MOVIMENTO PENTECOSTAL-LIÇÃO 8

segunda-feira, 23 de maio de 2011

 

Rev.Lições Jovens e Adultos Conteúdo Adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 2º Trimestre de 2011
Movimento Pentecostal - As doutrinas da nossa fé

Lição 8 - O genuíno culto pentecostal

A igreja deve ser regularmente instruída a manter a ordem no culto público...

Texto Bíblico:  1Coríntios 14.26-33,39,40
INTRODUÇÃO
I. A ADORAÇÃO E CULTO
II. COMPOSIÇÃO DO CULTO PENTECOSTAL
III. MODISMOS LITÚRGICOS
CONCLUSÃO

A ORDEM E REVERÊNCIA NOS CULTOS

É lamentável ver em muitas igrejas, às vezes em igrejas grandes e conhecidas, conversas e cochichos sem fim nos cultos públicos, e o motivo disso é, principalmente, porque o mau exemplo vem do púlpito, onde pastores, presbíteros, etc, julgam-se com o direito de cochicharem uns com os outros e até mesmo durante a pregação da Palavra do Senhor. Isso constitui falta grave.
Muitas coisas gloriosas de que temos exemplo nas Escrituras podem acontecer no culto público, inclusive curas, milagres e maravilhas. Mas no culto público não deve haver falatórios e cochichos nem no púlpito nem na congregação.

A mensagem que o pregador leva é por vezes gravemente prejudicada pelos falatórios e cochichos, pelo andar de crianças nos corredores, pelo chorar de crianças, pelo vaivém de muitos entrando e saindo do recinto do templo sem necessidade, pela formação de bloquinhos nos corredores e por outras irreverências tão lamentáveis. É dever dos diáconos reprimir energicamente tais procedimentos, e cabe ao pastor da igreja fiscalizar para que a ordem seja mantida.

A igreja deve ser regularmente instruída a manter a ordem no culto público, e o pastor deve determinar aos diáconos e auxiliares a respeito.

A ordem nos cultos é essencial ao progresso espiritual da igreja e ao bom conceito do pastor. Uma igreja cujos cultos se realizam em desordem da má impressão aos visitantes e mesmo aos membros que compreendem as coisas de Deus, revela um pastor descuidado e não alcança o desejado progresso espiritual.

O SIGNIFICADO DA LITURGIA BÍBLICA

Introdução

Karl Barth (1886-1968) afirmou certa vez que o culto cristão é o ato mais importante, mais relevante e mais glorioso na vida do homem. Acredito que nenhum cristão, seja qual for a sua orientação denominacional, ousaria contraditar o grande teólogo suíço. Pois todos empenhamo-nos em prestar ao Redentor a mais excelsa das adorações.

Além disso, a nossa índole espiritual induz-nos a adorá-lo; é uma necessidade que reivindica pronta satisfação. Mas o que muitos não querem admitir é que o culto, por mais simples e singelo, não prescinde da liturgia.

Alguns movimentos não toleram sequer a hipótese de uma liturgia no culto cristão. Haja vista os pietistas, os puritanos e as comunidades de fé pentecostal. Achamos que a liturgia acabará por destruir-nos a espontaneidade, a modéstia e a beleza espiritual. Todavia, mesmo sem o admitir, temos uma liturgia. Tem início esta quando nos reunimos com o propósito de adorar a Deus na beleza de sua santidade. E prossegue já com a oração e os cânticos congregacionais, e tem continuidade já com a proclamação do Evangelho. E encerra-se com a impetração da bênção apostólica.

Isto é liturgia!

Só há uma maneira de se evitá-la: deixar de se reunir, e não mais celebrar publicamente a bondade divina. Mas enquanto o povo de Deus congregar-se para honrar-lhe o nome, e tributar-lhe deferências e glórias, a liturgia aí estará presente. E nem por isso prejudicará o desenvolvimento espiritual dos fiéis. Pelo contrário: ajuda-los-á a consagrar-se mais ao serviço cristão. Aliás, até mesmo a devoção individual reclama uma liturgia.

Conforme veremos mais adiante, o mal não está na liturgia, e sim no formalismo que vem destruindo igrejas e mumificando grandes movimentos.
1. O verdadeiro sentido da liturgia
A palavra liturgia é originária do grego leitourgia. Esta, por seu turno, é formada por dois vocábulos: leitos, público e ergon, trabalho. Literalmente, significa serviço público. Na Antiga Grécia, o termo era usado para designar uma função administrativa num órgão governamental. Desde a sua origem, por conseguinte, a liturgia tem uma forte conotação com o serviço que os súditos devem prestar ao rei.

