quarta-feira, 1 de setembro de 2010
ISRAEL: A QUESTÃO PALESTINA
INTRODUÇÃO
A nação de Israel e o povo judeu são um enigma para este mundo. Sua existência desafia a lógica humana; sua preservação contradiz todas as tendências históricas.
A preservação do povo judeu é, no mínimo, assombrosa. Nações e povos muito mais numerosos, mais ricos e que ocupavam territórios bem maiores, surgiram e desapareceram. Os povos que formaram os grandes impérios da história, tais como os babilônios, os persas, os gregos e os romanos, todos saíram do palco da história mundial, mas a nação judaica continua seguindo seu caminho.
A ORIGEM BÍBLICA DO CONFLITO PALESTINO
Analisando a Bíblia, encontramos a história de Abraão, que, obedecendo ao comando de Deus, deixou a Mesopotâmia e estabeleceu-se em Canaã - passando assim a ser a Terra Prometida dos judeus. Dos filhos de Abraão - Isaque e Ismael - descendem respectivamente os judeus e os árabes. Jacó, neto de Abraão e filho de Isaque, e os filhos deste, mudaram-se para o Egito onde foram mantidos como escravos durante 400 anos, até retornarem a Canaã.
Visando recuperar a Terra Prometida, Moisés, sob a direção divina, libertou-os da escravidão levando-os a uma peregrinação de 40 anos pelo deserto. Então, o povo judeu estabeleceu-se às margens do Rio Jordão, na região que muito depois seria chamada de Palestina,. Lá, expandir amsuas fronteiras durante o reinado de Salomão, que consolidou a Monarquia Judaica.
O império passou a se estender do Egito a Mesopotâmia e, em seguida, dividiu-se em dois reinos, que logo foram dominados pelos Babilônios que expulsaram os judeus desses territórios. Os Babilônios foram dominados pelos Persas, e estes pelos gregos, e estes últimos, pelos Romanos. Durante o reinado persa, os judeus voltaram à sua terra.
Antes do início da disputa por Canaã, judeus e árabes viviam em harmonia, pois muitas vezes sofreram os mesmos destinos, contra inimigos comuns.
A ORIGEM POLÍTICA DO CONFLITO MODERNO
A delicada situação existente entre judeus e palestinos foi agravada por negociações contraditórias entre países europeus, principalmente França e Inglaterra. Entre as principais negociações, Vizentini lembra o acordo Sykes-Picot, concluído em maio de 1916, durante a 1ª Guerra Mundial, que colocava a Palestina sob controle internacional, e a Declaração Balfour, de 1917, com a qual o governo britânico empenhava-se em estabelecer no território palestino um lar para o povo judeu.
No início dos anos de 1920, portanto, a Palestina era objeto de planos diferentes: um desses planos surgiu do acordo anglo-francês que queria deixar a Palestina sob proteção inglesa, outro era o plano dos árabes que desejavam a independência da Palestina, e o terceiro fundava-se no sonho dos judeus em criar seu novo estado na região.
De1919 a 1929, a Grã-Bretanha impôs sua influência na Palestina, por meio do Mandato Britânico, sob comando de um cidadão inglês de origem judaica. Dessa forma, a Palestina começou a ser contendida por três forças: os ingleses; os judeus sionistas - que se apressaram, por meio da criação de organizações próprias como a Organização Sionista Mundial, da Agência Judaica, dentre outras, a constituírem quase que um estado judaico -; e os árabes, que se organizaram no Conselho Supremo Muçulmano e no Partido Palestino Árabe Nacional.
Após o surgimento do nazismo na Alemanha, as emigrações do povo judeu rumo à Palestina aumentaram vertiginosamente, gerando ainda maiores tensões entre os árabes da região. Com a tragédia do Holocausto, a ideia de criar um estado próprio para o povo judeu se fez ainda mais urgente e relevante. Nesse período, o governo britânico não podia mais conter o fluxo de imigrantes judeus que chegava ao país de forma clandestina. A população árabe, que já organizara a revolta contra a dominação inglesa, começou a se organizar contra a presença judaica, o que provocou a Revolta Árabe de1936. Esta, porém, foi derrotada pelos ingleses, militarmente superiores. Em três anos de conflito, mais de cinco mil árabes morreram.
O TERRITÓRIO DA PROMESSA A ISRAEL
Como lembra o teólogo e cientista da História de Israel Joel Fonseca, quando Abraão ainda morava em Harn, Deus lhe disse, em Gênesis 12.1: "Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, e vai para a terra que te mostrarei. De ti farei uma grande nação, e te abençoarei". Depois, chegando a Siquém (Nablus), lemos em Gênesis 12.7: "Darei à tua descendência esta terra.” Em seguida, em Betel, que fica a meio caminho entre Siquém e Jerusalém, Deus fala em Gênesis 13.14: "Ergue os olhos desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente, porque toda esta terra darei a ti e à tua descendência para sempre." E, finalmente, quando Abraão ficou em Hebron, a Bíblia diz, em Gênesis 15.18: "Naquele dia fez o Senhor aliança com Abraão, dizendo: à tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito (córrego Arish, não o rio Nilo) até o grande rio Eufrates.”
