sábado, 31 de outubro de 2009
LIDERANÇA CRISTÃ
“Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência” (Jr 3:15)
Í N D I C E
1. Introdução 03
2. I - O que é Liderança 04
3. II - Qualidades de um Líder Cristão 07
4. III - Líderes no Antigo Testamento 08
1.1- Período Antediluviano 09
1.2 - Período Patriarcal 11
1.3-Outros Líderes – Pós Patriarcal – Antigo Testamento 14
5. IV - Liderança no Novo Testamento 20
6. V - Liderança na Igreja 22
1. Líder Eficaz para a Igreja 24
1.2 - Liderando para todos 26
1.3 - Influência Interpessoal 27
1.4 - Líderes de Organizações e Departamentos da Igreja 28
1.5 - Comportamento do Líder à frente do seu grupo 29
1.6 - O líder, a Crítica e a Repreensão 30
7. VI - As Leis da Liderança 31
8. VI - Estilo de Liderança 34
9. VII - Liderança Cristã na Igreja Contemporânea 35
10. Conclusão 37
11. Bibliografia 38
LIDERANÇA CRISTÃ
INTRODUÇÃO
Quando Deus criou os céus e a terra, lá nos versículos 16,17 e 18, do primeiro capítulo de Gênesis, registra: “Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas. E os colocou no firmamento dos céus para alumiarem a terra, para governarem o dia e a noite e fazerem separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom”.
Reparem que Deus fez os grandes luzeiros (sol e lua) e as estrelas, e disse: “...para governar ...fazerem separação entre luz e trevas...”. O que me chama a atenção neste texto é a palavra governar. É claro, estes astros não exprimem palavras, são objetos inanimados, mas Deus os colocou como referência, como luz e para diferenciar a claridade e a escuridão, e de certa forma eles, principalmente, o sol e a lua, influenciam o clima e as estações do ano terrestre, quer dizer governam, exercem os seus poderes sobre o homem, animais, plantas e a vida em geral na terra. Há coordenação até na natureza. É a natureza comandada por Deus preservando a vida no Planeta Terra. Ao homem Deus passou também o censo de coordenação, isto é, de liderança.
Na seqüência da criação, quando Deus resolveu formar o homem, está escrito: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra”. O que destacamos nesta passagem é a palavra domínio (algumas traduções falam em sujeitai-a; e dominai).
Observamos nestes textos, que Deus é um Deus organizado e disciplinado, as suas ações, seus feitos, tanto na natureza como no homem, reflete o equilíbrio, harmonia, boa administração, governo, coordenação e porque não dizer a liderança. Deus foi criterioso na sua criação e O é também na preservação e na manutenção da ordem.
Então, nas ações do homem, notadamente para o governo da Igreja, Deus requer as mesmas atitudes, e que os seus servos ajam com zelo na sua obra. O Espírito Santo, com poder e sabedoria, estará sempre escolhendo bons líderes, capacitando-os para o governo da Igreja, para que esta prossiga anunciando a Obra da Redenção.
I - O QUE É LIDERANÇA
É dirigir, coordenar, guiar e orientar na condição de líder.
O dirigente de uma empresa tem o dever, e porque não dizer o poder, de escolher seus diretores e líderes para que esta tenha o desempenho necessário para competir ou ter o sucesso desejado num mercado competitivo. Ele preocupa-se em formar uma boa equipe para consecução de seus empreendimentos. Então, ele vai escolher pessoas capazes, de boa formação secular e curricular, o melhor possível para a liderança.
Líderes, ainda que tenham excelentes qualidades para dirigir, não trabalham sozinhos. Precisam lidar com seguidores, subordinados e pessoas de várias índoles. Devem manter-se com sobriedade e equilíbrio.
O líder é alguém que se sobressai por possuir uma capacidade inata de fazer com as pessoas o sigam. Nem sempre é nomeado formalmente. Seus principais instrumentos, para fazer com que os seus liderados trabalhem, é sua capacidade de motivação e influência que exerce no grupo ou equipe.
Líder é aquele que conduz, guia, orienta. “É aquele que vê mais que os outros, vê mais longe que os outros e vê antes dos outros”
Chefe é aquele que com autoridade e hierarquia, dirige, governa.
Existe certa semelhança entre o Líder e o Chefe, porque ambos trabalham com grupo de pessoas. Mas há uma sutil diferença. O primeiro trabalha exercendo a sua influencia, capacidade, qualidade e identificação com o grupo. O segundo trabalha exercendo a autoridade e hierarquia, é mais pautado pela formalidade. É claro que este também deve ser dotado de capacidade e qualidade. De fato, ambos lideram
Para qualquer atividade de um grupo em qualquer área, sempre haverá a necessidade de coordenação e orientação, ou mesmo a imposição de normas para disciplinar o comportamento do grupo. Na obra de Deus não é diferente. O Espírito Santo está à frente da Igreja para orientá-la e dirigi-la através dos seus lideres (obreiros), pois é Ele quem vai apresentar a Igreja santa e majestosa ao seu noivo, Jesus Cristo.
Para a Igreja que estava nascendo, Jesus instituiu os seus pastores e líderes. Vejamos o caso de Pedro, o discípulo. Ele negou Jesus, mas o próprio Jesus disse: “Pedro apascenta as minhas ovelhas...” (Jo 21:15 e 16). Apascentar também é liderar sob os cuidados do Espírito Santo. Jesus deu o maior exemplo de liderança.
A Igreja do Senhor Jesus é provida do Espírito Santo, para torná-la imbatível e temível no reino das trevas.
A escolha e a capacitação estão sob os cuidados do Espírito Santo. É evidente que quando se fala que o Espírito Santo escolhe, quer-se dizer que Ele orienta o Pastor, o Líder da Igreja para indicar a pessoa, visando ao bom andamento da obra de Deus. Ele é quem prepara os seus escolhidos. A sabedoria e capacidade humanas, naturalmente, não podem conduzir a obra de Deus (I Co 1:17-27). Mas Deus pode direcionar a qualificação, o conhecimento da pessoa para o seu ministério. Foi o que aconteceu com Paulo. Deus usou o seu conhecimento intelectual, político, religioso, inclusive o conhecimento da Lei e do Judaísmo e de outros princípios, e os direcionou para sua obra.
A dependência do Espírito Santo e da sabedoria do alto é um fator essencial para um líder cristão, uma vez que a sua escolha, certamente, foi ordenada por Deus, o dono da Igreja. Deus escolhe, capacita, dá a sabedoria e entendimento para os lideres conduzirem o seu povo.
Deus não vai entregar a sua Igreja ou uma atividade de liderança da mesma a qualquer pessoa que não esteja compromissada com a sua obra, pois, sendo um Deus zeloso, quer o melhor para servir e conduzir o seu povo. Quem foi escolhido não deve apenas ficar amparado na escolha, antes, tem que buscar conhecimento bíblico e correlato, aperfeiçoar-se desejando a orientação divina.
Deus chamou líderes no passado, no Antigo Testamento, no Novo Testamento e ao longo da História da Igreja até os dias atuais, e continuará levantando verdadeiros líderes até a sua vinda para buscar a sua amada Igreja.
