Barnabé um homem de larga visão

terça-feira, 11 de outubro de 2011

 

Barnabé um homem de larga visão

E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia. O qual quando chegou, e viu a graça de Deus se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com propósito de coração; Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor" (At 11:19; 22:24).

“O futuro tem muitos nomes. Para os fracos é o inatingível. Para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes é a oportunidade”. Victor Hugo

Problemas é tudo que vemos quando não olhamos para Jesus. Uma vontade enérgica é a alma de um grande caráter. Onde ela existe, há vida; onde não existe, ha desânimo, impotência e depressão. Conseguimos da vida aquilo que nela pomos. O mundo tem para nós exatamente o que temos para ele. É como um espelho que reflete os gestos que fazemos.

Entre as frases mais citadas, nenhuma é mais sutil, e mais repleta de adamantina verdade do que esta que tantas vezes é proferida pelos lábios humanos: “QUERER É PODER”. Quem decide fazer uma coisa, por força dessa mesma decisão bate todas as barreiras e assegura a realização dessa coisa. “Assim como o homem pensa em seu coração, assim ele é”. Pensar que somos capazes é quase sê-lo; decidir sobre uma realização é muitas vezes própria realização.

Gosto de Barnabé não somente pelo que realizou, mas porque, embora não haja muitas coi­sas escritas sobre seus feitos, eles estão presentes por onde passou. Conhecemos pessoas tão famo­sas que contribuíram tão pouco para o avanço do cristianismo, mas vemos em Barnabé alguém que de modo simples e produtivo se destacou de for­ma singular entre os apóstolos do Senhor. Agora, em Antioquia, vamos observar suas qualidades, habilidades e sua larga visão do Reino.

ANTIOQUIA

As pessoas fracas esperam as oportunidades, as for­tes, as criam”.

Antioquia da Síria era a terceira maior cidade do mundo romano, ficava cerca de 25 quilômetros do mar, às margens do rio Orontes. A cidade era um magnífico exemplo de planejamento e ar­quitetura, testemunho da supremacia da civiliza­ção grega realçada pela paz romana. Os habitan­tes de Antioquia tinham reputação de imoderada exuberância, em parte por causa do seu humor satírico e senso vivo do ridículo, mas, principal­mente, pela vida sexual que até a Roma antiga achava excessiva.

Oito quilômetros ao sul, na passagem para os montes, estava o extenso Bosque de Dafne, dominado por uma enorme estátua do deus Apolo. Nesse lugar, centenas de prostitutas ofereciam o corpo a qualquer homem que desejasse adorar a deusa do amor. Entre as árvores e os templos, vivia uma ralé humana composta de escravos fu­gidos, criminosos, endividados e outros que iam procurar refugio ali.

As vielas e os bosques de Dafne eram ter­renos férteis, Antioquia possuía uma grande va­riedade racial e social. Foi em Antioquia que os do Caminho, foram chamados de cristãos pela primeira vez, significando este termo aqueles que se assemelhavam a Cristo. Antioquia era uma ci­dade onde, desde tempos remotos, havia muitos judeus, abrigando nos dias de Barnabé e Paulo uma colônia muito numerosa com várias sinago­gas espalhadas. Era também um lugar de idolatria e licenciosidade, e Barnabé foi visto pelos após­tolos como a pessoa ideal a ser enviada para lá, a fim de liderar, fazer crescer a igreja.

HERÓIS DESCONHECIDOS ROMPEM EM ANTIOQUIA

E os que foram dispersos pela perseguição que suce­deu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chi­pre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. E havia entre eles alguns ho­mens cíprios e cirenenses; os quais entrando em Antioquia falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor” (At 11.19-21).

A igreja de Antioquia nasceu com uma ca­racterística muito especial, ela surgiu do sobrena­tural. Ficamos perplexos com métodos utilizados por Deus para realizar grandes feitos. Primei­ro, Ele não usou gente famosa, os pioneiros de Antioquia até hoje são desconhecidos; segundo, escapando da morte, esses homens espalhavam vida por onde passavam; terceiro, a mensagem que pregaram aos sábios de Antioquia era a mais simples do mundo: “eles anunciavam o Senhor Jesus” (At 11.20).

