas, nem mesmo para ensinar-lhes a lei ou mostrar-lhes Deus.

Os líderes religiosos deviam pensar em si mesmos como pastores (na verdade, como líderes da nação, eles deviam estar servindo como pastores do povo de Deus). Cada pastor tem cem ovelhas – um número típico para um rebanho médio de ovelhas. Os pastores contavam suas ovelhas todas as noites, pois as ovelhas se desgarravam e se perdiam facilmente. Quando este pastor contou, lhe faltava uma ovelha. Jesus usou a preocupação do pastor com cada ovelha para propor a pergunta: “Que homem dentre vós... não deixa... as noventa e nove e não vai após a perdida até... achá - la?” A resposta era óbvia para os ouvintes – qualquer pastor preocupado faria isto. Ele procuraria, encontraria a ovelha perdida, e a levaria de volta ao rebanho e se alegraria.
O amor de Deus por cada indivíduo é tão grande que ele procura cada um e se alegra quando ele é “encontrado”. Jesus se relacionava com pecadores porque queria trazer à ovelha perdida – as pessoas consideradas já sem esperança – as Boas Novas do Reino de Deus

Texto extraído do: Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. p.420-421, CPAD

Professor, explique aos alunos que para nós cristãos, esta parábola da ovelha perdida não é somente um convite para alegrar-se com Deus pelo arrependimento de pecadores, mas também um lembrete para seguir o exemplo de Jesus na busca pelos perdidos. Seguindo esse lembrete, organize um evangelismo com toda a classe para o próximo final de semana.

CRIAÇÃO:VERDADE OU MITO?

terça-feira, 25 de maio de 2010


Criação: verdade ou mito?


POR REV.HERNANDES DIAS LOPES


Richard Dawkins escreveu recentemente um livro insolente, cujo título é: Deus, um delírio. O propósito deste proclamado autor é ridicularizar a fé cristã e negar acintosamente a criação. Em breve, porém, tanto Richard Dawkins quanto sua obra estarão cobertos de poeira e Deus estará, como sempre esteve, imperturbavelmente assentado em seu trono de glória. Nenhuma doutrina é mais combatida atualmente do que a verdade exposta em Gênesis 1.1: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. De onde veio o universo? Para responder a essa questão, várias teorias foram criadas:

1. A teoria da geração espontânea - A teoria da geração espontânea diz que o universo deu a luz a si mesmo. Não houve um criador nem uma causa primeira. Essa posição pode ser sintetizada na seguinte sentença: “Ninguém vezes nada é igual a tudo”. A ciência prova que o universo é formado de massa e energia. Também a ciência atesta que o universo é governado por leis. Sabemos que massa e energia não criam leis nem as leis criam a si mesmas. Logo, as leis foram criadas. Por quem? Pelo acaso? A resposta está na Bíblia: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Se é inimaginável para nós ver um relógio sem pensar que um relojoeiro o fez. Se é impossível para nós ver uma casa sem pensar que um pedreiro a construiu. Muito mais estonteante é pensar que esse vasto universo surgiu espontaneamente.

2. A teoria da explosão (Big Bang) - A teoria do Big Bang diz que o universo surgiu de uma gigantesca explosão cósmica. A pergunta é: Será que o caos pode gerar o cosmos? Será que a desordem pode gerar a ordem? Será que uma colossal explosão pode gerar um universo com leis, movimentos, harmonia e propósito? Seria mais fácil acreditar que se jogássemos para o ar milhões de letras, elas cairiam na forma de uma enciclopédia. Seria mais fácil acreditar que se lançássemos uma bomba atômica numa região, levantar-se-ia dessa poeira uma cidade com praças e jardins. A desordem não produz ordem nem o caos produz o cosmos. Os astrônomos chegam a dizer que o diâmetro do universo deve chegar a 10 bilhões de anos-luz. A velocidade da luz é 300 mil quilômetros por segundo. Sendo assim, se tomássemos uma nave espacial percorrendo a fantástica velocidade de 300 mil quilômetros por segundo, gastaríamos 10 bilhões de anos para ir de um extremo ao outro. Será que uma gigantesca explosão produziu esse vasto universo governado por leis? Sabemos que a terra é o lugar adequado para nossa sobrevivência. Seria isso produto do acaso ou de uma explosão? Se estivéssemos mais pertos do sol, seríamos queimados; se estivéssemos mais longe, morreríamos congelados. Precisaríamos mais fé, para aceitarmos a teoria da explosão como origem do universo do que crer que, no princípio criou Deus os céus e a terra.

3. A teoria da evolução das espécies - Charles Darwin em 1859 lançou em Londres o livro Origem das Espécies. Esse livro tornou-se o credo de milhões de pessoas a partir do século dezenove. Hoje, ensina-se a evolução nas Escolas e Universidades como se essa teoria fosse uma verdade científica. Segundo Darwin o mundo é o produto de uma evolução de milhões e milhões de anos. Essa evolução é regida pela seleção das espécies, ou seja, a sobrevivência do mais apto. O supracitado livro de Darwin tem mais de oitocentos verbos no futuro do subjuntivo (suponhamos). Trata-se de um amontoado de suposições. O relato de Gênesis, porém, está de acordo com as descobertas da ciência. Somos seres programados geneticamente. Deus colocou em nós os códigos de vida. Podemos ver mutação de espécies, mas não transmutação. Você pode ter diversos tipos de cães, mas jamais verá um cachorro se transformando num leão. Você pode ter diversos tipos de macacos, mas jamais verá um macaco se transformando em homem. Está correto o enunciado: “A ciência corretamente analisada jamais entrará em contradição com a Bíblia corretamente interpretada, pois ambas têm o mesmo autor: Deus”. Reafirmamos, portanto, nossa fé: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).


Rev. Hernandes Dias Lopes

FONTE:http://ministerio.hernandesdiaslopes.com.br