II – QUALIDADES DE UM LÍDER CRISTÃO
Por orientação do Espírito Santo, o apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo em I Tm 3:1 e seguintes, dá as seguintes características: “Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja”. Paulo começa elogiando aquele que prefere o labor espiritual, depois ele descreve algumas características no texto acima referido, onde destacamos algumas: temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro. O texto descreve outras que são mais direcionadas.
Podemos ainda apontar as seguintes características:
Amor - O pilar, a raiz de todas as qualidades do cristianismo;
Fé - O sustentáculo da esperança
Humildade - O próprio Jesus disse: “... aprendei de mim que sou manso e humilde...” (Mt 11:19);
Mansidão - Jesus e Moisés, tinham essas qualidades;
Fruto do Espírito (Gl 5:22) ler a referência, e ainda:
Visão, paixão, justiça, honestidade, lealdade, responsabilidade, competência, determinação, autodisciplina, empatia, perseverança, comprometimento, conhecimento, companheirismo, dentre outras.
É impossível estar envolvido com a obra do Senhor sem as características acima enumeradas, uma vez que o cristianismo foi sedimentado por líderes que se deixaram gastar para ver o crescimento do Reino de Deus. O escritor aos hebreus, poeticamente, nos informa;”...homens dos quais o mundo não era digno...” (Hb 11:38).
A liderança cristã deve ser exercida com espírito de servo. Jesus quando falou aos seus discípulos expressou: “Mas Jesus lhes disse: Os reis dos povos dominam sobre eles, os que exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sois assim; pelo contrario, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve” (Lc 22:25-26). O próprio Jesus afirmou: “...O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10:45). Portanto, sejamos Líderes servos.
No decurso da história da Igreja, o Espírito Santo tem levantado grandes lideres, e nos dias atuais contamos, também, com líderes que continuam apascentando o rebanho do Senhor Jesus, o Bom Pastor. Tanto é verdade que a Igreja continua poderosa e operosa, enfrentado lutas e sendo vitoriosa.
Nos primeiros dias e séculos da Igreja, a coragem, a determinação e a abnegação, foram marcantes para pavimentar e fortalecer a fé. Notadamente com a companhia do Espírito Santo, que, sem dúvida, encontrou homens dispostos a pagarem o preço para tão nobre e difícil missão de levar avante as Boas Novas. Esses heróis nos deixaram grandes exemplos os quais devemos seguir, para que o Espírito Santo, também possa nos usar. Basta apresentarmos com o coração voltado para a obra do Senhor Jesus, que certamente nos capacitará para sermos um líder exemplar, através do Espírito Santo.
III - LIDERES NO ANTIGO TESTAMENTO
O propósito deste capítulo é apresentar como, na antiguidade, agiram os homens que Deus usou, na sua instrumentalidade, para desenvolver o que planejou, desde os tempos eternos, para a redenção humana.
1. Período Antediluviano
No período antediluviano, a Bíblia relata a história humana de maneira bem resumida, todavia faz o registro das gerações desde Adão até Noé. Neste período os nomes que se destacaram foram Abel, Enoque e Noé. Caim se destacou, mas pelo lado negativo, como homicida, e chegou até construir uma cidade (Gn 4:17)
Adão, o primeiro homem, criado diretamente por Deus, tinha tudo para se firmar como um grande líder da raça humana, visto que Deus o colocou como “governante, como dominante” de tudo sobre a terra, mas não correspondeu. Pelo contrário, desobedeceu, pecou. Em vez de influenciar, foi influenciado.
Podemos fazer menção ao nome de Abel, visto que Deus se agradou da sua oferta, como expressa em Gn 4:4: “E Abel também trouxe dos primogênitos das ovelhas e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta”. Notamos que Deus se agradou de Abel, aceitou o seu culto. Jesus falando aos escribas e fariseus chama Abel de justo (Mt 23:35) ; Podemos ainda nos reportar ao livro de Hb 11:4, em que o escritor diz: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala”. Deus deu testemunho dos seus atos, deixou a sua marca.
Enoque (Gn 5:21-24), parece que foi o melhor homem das primeiras gerações. Numa sociedade quase que totalmente pecaminosa, Enoque procurou agradar a Deus: “Andou Enoque com Deus e já não era, porque o Senhor o tomou para si” (Gn 5:24). O escritor aos Hebreus diz: “Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte e não foi achado, porque Deus o trasladara, visto como, antes de sua trasladação, alcançou testemunho de que agradara a Deus” (Hb 11:5). Ora, Enoque casou teve filhos e filhas, inclusive Matusalém, o homem que mais viveu sobre a face da terra. Certamente Enoque evidenciou-se como líder, visto que andava em comunhão com Deus e fazia a Sua vontade. Judas, no seu livro, no verso 14, também faz menção ao nome de Enoque.
Devemos observar que não basta ter comunhão e andar com Deus para ser um líder cristão. Muitos membros do Corpo de Cristo andam em comunhão, fazem a vontade de Deus e não são lideres. São Salvos. Para a Obra de Deus, os líderes são chamados. Deus sempre vê alguma coisa no homem que nós não vemos. Deus não olha a aparência, como por exemplo na escolha de Davi (1 Sm 16:7). Normalmente, o líder se destaca, aparece, é notado. Abel, Enoque e Noé foram destaques para Deus. Isso é tão evidente que estão registrados na Bíblia como homens importantes e que agradaram a Deus.
Podemos observar que na ponta, nas últimas gerações antes do dilúvio, aparecem os nomes de Enoque, seu filho Matusalém, Lameque e Noé, seu filho, bem como os filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé. Deus encerrou, deu cabo dos homens, das gerações pecaminosas, preservando Noé e sua família. Noé como homem que andava com Deus (Gn 6:9), conseguiu atravessar, transpor o dilúvio. Deus o preservou pela sua misericórdia e pelo que viu em Noé. Por isso está escrito em Gn 6:8: “Porém Noé achou graça diante do Senhor”.
Os estudiosos entendem que as contagens do capítulo 5 do livro de Gênesis levam a crer ter havido 1.656 anos de Adão até o Dilúvio.
1.2 Período Patriarcal
Nesse período, parece que Deus retoma o rumo da Historia, direcionando-a para a implantação definitiva do Plano da Redenção Humana, contando com a “participação” de três homens que Ele “selecionou” para formar a Nação de Israel:
Abraão - Deus chama Abrão (Gn 12) mais ou menos 400 anos depois do dilúvio, para ser o precursor, porque não dizer, o fundador da uma grande nação que mais tarde se chamaria Israel, da qual Deus concretizaria o Plano da Redenção. O nome Abrão significa Pai exaltado. Abraão significa Pai de uma multidão.