Outro fato importante na vida desses desco­nhecidos era que “a mão do Senhor era com eles” (At 11.21). Quando a mão do Senhor governa vidas, ou uma igreja, as notícias que o vento leva a seu respeito não são de dissensão, ciúmes ou escânda­los. Aquela era uma obra do Espírito Santo, e Ele se utilizou de homens de Chipre e de Cirene, pes­soas de pele negra, que venceram preconceitos e, no poder do Espírito Santo, abriram a porta para que Barnabé administrasse e desse seguimento.

Foi em Antioquia que as barreiras raciais ruíram. Alguns judeus helenistas, não contentes de pregar a Jesus nas sinagogas aos seus companheiros igualmente helenistas, puseram-se a pregar também aos gentios gregos, resultando em que muitos deles abraçaram a nova fé, de modo que a segunda igreja cristã a ser fundada contava com numerosos membros de origem gentílica.

Era uma época de muito preconceito, pois os gentios eram vistos pelos judeus como pessoas impuras e indignas de relacionarem-se com Deus, mesmo que o evangelho já tivesse alcançado os gentios através da pregação de Pedro na casa de Cornélio. O vento da dispersão impulsionou os que fugiam do Imperador romano para Antioquia. Esses que até hoje não são conhecidos, incendia­ram aquela cidade impura, de cerca de meio mi­lhão de habitantes, com a pregação do evangelho.

Como um fogo que incendeia uma floresta seca, esses intrépidos e desconhecidos homens de pele negra pregaram com ousadia, quebraram barreiras e preconceitos raciais, inaugurando uma grande igreja num ambiente totalmente idólatra e imoral. Existem pessoas que precisam se tor­nar renomadas e conhecidas da mídia, para assim, anunciar o evangelho com mais alcance. Estes, até hoje não foram conhecidos, não têm nomes, não possuíam credenciais, não eram apóstolos, mas uma coisa se diz com relação a eles: “a mão do Senhor era com eles”. Se a mão do Senhor for co­nosco, já é suficiente.

Como o evangelho é poderoso. Enquanto os apóstolos estavam em Jerusalém, os frutos da pregação já haviam florescido entre os gregos. “E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém” (At 11.22). A fama que che­gou não era como a fama que ouvimos hoje em determinadas igrejas. Quando a mão do Senhor governa, os ventos espalham grandezas e maravi­lhas realizadas pelo Senhor no meio do seu povo. Não há espaços para fofocas ou coisas que nada edificam.

BARNABÉ CHEGA À ANTIOQUIA

E enviaram Barnabé à Antioquia. O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com propósito de coração; Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor” (At 11. 22b-24).

Os apóstolos parecem não ter compreendi­do que deveriam ficar em Jerusalém apenas até o momento do revestimento (Lc 24.49). Mesmo assim, Deus não deixou de trabalhar, não contou com nenhum deles, e a igreja de Antioquia foi fundada. Ainda sem sentir o calor de uma nova experiência, enviaram Barnabé à Antioquia para que fortalecesse a igreja e administrasse segundo a unção e graça que estavam sobre sua vida.

Deus tem projetos guardados em sem cora­ção para frustrar os mais sábios dos homens. Ele nunca está desprevenido e havia um propósito por Ele desenhado para que Barnabé assumisse o controle daquela missão. Primeiro, manteve os apóstolos em Jerusalém, depois fez com que Bar­nabé fosse enviado por eles. Nada é por acaso no Reino de Deus.

Barnabé tinha algumas vantagens, e também desafios para enfrentar em Antioquia. Era nativo de Chipre, conhecia a língua grega e compreendia a cultura da época. Todavia, Antioquia era uma cidade moralmente imunda e de péssima reputa­ção. A Fenícia seguia uma religião pagã, e Antio­quia, o seu centro, era uma cidade espalhada, com cerca de meio milhão de habitantes, conhecida pelas corridas de bigas, jogo, prostituição, sistema de governo corrupto.