"Esses foram os limites de Israel marcados por Deus. E o território entre Nablus e Hebron é exatamente o lugar que está sendo requisitado pelos Palestinos”, disse o cientista. Segundo ele, a área faz parte da terra prometida a Abraão e seus descendentes.
“Trata-se de Israel incluindo Judéia e Samaria. Exatamente nesse lugar, hoje, se localiza a área de campo de batalhas das intifadas”, explica.
É importante assinalar que Zacarias, após o retorno do exílio na Babilônia, menciona um futuro regresso à terra, numa indicação conclusiva de que as restaurações de Israel à sua terra, em ocasiões passadas, não foram o cumprimento pleno e definitivo daquela promessa de concessão da terra feita a Abraão, Isaque e Jacó. Os capítulos 9-14 do livro de Zacarias apresentam um plano de regresso do povo judeu a Jerusalém e à terra de Israel no fim dos tempos. Kaiser faz a seguinte observação:
Os profetas do Antigo Testamento descreveram, por repetidas vezes, a realidade de um remanescente israelita que retornava à terra (p.ex., Is 10.20-30) e, nos últimos dias, se tornava proeminente entre as nações (Mq 4.1). Para dizer a verdade, o texto de Zacarias 10.8-12 ainda repete essa mesma promessa no ano 518 a.C., momentos depois que muitos de Israel tinham retornado de seu último e derradeiro exílio, o Exílio Babilônico.
Além do mais, Israel tem a garantia de um futuro na sua terra, pois o Senhor não revogou nenhuma das promessas que fez a Seu povo, a nação de Israel, em toda a Bíblia: “porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rm 11.29).
A PROMESSA FEITA A ISMAEL
"Quanto a Ismael, eu te ouvi: Abençoá-lo-ei, fá-lo-ei fecundo e o multiplicarei extraordinariamente; (...) dele farei uma grande nação. A minha aliança, porém, estabelece-la-ei com Isaque", Gn 17.20. Segundo especialistas sobre o Oriente Médio, os povos árabes são 38 vezes mais numerosos que Israel, e o território deles é 574 vezes maior que o de Israel, sem contar hoje o controle total do petróleo, que se encontra nas mãos do povo árabe. Mesmo assim, oa maioria dos árabes não suporta a ideia da existência de Israel na região.
A ATUAL NAÇÃO DE ISRAEL É UM CUMPRIMENTO PROFÉTICO
Quando o Estado de Israel contemporâneo foi fundado em 1948, ele não apenas se tornou um importante marco na montagem do palco para acontecimentos futuros, mas também se constituiu num legítimo cumprimento das profecias bíblicas que se referiam especificamente a um reagrupamento mundial dos judeus descrentes, antes do juízo da Tribulação. Estas passagens do Antigo Testamento prediziam tal acontecimento: Ezequiel 20.33-38; 22.17-22; 36.22-24; 37.1-14; Isaías 11.11-12; Sofonias 2.1-2. Os capítulos 38 e 39 de Ezequiel implicam tal cenário.
Antes que essas coisas aconteçam, é necessário que judeus provenientes de todas as partes do mundo retornem à sua terra, exatamente como temos visto acontecer, hoje em dia, no Estado de Israel. Isso, naturalmente, não quer dizer que todo judeu deste mundo tenha que regressar à sua terra. Mas, de fato, significa que muitos do povo judeu deverão ter retornado à sua antiga terra natal. Nas Escrituras, a profecia referente ao fim dos tempos trata como certo o fato de que Israel não somente estará reagrupado em sua terra, como também estará em pleno funcionamento como nação.
As implicações de Daniel 9.24-27 não deixam sombra de dúvida: “Ele [o Anticristo] fará firme aliança com muitos, por uma semana [i.e., um conjunto ou semana de sete anos]” (v. 27). Em outras palavras, o período de sete anos da Tribulação começará com a assinatura de uma aliança entre o Anticristo e os líderes de Israel. A assinatura desse tratado pressupõe, obviamente, a existência de uma liderança judaica no governo de uma nação israelense. Para que esse tratado seja assinado, é indispensável a existência de um Estado Judeu.
Então, para resumir, a lógica é a seguinte: a Tribulação não pode começar antes que a aliança de sete anos seja firmada. Tal aliança não pode acontecer sem a existência de um Estado Judeu. Logo, é obrigatória a existência de um Estado Judeu antes da Tribulação.