Por que, no meio de tantos homens, Deus chamou Abrão? Ora, Deus conhece a quem chama. Naturalmente Ele viu em Abrão um líder com o qual poderia contar para o Seu propósito. Deus, mais adiante, fez grandes promessas a Abrão (Gn 13:14-18). Não restam dúvidas que, como homem, Abrão teve as suas falhas, mas Deus acompanhava tudo. Todavia ele se houve como um verdadeiro líder, mostrando as suas qualidades como sendo humilde, determinado, inclusive liderou o resgate de Ló, seu sobrinho (Gn 14:12 e seguintes). Está registrado, no mesmo capítulo, logo após a batalha vitoriosa de Abrão, o aparecimento de Melquizedeque, Sacerdote do Deus Altíssimo, confirmando assim a chamada de Abrão. Deus ainda reforça a promessa a Abrão e depois muda o seu nome de Abrão para Abraão.
A história de Abraão nos faz acreditar que ele foi um grande líder, onde, só pelo fato de obedecer a Deus, largando a parentela, vivendo em lugares inóspitos, peregrinando, mas sem desanimar, sendo provado mas aprovado e, por fim, recebendo o título de Pai da Fé. Consta, também, no pódio dos heróis da fé, registrado na carta aos Hebreus (11).
Isaque - Filho de Abraão, se destacou desde pequeno, convivendo em meio ao conflito da família, por causa do seu meio irmão, Ismael. Quando já moço, foi pedido em sacrifício, onde Deus provou Abraão. Isaque mostrou firmeza e obediência quando seu pai foi posto em prova, sendo ele, Isaque, o próprio objeto do holocausto. Assim, desde criança Deus o acompanhava, fazendo dele um líder na era patriarcal, qualificando-o, inclusive, na tipologia de Cristo.
Isaque casou-se com Rebeca, por iniciativa de seu pai, porém apaixonou-se à primeira vista. Eles tinham conhecimento e comunhão com Deus, confiavam no seu Senhor. Conforme Gn 25:21/23, “E Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher concebeu”. Observando os relatos bíblicos a respeito de seus filhos Esaú e Jacó, fica subentendido que o casal falhou como pais. Mas tudo estava no controle de Deus. Em Gn 25:22, Rebeca faz uma indagação a Deus sobre o que estava acontecendo com sua gravidez, uma vez que ”Os filhos lutavam no seu ventre...?”, Deus ouviu e assim registra a Bíblia Sagrada: “Respondeu o Senhor: duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá o mais moço”.
Apesar de tudo, Isaque foi próspero. Basta ver os incidentes por causa da sua mulher e dos poços em Gerar e a aliança com Abimeleque, rei dos filisteus (Gn 26). Ele sempre foi obediente e pacífico, Deus o abençoou, e de acordo com a Bíblia, Gn 35:28/29: “Foram os dias de Isaque cento e oitenta anos. Velho e farto de dias, expirou Isaque e morreu, sendo recolhido ao seu povo; e Esaú e Jacó, seus filhos, o sepultaram”. Teve Isaque o privilégio de viver longos anos, farto de dias, e seus filhos o sepultaram no túmulo da família.
Jacó - O nascimento de Jacó, foi a resposta das orações de seus pais, Isaque e Rebeca. Inicialmente, não importa se o nome Jacó significasse suplantador, e de certa forma o foi. No episódio do oportunismo para tirar a vantagem da primogenitura de seu irmão Isaú (Gn 25-27/34). Em outra ocasião, com ajuda de sua mãe, conseguiu receber de Isaque as bênçãos que eram de Isaú (Gn 27). O próprio Esaú reconheceu que Jacó era enganador, como exclamou em Gn 27/36: “Disse Esaú: Não é sem razão que se chama ele Jacó?. Pois já duas vezes me enganou: tirou-me o direito de primogenitura e agora usurpa a benção que era minha...”. Por causa disso Jacó fugiu, mas Deus estava acompanhando esses fatos. Na visão da escada (Gn 28:10/22), o Senhor aparece e fala, e faz promessas para ele.
Jacó também foi enganado por Labão, e com muita fadiga e tempo casou com suas filhas Lia e Raquel. Depois de muitos anos, Jacó retorna a terra de seus pais; se reconcilia com Esaú; Deus muda o seu nome de Jacó para Israel, o qual seria pai de uma grande nação, que levaria o seu próprio nome Israel.
As promessas de Deus ao seu avô, Abraão, ao seu pai Isaque e a ele próprio, Israel, se cumpriram de maneira prodigiosa. Esses três patriarcas são citados constantemente em muitas passagens na Bíblia, desde o Antigo até o Novo Testamento. O próprio Jesus fez citação desses patriarcas: “Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó” (Mt 8:11).
Os patriarcas, apesar das dificuldades da época, souberam administrar os conflitos; não deixaram de adorar e confiar em Jeová; sabiam da necessidade de fé pessoal em Deus que os guiasse por toda a vida e que os encorajassem com as promessas divinas. Uma vez que a vontade de Deus se tornasse conhecida só restava o caminho da obediência. Mesmo vivendo em peregrinação, quase nômades, mantiveram-se firmes, obstinados e determinados nas suas missões, e conservaram suas identidades com Deus, o Deus que lhes fez as Promessas.
A Nação Israelita, o cristianismo, a própria história da humanidade, podemos dizer que firmaram suas bases nos patriarcas, visto que deles procederam os judeus, e dos judeus o cristianismo, através de Jesus, descendente de Judá.
Não obstantes as fraquezas e limitações que são próprios do homem, que lições podemos tirar desses patriarcas? - Podemos observar: humildade, coragem, mansidão, obediência a Deus, perseverança, fé e outras, quando nos detemos mais sobre a vida dos patriarcas.
1.3 Outros Lideres Pós-patriarcal - Antigo Testamento
José – Filho do patriarca Jacó (Israel) com Raquel.
Pelas notas escriturísticas, José era o filho mais amado de Jacó, se não o preferido. Ele possuía um caráter imaculado, era um jovem de boa aparência e desenvolvia um dom natural de liderança. José sabia administrar bem as situações adversas. Vendido pelos seus irmão e levado ao Egito foi para casa de Potifar. Diz a Bíblia: “...tudo o que fazia o Senhor prosperava em suas mãos” (Gn 39:3) e depois lançado na prisão (Gn 39/40), manteve um comportamento sóbrio e temente a Deus.
Quando apresentado a Faraó para interpretações dos sonhos, José se mostrou humilde e confiante em Deus conforme Gn 41:61: “Respondeu-lhe José: Não está isso em mim; mas Deus dará resposta favorável a Faraó”. Com estas palavras José se colocou em posição confortável diante do monarca, mostrou firmeza e coragem, e ainda deu conselhos a Faraó sobre o que fazer para se defender da seca revelada em sonhos (Gn 41:33-36). O monarca reconheceu que José tinha algo que o diferenciava dos outros sábios e assim está registrado na Bíblia: “Disse Faraó aos seus oficiais: Acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o Espírito de Deus?”. Toda a corte se dobrou diante do servo do Senhor. Pois, na realidade, Deus estava com José.