Outro fato importante é que o templo da deusa Diana ficava a 8 quilômetros da cidade e era um antro daquelas que eram chamadas de prostitutas sagradas. Para Barnabé era um grande desafio, pois os novos convertidos poderiam ser seduzidos pela imoralidade da cidade, visto que não possuíam qualquer conhecimento sobre a rica herança religiosa do judaísmo. Eles não conheciam a Deus e não haviam aprendido as Escrituras.

As vantagens de Barnabé se concentram em conhecer a cultura, falar a língua grega, e acima de tudo, por suas qualidades morais, pessoais e espirituais. Pois não existe nenhum outro homem citado no Novo Testamento que reunisse em si as qualidades que Barnabé possuía. “Ele era homem de bem, cheio do Espírito Santo e de fé”. Qualidades que raramente encontramos combinadas nos servos de Deus, inclusive em nós mesmos (At 11.24).

Às vezes encontramos pessoas cheias do Espírito Santo que nem sempre são pessoas de bem; é possível encontrar pessoas de fé que não são cheias do Espírito Santo; ou pessoas de bem, cheias dos Espírito Santo, cuja fé é baixíssima e destoante.

Na verdade, ter essas qualidades combinadas na época de Barnabé era muito diferente do que ocorre em nossos dias. Hoje uma pessoa cheia do Espírito Santo é a que salta, dança e faz piruetas; observemos a vida de Barnabé e veremos o que realmente era ser cheio do Espírito Santo; ser de bem e ser cheio de fé. Era realmente um conceito muito superior ao que existe hoje em dia

BARNABÉ, UM LÍDER DE LARGA VISÃO

A águia gosta de pairar nas alturas, acima do mun­do, não para ver as pessoas de cima, mas para estimulá-las a olhar para cima”. Elisabeth Klüber – Ross

Existem muitas pessoas que não têm visão para a vida nem sabem como obtê-la. Existem outras que até têm uma visão, mas estão presas na lama da confusão, sem saber o que fazer. Existem também aquelas que um dia tiveram uma visão, mas a abandonaram por causa de desânimo, de­silusão ou por conta do fracasso e da frustração. Mas a grande verdade é que todos nascemos com um propósito individual. Todavia, o aspecto trá­gico dessa realidade, é que muitos de nós vive­mos toda uma vida sem jamais identificar para que nascemos.

Visão é a habilidade de enxergar além do que nossos olhos físicos conseguem ver. A capa­cidade de não apenas ver como é, mas também de como pode vir a ser uma realidade. Visão é um conceito inspirado por Deus no coração de um ser humano. A vista é uma função dos olhos, mas a visão é uma função do coração. Nós podemos enxergar e ao mesmo tempo não ter visão.

É simples. Deus deu à humanidade o dom da visão para que não vivêssemos somente por aquilo que podíamos ver. As palavras visão e re­velação são, às vezes, usadas de maneira interca­lada. Revelar significa desvendar. Algo que é des­vendado estava lá o tempo todo, mas não podia ser visto exteriormente.

Por exemplo: o destino de um fruto do car­valho é ser uma árvore. Pela fé, conseguimos ver a árvore dentro da semente. Você tem uma visão dela pelos olhos da mente, porque identifica o potencial na semente. A mesma coisa ocorre co­nosco. Deus nos criou para um propósito, e para Deus esse propósito já está terminado porque Ele colocou dentro nós o potencial para cumpri-lo.

O que vemos é uma semente, mas o que re­almente está ali é uma árvore com frutos, frutos com sementes, e sementes com muitas outras árvores, que formarão em uma floresta. Nosso olhar vê uma semente, mas ali está uma floresta. Para verdadeiros visionários, o mundo projeta­do por suas visões é mais real do que a realidade concreta ao redor deles.