O termo passou, com o tempo, a designar o culto público e oficial da Igreja Cristã. Hoje, é definido como a forma pela qual um ato de adoração é conduzido. Numa linguagem mais técnica, liturgia é o elenco de tudo o que concorre para a boa condução de uma reunião religiosa. Teologicamente, a definição é bastante simples: É tudo o que, diante de Deus, exprime a devoção de uma comunidade de fé: cânticos, leituras bíblicas, testemunhos, pregação, movimentos etc.
2. A liturgia no Antigo Testamento
O culto levítico era extremamente pomposo. Em virtude de seu harmonioso elenco de sons e gestos, constituía-se ele num espetáculo de raríssima beleza. Haja vista a observação da rainha de Sabá ao visitar o rei Salomão. A soberana do país do Sul enalteceu a Jeová ao observar como os hebreus portavam-se na Casa de Deus (1 Rs 10.5).

Os ministros do altar não poupavam esforços nem minúcias na condução do culto. Tudo tinha de sair perfeito; nenhum detalhe haveria de ser esquecido. A apresentação do sumo sacerdote, dos ministros da música e dos demais levitas não contemplava a menor hipótese de falha. Nos sacrifícios e oferendas, redobrados desvelos. A atenção dos sacerdotes perseguia o menor descuido. Era uma esmeradíssima e sublimada liturgia.

Na inauguração do Santo Templo, tamanha foi a glória de Deus a baixar no santuário que o cronista viu-se compungido a registrar simplesmente: “E os sacerdotes não podiam entrar na casa do Senhor, porque a glória do Senhor tinha enchido a Casa do Senhor” (2 Cr 7.2).
3. A liturgia no Novo Testamento
Apesar de o Cristianismo não ser uma religião sacerdotal, é impossível dissociar o seu culto da liturgia. Todo culto, aliás, pressupõe uma liturgia, necessariamente. O próprio Cristo ia à sinagoga, e participava ativamente dos serviços aí realizados (Lc 4.16-22). Mais tarde, o mesmo faria Paulo. O primeiro lugar que o apóstolo visitava, ao chegar a uma cidade gentia, era a sinagoga (At 13.5). Em nenhum momento criticou ele o culto hebreu. Pelo contrário: certa vez, propôs-se a fazer um voto essencialmente judaico para não escandalizar a sua nação (At 21.23,24).

Sendo hebreus os primeiros membros da Igreja, o culto cristão, no início, em quase nada diferia do culto judaico. As diferenças, porém, já eram bem nítidas. A começar pelo dia escolhido para a reunião. Se os judeus congregavam-se aos sábados, os cristãos reuniam-se no primeiro dia da semana a fim de rememorar a ressurreição do Senhor (At 20.7). Além disso, em todas as reuniões celebravam a Santa Ceia – a mais importante e solene cerimônia da Igreja.
Enganam-se os que pensam não haver no Novo Testamento um esquema de culto. Atentemos a esta recomendação de Paulo aos coríntios que, embora fervorosos, não sabiam como dirigir suas reuniões: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26).

O espírito do Novo Testamento não é contrário à liturgia. É uma necessidade que se impõe ao culto; é um meio teologicamente válido em nossa adoração. Todavia, a liturgia não pode ser um fim em si mesma; é um acessório, não a essência da adoração. Por isso temos de precaver-nos contra o formalismo.
4. O formalismo
É a ênfase exagerada às formas externas da religião em detrimento de sua essência: a plena comunhão com Deus. Também é conhecido como liturgismo e ritualismo. É a liturgia pela liturgia. O formalismo foi muito combatido pelos profetas e por nosso Senhor (Is 29.13; Mt 6.1-6), por ser um obstáculo à expansão do Reino.

A própria Igreja Católica, que ostenta um ritual pomposo e circunstancial, condena o ritualismo que, em sua terminologia, é chamado rubricismo por causa das letras vermelhas que, nos missais e breviários, indicam o modo de se recitar ou celebrar o ofício. Não obstante tal preocupação, os católicos emprestam à liturgia uma importância exagerada. Para o Concílio Vaticano II, a liturgia é a ação sagrada por excelência.

Conclusão
Sejamos equilibrados. Se por um lado não podemos fazer da liturgia um fim em si mesma, por outro não devemos desprezá-la como o faziam os sacerdotes do tempo de Malaquias, que achavam um enfado o culto do Senhor (Ml 1.13). O equilíbrio é fundamental. E se Paulo insta aos romanos a serem fervorosos no espírito, não deixa de recomendar aos coríntios a que tudo façam com decência e ordem (Rm 12.11; 1 Co 14.40).

(Texto extraído do: MANUAL DE LITURGIA DA BÍBLIA OBREIRO APROVADO, CPAD, 2010)

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