José soube administrar o longo período de fome sobre aquela região. Sua influencia, coragem, firmeza, perseverança, fé e humildade, dentre outras qualidades, fizeram de José um grande líder. Foi ele, o agente de Deus para a preservação do seu povo, quando estabeleceu a ponte para a formação do Estado de Israel, fazendo o assentamento da casa de seu pai Jacó nas terras do Egito, onde por cerca de quatrocentos anos eclodia a Nação Israelita. “Mas os filhos de Israel foram fecundos, e aumentaram muito, e se multiplicaram, e grandemente se fortaleceram, de maneira que a terra se encheu deles” (Ex-1:7).
Moisés – Filho de Anrão e Joquebede, da tribo de Levi.
Moisés nasceu em um período de muita aflição tendo em vista a multiplicação do povo hebreu, já escravizado no Egito.
“Entrementes, se levantou novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José. Ele disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós. Eis, usemos de astúcia para com ele, para que não se multiplique, e seja o caso que, vindo guerra, ele se junte com os nossos inimigos, peleje contra nós e saia da terra” (Gn 1:6, 9 e 11). O rei ainda deu ordens para matar toda criança do sexo masculino que nascesse dos hebreus. “As parteiras, porém temeram a Deus e não fizeram como lhes ordenara o rei do Egito; antes, deixaram viver os meninos” (Gn 1:17). É como um paradoxo, embora escravizados e sendo afligidos, Deus contudo estava no controle da situação e trabalhava pelo seu povo. E nesse tempo de angustia Deus levantou Moisés.
A vida de Moisés e obras são os assuntos principais, não somente do livro de Êxodo, mas também de Levítico, Números e Deuteronômio. Moisés se destacou como um dos maiores, se não o maior dos homens do Velho Testamento e do mundo pré-cristão. O historiador Flavio Josefo conta que Moisés comandou um exército no sul. Por certo deve ter alcançado poder reputação e habilidade consideráveis. Era um homem bem preparado e capaz de enfrentar situações adversas.
Moisés sendo criado na corte real do Egito, recebendo a melhor educação que um príncipe deveria receber no reino, não se deixou impressionar com o refinado conhecimento. Todavia em sua mente estava a instrução que sua mãe Joquebede lhe dera a respeito do seu povo e do conhecimento de Deus. Certamente Joquebede lhe contou sobre a origem de Israel e as promessas que Deus tinha feito aos seus ancestrais, e que Deus os livraria daquela opressão.
Pelo que expõe Estevão no seu discurso antes de ser apedrejado, conforme At 7:20-25, Moisés parecia ter a intuição de que ele seria usado por Deus para ser o libertador de Israel. E de fato, Deus o usou naquela árdua missão de levar a cabo, não obstante a rebeldia e desobediência do povo.
Apesar de ser criado no palácio real, Moisés sabia que pertencia ao povo hebreu, e, certamente, estava sempre em contato com eles, até que certo dia não suportando ver um dos seus irmãos sendo maltratado por um egípcio, matou-o. Ao tomar conhecimento de que fora descoberto fugiu. Era Deus preparando-o para uma das mais, se não a mais difícil de todas as tarefas jamais realizada por um homem.
Moisés saiu do Egito com cerca 600 mil homens – Gn 12:37: “Assim, partiram os filhos de Israel de Ramessés para Sucote, cerca de seiscentos mil a pé, somente de homens, sem contar mulheres e crianças”. Alguns estudiosos acreditam que toda a multidão era de aproximadamente 2 milhões de pessoas.
Sempre em uma grande multidão há grupos de oposição e críticos, e com Moisés não foi diferente, até seus irmãos o questionaram (Gn 12). Mas ele se mostrou sóbrio e Deus tomou partido da situação a favor de Moises. Diz o versículo 3 do mesmo capítulo: “Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra”. Essa qualidade, e outras de Moisés, agradavam a Deus que sempre estava com ele e lhe dava graça para levar adiante Seu Plano.
O líder Moisés, como homem, tinha suas limitações, mas sempre mostrava firmeza diante de situações difíceis. Teve a humildade de aceitar o conselho do seu sogro Jetro, consoante Ex 18:13-27. Como verdadeiro líder, Moisés soube ouvir e interpretar.
Moisés é reverenciado como libertador, legislador, intercessor e porque não acrescentamos, o maior líder da sua época. Não era fácil naquele período da História, onde não existia uma escala de ordem moral ética firme, um homem libertar milhares de escravos, dando-lhes dignidade e nacionalidade. É bem verdade que Moisés era amparado por Deus. Mas se Deus o escolheu e o capacitou é porque sabia quem era Moisés e que poderia contar com ele.
Moisés não apenas aprendeu com Deus as habilidades de liderança mas ensinou-as aos outros, virtude que todo o líder deve seguir. Havia um contraste muito acentuado entre Moisés e Faraó, Moisés inspirava e capacitava, isto é, passava a outros as lições; Faraó controlava e manipulava.
Outros líderes
Há muitos outros personagens do Velho Testamento, como Josué, sucessor de Moisés; Calebe, homem guerreiro e destemido; Débora, juíza e profetisa, mulher que julgou Israel e os livrou das mãos de Jabim, rei de Canaã; Gideão; Esdras; Neemias; Rute; Daniel e ainda muitos outros que surgiram como profetas, sacerdotes e reis, os quais exerceram a liderança influenciando povos de sua época.
Davi – Não poderíamos deixar de mencionar Davi, homem que segundo a Bíblia narra: “E, quanto este foi registrado, lhes levantou como rei Davi, ao qual também deu testemunho e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade” (At 13:22). Como já falamos inicialmente, não existe perfeição no homem, mas Deus, segundo o seu designio e soberania, usa quem Ele quer, como quer, para execução da Sua Obra. E com Davi não foi diferente. Ele tinha, dentre tantas qualidades, a humildade. É considerado, até hoje, o maior rei de Israel.
Davi começou a despontar sua liderança ainda jovem, quando foi ungido.
Por que nos parece que Deus escolhe líderes que parecem desqualificado? Considere-se as seguintes razões:
1) Para obter a atenção do mundo.
2) Para levar glória a Ele.
3) Para conservar a mensagem simples.
4) Para promover confiança nEle.
5) Para encher-nos com o Seu Poder.
6) Para mostrar a Sua Soberania.
Daniel - Outro líder jovem escolhido por Deus para mostrar o Seu Poder, a Sua Glória e a Sua Soberania sobre os “poderosos” da Terra. Temente a Deus, Daniel exerceu sua liderança sobre os jovens cativos de Judá junto à corte do rei Nabucodonosor, ao ponto de influenciar o oficial do rei quanto à alimentação.
Mostrou o jovem líder: caráter, competência, convicção, coragem, compromisso e compaixão. Ele chegou a ser governador no reino de Nabucodonosor (Dn 2:49).
Concluindo este capítulo, devemos salientar que os personagens citados até agora tiveram pouca ou nenhuma referência e escola para praticar e levar adiante as suas tarefas, a não ser a fé, a obediência, a humildade, a perseverança dentre outras virtudes. É verdade que alguns cometeram o que se pode chamar de “alguns deslizes” mas, pela misericórdia de Deus, não comprometeram a missão que lhes fora dada. Eles sempre estavam voltados para Deus e para Suas Promessas. Sem dúvida, nos legaram muitas lições.