Conta-se que quando a Disney World foi inaugurada, havia apenas um aparelho de diversão. Walt Disney estava sentado em um banco, olhando fixamente para cima. Um dos trabalhadores, que estava cuidando do gramado, passou por ele e perguntou: “Como está, senhor?”. “Bem, obri­gado” respondeu Disney, sem olhar para o ho­mem, e continuou olhando para cima. Então o homem disse: “Sr. Disney, o que o senhor está fa­zendo?”. “Estou olhando para minha montanha. Vejo a montanha bem ali”, ele respondeu.

Walt contou aos seus arquitetos a respeito dessa montanha. Enquanto a descrevia, eles es­creveram o que ele falava, e, em seguida, elabora­ram os projetos. Walt morreu antes que a Space Mountain (Montanha Espacial) fosse construída, portanto não chegou a vê-la edificada. Quando a Space Mountain foi inaugurada, o governador e o prefeito estavam presentes, e a viúva de Walt também estava lá.

Um jovem levantou-se para apresentá-la e disse: “E uma pena que o Sr. Walt Disney não es­teja aqui hoje para ver esta montanha, mas esta­mos felizes pelo fato de sua esposa estar aqui”. A Sra. Disney foi até o pódio, olhou para a multidão e disse: Devo corrigir este jovem. “Walt já viu a montanha. É você que a está vendo apenas agora”.

A visão é a energia de uma liderança eficaz. Quando um líder vive a reclamar, sente-se opri­mido e cansado, é porque está sem visão. Quem tem visão vive por ela, ela é sua força. Veja quão grande exemplo nos deixou Calebe, que após ter visto e entrado na terra prometida, foi incluído no grupo dos insurretos de Israel e condenado mesmo sem culpa a rodear o deserto por quaren­ta lastimosos anos. Ele nunca se cansou, e quan­do chegou o fim daquele castigo, disse a Josué:

E agora eis que o Senhor me conservou em vida, como disse; quarenta e cinco anos são passados, desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e agora eis que hoje tenho já oitenta e cinco anos; E ainda hoje estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força então, tal é agora a minha força, tanto para a guerra como para sair e entrar. Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou aquele dia; pois naquele dia tu ouviste que estavam ali os anaquins, e grandes e fortes cidades. Porventura o Senhor será comigo, para os expulsar, como o Senhor disse” Js 14. 10-12).

Um líder precisa ter um destino, um lugar onde chegar. O sentido de uma liderança é a vida. Pois um verdadeiro líder deve dar sentido à vida de seus liderados. Barnabé incentivou os irmãos a permanecer no Senhor com propósito, procu­rou instruí-los, e eles receberam o reconhecimen­to público de que se pareciam com Jesus Cristo. Nada muda sem liderança, nada acontece sem liderança, nada melhora sem liderança, nada se corrige sem liderança. Os líderes não mantêm as coisas, eles as melhoram.

A qualidade de um líder determina a qua­lidade do povo. Jamais devemos culpar o povo pelo fracasso de nossa organização se somos os líderes. Quando melhoramos, o povo também melhora, e se afundamos, o povo também afun­da. Por que o povo de Antioquia foi comparado a Cristo? Simplesmente porque sua liderança se pa­recia com Cristo. Os líderes não gerenciam alvos, eles projetam destinos. Não possuem visões am­biciosas, estão dispostos a morrer por uma visão.

Na verdade, não podemos acreditar na visão de quem não é capaz de morrer por ela. Quem tem visão se torna um catalizador, sempre doa ao povo. Infelizmente, muitos líderes fracassam porque dão ao povo sua personalidade e não sua visão. Líderes passam, mas a visão é de gerações, não é pessoal, não é nossa, é para os filhos que ainda não nasceram. O fracasso está em querer transferir ao povo a nossa personalidade e não a visão que Deus nos deu. Porque na morte, tudo morre sem a transferência.