IV – LIDERANÇA NO NOVO TESTAMENTO
As promessas da Redenção e do nascimento do Messias vêm desde o Éden (Gn 3:15) e se estendem por todo o Velho Testamento. O profeta Isaias descreve com muita clareza o nascimento, a crucificação e a ressurreição de Jesus. Porém Isaias profetiza também a respeito de João Batista, segundo narra São Marcos em seu Evangelho: “Conforme está escrito na profecia de Isaias: Eis aí envio diante de tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho; voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Mc 1:2-3).
João Batista - primo de Jesus preparou o caminho para o Messias, Sua pregação era sem rodeios e contundente, falava com autoridade quando convocava o povo ao arrependimento. Assim pregava João Batista até apresentar Jesus como “...o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo)” (Jo 1:19).
João Batista exerceu uma liderança corajosa, convicta e decisiva. Ele aplicou a lei da influência, da qual adiante nos reportaremos, e convenceu muita gente. João Batista não persuadiu, mas convenceu, pois apresentava firmeza e segurança nas suas palavras. Ele também aplicou a lei do respeito, pois foi humilde quando falou de Jesus.
Como Mensageiro de Deus, João Batista cumpriu o que lhe estava determinado e, ao seu tempo, demonstrou uma liderança corajosa.
Jesus – Obviamente, sem qualquer comparação ou crítica, o maior de todos os líderes, dentro das escrituras e fora dela, em todos os tempos, foi o Senhor Jesus, no qual toda a liderança cristã está baseada, tanto na sua escola como no seu exemplo.
Jesus foi submisso e obediente ao Pai. Deu exemplo de humildade, amor, compaixão, justiça e mansidão. Jesus exerceu seu ministério com sabedoria e autoridade. É notório que o Espírito do Senhor estava com Ele, como diz Lc 4:18: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos”. Ma Jesus exerceu o seu ministério como homem. Ele foi cem por cento homem e cem por cento Deus, todavia padeceu e sofreu como homem.
Jesus se intitulou como o Bom Pastor. No Evangelho de João, capítulo 10, Ele dá uma aula sobre o que é ser pastor e o que é ser mercenário. Em outras palavras, o verdadeiro pastor e o falso pastor, uma vez que as ovelhas conhecem a voz do seu pastor. Em determinado momento, chagou a exclamar: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas”, e ainda: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim” (Jo 10:11 e 14). É claro que Jesus estava usando ovelhas animais para fazer uma comparação de como um bom pastor, um líder cuida e protege suas ovelhas, e se necessário, até dá a sua vida por elas. Quem lidera, quem pastoreia trabalhando na obra do Senhor, tem que ser conhecido e conhecer suas ovelhas; cuidar com zelo, com amor, mansidão, compaixão e compreensão.
Se as ovelhas seguem o seu pastor, é porque ele atende as necessidades delas. As ovelhas, isto é, as pessoas se sentem bem com o seu líder. Ele exerce influencia sobre seus liderados ou sua equipe.
Liderando uma equipe de 12 homens, seus discípulos, Jesus atraiu para si, praticamente todo o Estado Judeu, inclusive as autoridades religiosas. O seu modo de agir e de falar contagiava as pessoas e as deixava desejosas de sempre estar com Ele, pois Sua Palavra e Seu ensino satisfaziam aos anseios do povo. É claro, Jesus encontrou oposição, foi criticado e questionado, mas de todas as situações tirou proveito e se saiu muito bem, ao ponto de afirmarem: “Responderam eles: Jamais alguém falou como este homem” (Jo 7:46).
Falar sobre o que Jesus fez, de seus atos, sua influência, seus ensinos neste breve ensaio, é tarefa difícil, senão impossível, mas podemos ver que ao longo do seu ministério, três anos apenas, Jesus nos deixou grandes lições sobre liderança. Então, toda a liderança cristã deve estar baseada nos ensinos e exemplo que Jesus deixou registrados na Bíblia Sagrada, a Bendita Palavra de Deus.
V - LIDERANÇA NA IGREJA
A Igreja – Uma Instituição divina, o Corpo de Cristo, onde Ele é a cabeça da Igreja (Cl 1:18). É também uma organização administrativa admitindo, portanto, pessoas qualificadas para a sua administração em vários órgãos: departamentos, secretaria, tesouraria, etc.
Deve o pastor prover a igreja de pessoas capacitadas, profissionais para gerir os atos administrativos junto aos órgãos estatais, sendo que dos assuntos eclesiásticos o Senhor Jesus se encarrega do provimento, conforme Ef 4:11-12: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo”. Deus chama, capacita e coloca líderes no lugar certo no Corpo de Cristo.
Quando Jesus falava aos discípulos sobre a Igreja, antes de sua crucificação, Ele disse que a Igreja seria forte e combatente, a tal ponto que: “...as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18). Ora! O que é a Igreja? São os salvos na pessoa do Senhor Jesus Cristo, composta de membros e seus líderes obreiros. Portanto, são eles a continuidade do Plano da Redenção, iniciado na Terra desde a antiguidade. Assim, a Igreja continua anunciando o Reino de Deus, as Boas Novas de salvação.
Depois da ressurreição Jesus disse a Pedro: “...apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21:16-17). Com essas palavras Jesus estava dizendo que a Igreja ficaria sob a liderança dos seus obreiros, pastores e líderes. É evidente que o Espírito Santo é quem cuida da Igreja, orientando seus líderes, instruindo-os para o bom desempenho da evangelização.
Pedro - Originalmente chamado Simão. Sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus e fazia parte do círculo mais íntimo do Mestre. Era considerado como homem sem letra e indouto pelos líderes judaicos de Jerusalém (At 4:313), mas ele exercia certa liderança entre os discípulos. Estava sempre questionando e respondendo. Era tido como afoito, arrojado, como no caso de se lançar ao mar ao encontro de Jesus quando caminhava sobre as ondas (Mt 14:28-29). Foi ele que recebeu a Revelação Divina a respeito de Jesus (Mt 16:16). Por outro lado negou Jesus, porém foi perdoado e indicado para apascentar o rebanho da Igreja.
Na “descida” do Espírito Santo, com ousadia proferiu um veemente discurso em defesa daquele movimento, no qual discorreu desde as profecias do Velho Testamento, nascimento, morte e ressurreição de Jesus (At 2:14 e seguintes), quando houve milhares de conversões. Ali nascia uma Igreja poderosa e operosa, e Pedro com coragem e fé continuou atuando de maneira eficaz ao ponto de escrever duas cartas, 1Pedro e 2Pedro, fortalecendo assim o cristianismo.
Paulo - Considerado um dos mais, se não o mais influente de todos os apóstolos. Homem culto, letrado e conhecedor profundo do judaísmo e da Lei. Conforme ele mesmo disse: “Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois” (At 22:3). Paulo não andou com Jesus, como os demais discípulos, mas foi o próprio Jesus que se apresentou a ele, então Saulo.
O legado de Paulo para o cristianismo constitui-se, na sua maioria, em ensinos para todas as épocas e classes de pessoas, porquanto, escreveu 13 Epístolas, as quais contêm narrativas de caráter pessoal, universal e pastoral.
Paulo exerceu seu ministério com firmeza, mostrando-se um líder eficaz. Deus usou-o como instrumento para desmistificar o cristianismo e o judaísmo, uma vez que ele, como homem erudito, direcionando o conhecimento de Paulo para a Sua Obra. Em suma, também é difícil falar a respeito de Paulo em poucas linhas mas eis aí uma síntese do que foi esse grande apóstolo de Jesus.
1.Líder Eficaz para a Igreja
No Livro da Revelação, intitulado Apocalipse de João, logo no primeiro capítulo, a partir do versículo quatro, onde algumas versões dão o título como Dedicatória às sete Igrejas da Ásia ou Dedicação às sete Igrejas da Ásia, dentre outros nomes, está narrado que o próprio Jesus diz: “Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas” (Ap 1:20).
Jesus está se referindo aos líderes daquelas Igrejas, onde Ele os denomina anjos, dando assim a entender o grau de importância que aplica aos obreiros, pastores e líderes das igrejas. Jesus faz elogios, advertências e recomendações. É o cuidado que Ele tem pela Igreja que lhe custou caro. É por isso que o Espírito Santo está no meio dela, orientado seus obreiros. Então vamos corresponder à altura a importância que Jesus nos dá.
O apóstolo Paulo, um dos maiores lideres da era cristã disse: “...se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (I Tm 3:1). Paulo disse isso porque o Senhor se agrada daqueles que desejam servi-Lo.
Apesar da necessidade, principalmente nos dias de hoje, do obreiro procurar estudar em colégio ou faculdade e outros cursos, para obter conhecimentos seculares, não deve ele desprezar a chamada e vocação ministerial se lhe for dada essa oportunidade, pois trabalhar na Obra do Senhor é um privilégio. Não devemos pensar que ter o conhecimento escolar, técnico ou profissional apropriados bastam para ser qualificado como líder. Tudo isso é necessário, mas não o suficiente.
A vocação e a chamada ministerial são os itens mais relevantes para a vida de um líder que deseja ver seu ministério crescer, frutificar. O preparo intelectual e o conhecimento específico em geral são de suma importância para uma vocação administrativa empresarial secular. Mas para a Obra de Deus, a sua Igreja, que tem suas doutrinas baseadas na Bíblia, o conhecimento da Palavra de Deus é indispensável, como disse Paulo: que “maneje bem a palavra da verdade”. No entanto não deve o obreiro desprezar o conhecimento secular também para ser usado na Obra de Deus. Muito pelo contrário, deve buscá-lo.
O verdadeiro líder, seja ele pastor ou tenha outra qualificação de obreiro, dirigente de uma Igreja, grande ou pequena, regente de coral, de conjunto, orquestra, líder de mocidade, professor da Escola Dominical e demais ocupações, em suas atitudes e tomadas de decisões deve sempre contar com a parceria do Espírito Santo.
Resumindo: o Líder que quer ver seu trabalho prosperar deve submeter-se à liderança do Espírito Santo.
1.2 - Liderando para todos
Podemos, com muita propriedade, dar o exemplo de Paulo, pois, sabia ser flexível no seu comportamento para influenciar as pessoas. Em um dos seus ensinamentos, falando sobre o seu apostolado, escreveu:
“Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei”... Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. “Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos salvar alguns” (1Co 9:19, 20 e 22). No v 23 ele conclui: “Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele”.
Observamos aí que o apostolo sabia se identificar e posicionar-se de acordo com a classe de pessoas com que ele queria se relacionar.
O líder eficaz deve pelo menos observar como ele mesmo está se comportando à frente dos seus liderados, pois fazendo esta avaliação estará mais seguro para exercer sua liderança. Contudo, deve observar os seguintes aspectos, dentre outros:
a) Sensibilidade Situacional - deve fazer a leitura da situação;
b) Flexibilidade de Estilo ou Comportamento - capacidade de mudar o Estilo, a maneira de liderança de acordo com as circunstâncias;
c) Gestão Situacional – Ter a habilidade de mudar determinada situação, se necessário, ou de reformá-la.
1.3 - Influência interpessoal
Quando um pastor ou um líder procura atingir o comportamento de um membro ou liderado, está exercendo uma influencia interpessoal, a relação está diretamente ligada ao líder e à pessoa, como nos casos do:
• Vendedor - freguês
• Professor - aluno
• Pastor - membro
No estudo da influência interpessoal não se deve confundir liderança e poder. Uma pessoa pode ter poder e não desempenhar a
liderança. A influência deve ser exercida sem a imposição de força, sem coação ou imposição por lei, mas sim com a sensibilidade de quem conhece sua equipe, seus grupos ou seus liderados.
Paulo, para atingir e influenciar as pessoas de diversas classes, teve que se identificar com o grupo ou pessoas, a fim de atingir seus objetivos.
Poderíamos falar ainda de muitos outros líderes da Igreja primitiva, como os outros apóstolos e os grandes líderes dos primeiros séculos da Igreja, da reforma e dos atuais, mas o tempo e o espaço nos limitam.
1.4 - Líderes de Organizações e Departamentos da Igreja
Na Igreja local existem corais, orquestras, Escola Dominical, organização de mocidade, adolescentes, crianças, etc. Todavia, os lideres dessas organizações ou departamentos devem ser qualificados de acordo com o serviço ou ocupação do grupo.
O pastor ou o obreiro dirigente, certamente não vai nomear uma pessoa sem conhecimento musical para reger o coral ou a orquestra, e assim por diante. Pela orientação do Espírito Santo, o pastor vai querer o melhor para a igreja, e o bom censo do obreiro vai colocar cada pessoa líder no seu devido lugar. Deus tem o líder preparado, chamado e capacitado, próprio para cada função na sua Igreja.
Os líderes devem exercer a comunicação, isto é, a linguagem apropriada, a influência, a imparcialidade e, sobretudo,a humildade para tratar com os membros desses grupos, pois, muitas vezes,são grupos heterogêneos, e se esse líder não possuir tais habilidades poderá fracassar na sua tarefa. Não esqueçamos: o líder deve sempre estar em sintonia com o Espírito Santo.
1.5 Comportamento do líder à frente do seu grupo
• Identificação - O líder deve identificar-se com o grupo que lidera. O seu comportamento tem que ser voltado para seus liderados. Por exemplo: O pastor conhece as suas ovelhas e as ovelhas, o seu pastor – Jo 10:14. O pastor deve conhecer os hábitos da ovelha. Conhecer como o general conhece seus soldados; o professor, os seus alunos; o maestro, os seus músicos. Ou seja, cada um conhecendo perfeitamente seus comandados.
• Comunicação - A comunicação é a ponte, é o elo da corrente. Se o líder não se comunicar adequadamente, não haverá entendimento entre as partes. O pastor tem que falar a linguagem que a ovelha entende; o general dá o comando que o soldado entende. É fundamental que as pessoas saibam quem você é quando fala com elas.