O que faz o bom pastor? O que disse Jesus? O bom pastor dá a vida por sua ovelhas. Será que suportamos ataques por causa da visão? Seriamos nós como Calebe algum dia? Entenda: se não es­tamos dispostos a morrer pela visão, ela não é visão, é apenas um emprego. A visão dada por Deus sempre irá edificar o povo e nunca destruí- lo. Líderes que espalham não são líderes. Líderes verdadeiros sabem reconhecer até seus limites, sabem reconhecer quem irá além deles, sabem incentivá-los, sabem prepará-los.

Quem você está preparando para assumir seu lugar amanhã? Ninguém? Então você não é líder. Líderes projetam outros líderes, sabem que não são eternos. Barnabé, preparou os crentes de Antioquia, a única igreja da Ásia que nunca re­cebeu uma repreensão. Preparou Saulo, preparou João Marcos, isto é ser líder. Líderes que têm vi­são sabem até onde podem ir, sabem seu tempo, sabem que não podem fazer tudo sozinhos, sa­bem que são limitados.

Uma vida sem visão é uma existência pobre. Sem uma visão do futuro, a vida perde o seu sig­nificado. E a ausência de significado leva à falta de esperança. Sempre que as pessoas estão desani­madas com a sua própria vida, elas podem se tor­nar rancorosas em relação a tudo em redor. Elas se sentem como se estivessem desperdiçando a vida e começam a viver vagamente. Não importa quanto dinheiro uma pessoa tenha, qualquer um que viva assim é pobre.

É profundamente desolador saber que, ape­sar de termos recebido uma visão singular, mui­tos de nós acabamos enterrando nossos sonhos e nos conformando com uma existência inferior, transformando-nos num cemitério do precioso tesouro de Deus. Muitas pessoas passam a vida inteira se distanciando daquilo que Deus plane­jou que elas fossem, porque nunca reconheceram quem são em primeiro lugar.

Diz-se que há três tipos de pessoas no mun­do: Primeiro, há aquelas que parecem que nunca percebem o que está acontecendo ao redor delas. Segundo, há aquelas que perguntam: “O que aca­bou de acontecer?” E, terceiro, há aquelas que fazem as coisas acontecerem. Qual dessas será você? Já se perguntou para que propósito você foi criado? Já capturou a visão que Deus tem para sua vida? Pessoas de visão nunca se deixam abater, sabe por quê? Porque estão sempre no futuro. Nada aqui poderá detê-las.

Elas não enfraquecem, não desistem em hi­pótese alguma. Elas são como Neemias, jamais descem, jamais param o que estão fazendo quando são incomodadas por pessoas que não têm o que fazer. Sabe de uma verdade? Quem não tem o que fazer sempre vai querer que você faça o mesmo que ele. Seja como Barnabé, veja, tenha sempre seus olhos no amanhã, sonhe e transfor­me em realidade o que Deus já colocou em sua vida. A propósito, você é um líder?

AS TRÊS VISÕES DE BARNABÉ

E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia. O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, alegrou-se, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com propósito de coração; porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor. E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia. E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos (At 11. 22-26).

OLHOU PARA A IGREJA E VIU A GRAÇA DE DEUS

Barnabé era um homem de qualidades com­binadas. Um homem de bem, cheio do Espírito Santo e acima de tudo, cheio de fé (At 11.24). Um homem de grande sensibilidade espiritual para conhecer coisas divinas. Assim que chega à Antioquia e olha para a igreja ali estabelecida vê a graça de Deus e se alegra (At 11.23).

O que Barnabé contemplou é o que todo homem espiritual sabe existir na igreja do Senhor, uma graça sobrenatural que nos alegra. Todavia, para os espirituais isso é notório e verdadeiro, mas não para os que estão de fora. Sabemos que essa graça impactante está na igreja, mas necessita estar incorporada não no templo, mas na vida de cada membro que a compõe.

Essa glória vista por Barnabé necessitava impregnar a vida daqueles membros para que os de fora fossem contagiados por ela também. Barnabé era o homem escolhido para conduzir Antioquia a um nível de unção diferente e contagiante naquela região. Então, de modo especial, ele sente que sozinho não poderia e, embora, fos­se um homem de grandes qualidades, necessitava da ajuda de alguém que rompesse com o natural. Assim, ele tem uma segunda visão: descer a Tar­so em busca de Saulo para que se una a ele nesse propósito.

BARNABÉ NÃO TEMEU SER SUPERADO

O que hoje para muitos é um risco, signifi­cou foi o sucesso da igreja que estava em Antio­quia. Barnabé não viu Saulo como alguém que fosse superá-lo e tomar seu lugar. Em primeiro lugar ele pensou no bem estar da igreja, dando-lhe o melhor. Pensou legitimamente no Reino e não em sucesso ministerial. Viu Saulo como um aliado na tarefa de elevar a performance espiritual daquele povo e assim, glorificar o nome do Senhor naquela região.

Barnabé reconheceu suas limitações. Sabia que a obra de Deus não se faz somente por que se é bom, cheio do Espírito Santo e por fé. Ela se faz com unidade e determinação. Pois ainda que tenhamos todos os dons nada se deve fazer de forma egoísta. É preciso aprender que outros precisam brilhar e brilhar através de nós.

Barnabé foi uma ponte para o ministério de Saulo. Ele era o líder da obra, mas a sabedoria para moldar aquele povo estava sobre Saulo. É neste momento que surge a sua terceira visão.

A VISÃO DO FUTURO

Em Saulo havia algo que não havia em Bar­nabé, como em todos nós existe algo que não existe em outros. Mas Barnabé pensou no futuro de seu povo e não em seu sucesso como pastor de Antioquia.

Ele olhou para Saulo e viu o futuro, viu uma igreja estruturada e juntos formaram uma equipe sobrenatural. Saulo foi o instrumento que conduziu os crentes de Antioquia ao exercício da Pa­lavra. Durante todo um ano, eles se ampararam da tarefa de ensinar. O resultado foi tão surpre­endente que a graça que Barnabé havia visto na igreja impregnou de tal modo a vida dos crentes que, ao passar pelas ruas, eles foram confundidos com miniaturas de Cristo.

Essa dupla não formou grandes homens, crentes famosos, formou pequenos Cristos. Em Antioquia eles foram pela primeira vez reconhecidos, não como seguidores de Cristo, mas como réplicas menores daquele a quem serviam. Infe­lizmente, hoje, criamos não miniaturas de Cris­to, mas homens que se acham deuses e donos de uma igreja pela qual jamais teriam a capacidade de morrer.

QUE VIU BARNABÉ?

1 — Que nem tudo o que valorizamos como bom está em cima. É necessário descer para Tar­so, é necessário olhar para baixo. Que tal descer?

2 — Existem muitas peças que foram ungidas para grandes obras, mas que precisam ser eleva­das. Não foram ainda utilizadas. Estão ainda embaixo esperando que surja um Barnabé para lhes estender a mão.

3 — O medo de serem superados impede que levantemos aqueles que avançarão mais do que nós. Barnabé foi a ponte para Saulo desenvolver seu ministério. Ser ponte é saber se colocar embaixo, muitos não observam a ponte, mas o que está sobre ela. Barnabé soube ser ponte, você saberá?

4 — Não importa ser bom e ter muitas qualidades no Reino de Deus, o importante é saber se relacionar, unir forças e trabalhar, não para si; mas para que o Reino se desenvolva.

5 — Todo Saulo precisa de um Barnabé. Alguém que lhe estenda a mão, que lhe dê espaço para trabalhar e que apoie suas ideias. Saulo encontrou, você também encontrará. No Reino ninguém é ungido para não se movimentar. Na hora certa Deus enviou Barnabé, na hora certa a mão que precisamos se estenderá.

 

Bibliografia Pr Abner Ferreira

 

EBD AREIA BRANCA

 

 

Barnabé um homem de larga visão

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