• Relacionamento – O líder que não se relaciona com seus liderados, está fadado ao fracasso. O contato faz com que os líderes se aproximem do grupo, departamento ou equipe, pois, ele vai acompanhar de perto o resultado, o crescimento e o objetivo proposto. É no relacionamento que ele vai descobrir as atitudes, virtudes, esforço, desempenho e a força de vontade de cada membro da sua equipe. Jesus de continuo mantinha o relacionamento com seus discípulos. Ele se identificava, se comunicava e mantinha um bom relacionamento, ao ponto de Pedro exclamar: “...para quem iremos...” (Jo 6:68).
O líder, seja ele pastor de igreja, líder de grupo, departamento como Escola Dominical, professor, regente, etc. têm que exercitar os itens acima enumerados. Isso faz com que ele seja conhecido e ao mesmo tempo conheça as pessoas que estão sob sua liderança.
Os líderes de departamentos e organizações da igreja não devem ter a visão voltada só para seu grupo, sem se importar com o crescimento da Igreja. Eles têm que ter uma visão ampliada, ver a Igreja como um todo, isto é, ter uma macro visão, pois, afinal, de contas ele está prestando um serviço para Deus.
1.4 - O Líder, a Crítica e a Repreensão
Quem lidera deve estar ciente de que é susceptível de receber críticas, as quais podem ser construtivas ou destrutivas. O líder deve estar pronto para receber críticas, seja ela boa ou má, pois, pode tirar proveito. Às vezes, por causa de uma critica, mudamos a direção de certas decisões ou posições equivocadas que tomamos ou deixamos de tomá-las. Basta ter humildade para aceitá-las. Moisés recebeu de bom grado as críticas e conselhos de Jetro seu sogro, e teve a humildade de tomar decisões corretas ao estabelecer maiorais de mil, de cem, de cinqüenta e de dez (Ex 18), o que foi um alívio para ele.
Moisés foi muito criticado, mas teve a humildade de receber e suportá-la, e quando injustiçado, Deus sempre estava ao seu lado, tomando-lhe as dores e repreendendo os criticadores.
Por outro lado, Moisés compreendeu que se não repreendesse a pessoa que errava, muito provavelmente o caso se agravaria. Assim Moisés estabeleceu diretrizes para tratar os que se comportavam mal: “Não aborrecerás teu irmão no teu íntimo; mas repreenderás o teu próximo, e por causa dele não levarás sobre ti o pecado. Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos de teu povo; mas amarás a teu próximo como a ti mesmo”. Repreender será bom tanto para nós quanto para a pessoa repreendida. A raiva e amargura reprimidas, tanto para quem repreende como quem recebe deve ser um alívio.
A disciplina aplicada no momento certo com serenidade, sem ódio, rancor ou vingança e não com objetivo de humilhar, faz bem. Aqui está se praticando a correção cristã dentro da Palavra de Deus.
V - AS LEIS DA LIDERANÇA
O escritor, palestrante e conferencista de reconhecimento internacional, John C. Maxwel, um dos mais renomados conhecedores do tema Liderança, entre tantas publicações, escreveu recentemente a obra: “As 21 Irrefutáveis Leis da Liderança”. Antes de falar e descrever essas leis que estabeleceu para liderança, o escritor fez o seguinte comentário: “Não importa em qual ponto você está no processo de liderança, saiba o seguinte: quanto mais leis você aprender, melhor líder se tornará. Cada lei é como uma ferramenta, pronta para ser apanhada e usada para ajudá-lo a realizar seus sonhos e agregar valor às outras pessoas. Escolha pelo menos uma, e você se tornará um líder melhor. Aprenda e todas e as pessoas o seguirão alegremente” (pg-19)
Naturalmente o escritor não se refere às leis emanadas do Estado, mas sim leis, digamos assim, didáticas no sentido de uma melhor aplicação na liderança, quer seja cristã ou secular, sendo que apresentaremos a seguir, algumas, que julgamos úteis para o estudo da nossa disciplina:
A Lei do Limite – A capacidade de liderança é o limite que determina o grau de eficácia de uma pessoa. Quanto mais baixa a capacidade de liderança de uma pessoa, mais baixo o limite em seu potencial. Quanto maior a capacidade de liderar, maior o limite em seu potencial. Onde quer que procure, você pode encontrar pessoas inteligentes, talentosas e de sucesso que não são capazes de ir mais longe por causa dos limites de sua liderança.
A Lei da Influência - A pessoa só é líder se tem seguidores, e isso sempre exige o estabelecimento de relações. Sendo assim, a verdadeira medida da liderança é a influência. Basta observar a dinâmica que há entre as pessoas em quase todos os setores da vida e verá algumas liderando e outras seguindo. “A verdadeira essência de todo o poder de influenciar está em levar outra pessoa a participar”
A Lei do Processo - O objetivo de cada dia deve ser um pouco melhor que o do dia anterior. Assim, é possível edificar a partir do progresso conquistado diariamente.
A Lei do Respeito – As pessoas não seguem as outras por acaso. Elas seguem indivíduos cuja liderança elas respeitam. Quando os líderes demonstram respeito pelos outros, especialmente pelas pessoas que têm menos poder e uma posição inferior à deles, conquistam o respeito dos outros. As pessoas querem seguir pessoas que elas respeitam muito.
A Lei do Circulo Íntimo – nenhum líder caminha sozinho. Um dos segredos do sucesso da liderança é a capacidade de influenciar as pessoas que influenciam as outras. Como fazer isso? Levem influenciadores para o seu círculo íntimo.
A Lei do Fortalecimento - Só líderes seguros dão poder aos outros. A liderança se firmará e se fortalecerá. Mas antes, os lideres deve avaliar o potencial de cada pessoa.
As Leis da vitória - “Os melhores líderes sentem-se compelidos a aceitar os desafios e a fazer todo o possível para conseguir a vitória para o seu pessoal. Na visão deles:
Liderança é responsável.
Perder é inaceitável.
Paixão é infindável
Criatividade é fundamental.
Desistência é impensável.
Compromisso é inquestionável.
Vitória é inevitável.
Com essa disposição, abraçam a visão, abordam os desafios com decisão e levam seu pessoal à vitória”.
A Lei do Sacrifício – Do que você estaria disposto a abrir mão em prol das pessoas que o seguiram? Esse líder deu sua vida. Por quê? Porque Ele compreendeu o poder da lei do sacrifício. Jesus estava tão comprometido com sua missão, que foi capaz de permitir que pessoas fracas o apanhassem, prendessem e crucificassem. Jesus abriu mão de sua vida praticando a Lei do Sacrifício.
A vida de um líder pode ser glamorosa para as pessoas de fora. Mas a realidade é que liderança exige sacrifício. O líder precisa abrir mão para continuar. Mais recentemente, vemos líderes que usaram e abusaram de suas organizações em benefício próprio, e os escândalos empresariais resultantes são frutos dessa ganância e desse egoísmo. O cerne da boa liderança é o sacrifício.
A Lei do Momento - Decisões tomadas na hora certa, no momento próprio podem evitar catástrofes. Você já deve ter ouvido falar do principio da oportunidade, onde um pequeno espaço de tempo é importante para tomada de decisões.
A despeito desta lei, o autor, John C. Maxwel, se reporta ao furacão Katrina que no final de agosto e início de setembro, praticamente varreu a cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos. Se o prefeito daquela cidade tivesse ordenado a evacuação no momento certo, muita gente teria se salvado. O momento e o princípio da oportunidade não foram observados pelo prefeito.
A pregação das boas novas deve ser feita a tempo e fora de tempo (2Tm 4:2), mas algumas decisões não podem ser proteladas pelos líderes cristãos em detrimento da Obra de Deus.
VI - ESTILOS DE LIDERANÇA
Normalmente o líder quer imprimir um jeito pessoal na sua forma de liderar, e se não tomar cuidado, dependendo do seu estilo, pode levar a instituição ou grupo de trabalho ao fracasso. Citamos a seguir alguns tipos de diferentes estilos de liderança:
1) O maquiavélico - jamais reúne o grupo para trocar idéias, mas se comunica com cada membro em particular; é mestre em intrigas; joga um membro contra o outro e os usa como quer. É o tipo que divide para governar.
2) O vaidoso e ambicioso – favorece os membros do grupo que o bajulam, não consegue ser imparcial, torna-se líder por causa de títulos e/ou prestígio profissional.
3) O instável - muda de idéia como troca de roupas. Por isso, a equipe não consegue seguir suas instruções. Inicia muitas tarefas e não conclui nenhuma.
4) O paternalista - É bondoso até demais, trata os membros do grupo como seus filhos, procura lhes dar presentes, prêmios e conforto. Mas exige retribuição com mais trabalho.
5) Imparcial – Trata com igualdade todos os membros do grupo. Aplica o direito e deveres com imparcialidade. Na epístola universal de Tiago, capítulo 3:17, diz: “Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia” . A Bíblia contém ensinos e exemplos de boas lideranças. Todavia, não seja maquiavélico e nem tão pouco vaidoso e ambicioso, pois Deus rejeita o soberbo e dá graça ao humilde.
Existem ainda, muitos pontos, tratados e literaturas sobre Liderança Cristã e outros tipos, sejam empresarial, industrial e demais campos da vida secular, mas o tempo e o período de aula são insuficientes para estudá-los aqui.
VII – LIDERANÇA CRISTÃ NA IGREJA CONTEMPORÂNEA
Exercer a liderança não é um trabalho fácil, sobretudo, quando essa liderança tem de ser exercida na Igreja, principalmente nos tempos atuais. No exercício da liderança, notadamente os pastores e outros obreiros, tem sido machucados ao longo de seus ministérios na vida cristã, pois, lideram pessoas de todas as qualidades, como já dissemos anteriormente, grupos heterogêneos. Os pastores e outros obreiros que lideram tem que aprender a “desviar-se das lanças de Saul em sua própria casa”.
A Palavra de Deus, a mensagem da cruz, as boas novas são mensagens atualíssimas, é ditada para todas as épocas, porém a metodologia de transmissão, sem mudar a linguagem de Deus para os homens, devem ser observadas para os tempos modernos.
O ser humano se modernizou, o conhecimento a sabedoria e a ciência se multiplicaram, como escreveu o profeta Daniel: “E tu Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará” (Dn 12:4). Hoje, devido à tecnologia, a vida parece que se tornou mais fácil de ser vivida. Mas há uma correria geral, para se obter
sucesso, e até mesmo para se sobreviver. Na área de saúde, a medicina com seus medicamentos e aparelhos sofisticados faz até cirurgias usando a informática. Prolongou-se a expectativa de vida da humanidade. Na Idade Antiga, a média era pouco mais de 20 anos; na Idade Média 33 anos. Do início para o final do século XX, a expectativa de vida da população subiu de 45 para 75 anos, e segundo algumas fontes, a tendência é a média subir mais ainda.
Apesar de todo o saber, conhecimento e ciência, a ética e a moral parecem não ter acompanhado desenvolvimento social. Pelo contrário, a violência, a prostituição, a corrupção e toda espécie de pecado, tem grassado nos tempos modernos. O homem, na sua pecaminosidade desafia a Deus, ignorando a mensagem da cruz. Chegamos a Ap 22:11: “...quem é injusto faça injustiça ainda: quem está sujo suje-se ainda...”.
O líder cristão deve estar bem atualizado no seu tempo. As ovelhas que estão chegando à igreja trazem consigo um alto grau de conhecimento, escolaridade e um estilo de vida cheio de vícios. Não falamos aqui de vícios como drogas, alcoolismos e outros, mas sim do sistema de vida da atual sociedade, onde os valores referenciais de condutas não são observados. Se o líder não estiver atento, perde a comunicação com o seu rebanho, por isso é importante os pastores e obreiros, de um modo geral, acompanhar a evolução social e estarem bem informados.
CONCLUSÃO
Devemos sempre agregar valores ao nosso conhecimento e colocá-los à disposição da obra de Deus, pois Ele observa aqueles que querem se colocar na brecha, conforme escreveu Ezequiel: “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, pra que eu não a destruísse; mas ninguém achei” (Ez 22:30). Você pode ser esse homem e certamente Deus te achará.
Encerrando este trabalho, sugiro aos prezados irmãos e amigos fazer uma reflexão e uma análise, se possível, de cada personagem aqui citada. Porque, sem dúvidas, iremos tirar lições, erros e acertos, para nossa edificação e, porque não dizer, subsídios para exercer a liderança na obra de Deus.
Foram homens e mulheres dotados de coragem, perseverança, sacrifício e, sobretudo, da fé que fortalecia a esperança nas promessas, e que dependiam totalmente de Deus, sem outra alternativa para levarem a cabo a missão que lhes fora confiada.
Com muita razão, o escritor aos Hebreus expressa: “Homens dos quais o mundo não era digno, errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra” (Hb 11:38).
EV. Silas Tavares e Sousa
BIBLIOGRAFIA
Bíblia de Estudo Pentecostal - 1995 por Life Publishers - Editoração e Fotolito – CPAD.
Bíblia da Liderança Cristã – John C. Maxwel – Edição 2007 - Sociedade Bíblica do Brasil.
Bíblia Shedd Antigo e Novo Testamento – Russell P. Shedd - 1ª Edição 1998 – Edições Vida Nova – Sociedade Bíblica Brasileira.
Liderança Eficaz – Os desafios do líder cristão no século XXI - Samuel Costa da Silva - Edição 2006 – Editora Palavra – DF.
As 21 Irrefutáveis Leis da Liderança - John C. Maxwel - Edição Original por Thomas Nelson – traduzida por Alexandre Martins – Edição 2007 Ed Thomaz Nelson.
As Leis de Moisés para a Gerência – Davide Baron (com Lynette Padwa) – Edição 2002 – Editora Record.
Um Líder Eficaz – Apostilha Faetel – Pr. Alcino Lopez Toledo – Faculdade de Educação Teológica – Logos.
Manual Bíblico de Halley – Halley, Henry Hampton –Editora Vida 2001.
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“Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento, e os que a muito ensinam a justiça refulgirão como as estrelas sempre e eternamente”
Dn 12:3
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