O FUTURO DE ISRAEL
Para que se possa entender corretamente essa “volta ao lar” ou reagrupamento dos judeus na sua terra por ocasião do fim dos tempos, é preciso ter em mente que a Bíblia prediz o fato de que Israel teria a experiência de passar por dois reagrupamentos de amplitude mundial no regresso à Terra Prometida. O primeiro reagrupamento seria parcial, gradativo e numa condição de incredulidade, enquanto o segundo seria completo, instantâneo e marcado pela fé em Jesus, como seu Messias pessoal e nacional.
Dezenas de passagens bíblicas predizem esse acontecimento de caráter mundial. Entretanto, verifica-se um erro muito comum de tratar todas essas passagens como referências de um mesmo acontecimento cumprido no calendário profético, especialmente no que diz respeito ao Estado de Israel contemporâneo. A nação de Israel dos dias atuais é profeticamente relevante e constitui-se num cumprimento da profecia bíblica. Porém, ao estudarmos a Palavra de Deus, temos que ter o cuidado de distinguir os versículos que encontram seu cumprimento profético em nossos dias, daqueles versículos cujo cumprimento ocorrerá em ocasião futura.
Em suma, haverá dois reagrupamentos de Israel no fim dos tempos: um antes da Tribulação e outro depois da Tribulação. O primeiro reagrupamento mundial será caracterizado por uma atitude de incredulidade, como uma preparação para o juízo da Tribulação. O segundo reagrupamento mundial será um retorno no fim da Tribulação, caracterizado por uma atitude de fé, como preparação para a benção do Milênio, ou seja, o reinado de Cristo por mil anos sobre a terra.
Um importante texto bíblico que trata dos dois reagrupamentos de Israel encontra-se em Isaías 11.11-12: “Naquele dia, o Senhor tornará a estender a mão para resgatar [“adquirir outra vez”, na edição Revista e Corrigida] o restante do seu povo, que for deixado, da Assíria, do Egito, de Patros, da Etiópia, de Elão, de Sinar, de Hamate e das terras do mar. Levantará um estandarte para as nações, ajuntará os desterrados de Israel e os dispersos de Judá recolherá desde os quatro confins da terra” (Is 11.11-12).
Esse retorno descrito em Isaías 11 refere-se, nitidamente, ao último reagrupamento mundial de Israel caracterizado pela fé, no clímax do período da Tribulação, como preparo para o reino milenar.
O profeta Isaías não deixa dúvidas de que esse reagrupamento final é aquele que ocorrerá pela segunda vez, ou seja, o segundo reagrupamento. Isso, naturalmente, levanta uma pergunta óbvia: quando, então, aconteceu o primeiro reagrupamento?
Alguns afirmam que o primeiro reagrupamento foi o retorno do exílio babilônico, o qual começou por volta de 536 a.C. Contudo, de que forma tal retorno pode ser descrito como um reagrupamento mundial, segundo comprova o texto de Isaías 11?
Arnold Fruchtenbaum escreve:
O contexto completo desse texto localiza-se em Isaías 11.11-12.6. Nesse contexto o profeta menciona o último reagrupamento mundial marcado pela fé, como condição preparatória para a bênção. Isaías classifica esse reagrupamento de amplitude mundial caracterizado por fé em preparo para o Reino Messiânico como o segundo [N. do T., por causa das expressões “tornará” e “outra vez”]. Em outras palavras, o último reagrupamento nada mais é do que o segundo. Mas se o último é o segundo, quantos podem existir antes dele? Apenas um. O primeiro reagrupamento não poderia ser o retorno do exílio babilônico, porque não foi um re-ajuntamento de âmbito mundial, “desde os quatro confins da terra”, mas simplesmente uma migração de um país (Babilônia) para outro (Judéia). A Bíblia não admite a idéia de vários reagrupamentos de Israel em condição de incredulidade; consente apenas com a idéia de um reagrupamento mundial do Israel descrente, seguido do último reagrupamento, aquele que se caracteriza pela fé, a saber, o segundo. Esse texto só admite a concepção de dois reagrupamentos de âmbito mundial desde os quatro confins da terra. Portanto, o Estado Judeu que existe no presente momento é de grande relevância para a profecia bíblica.
CONCLUSÃO
À luz disso tudo, creio que o principal propósito do reagrupamento de Israel tem direta relação com o acordo de paz que será feito pelo Anticristo, conforme é descrito em Daniel 9.24-27. Para que tal aliança se viabilize, é necessário que os judeus estejam presentes em sua terra e organizados politicamente como um Estado Nacional. Desde 1948 é exatamente isso que se constata no caso dos judeus. É o desabrochar desse milagre atual – algo de que nunca se ouvira falar na história – que nós, nossos pais e avós temos testemunhado com nossos próprios olhos. Depois de quase dois milênios, um povo antigo e disperso regressou à terra natal de seus antepassados, para tornar possível, pela primeira vez desde o ano 70 d.C., o cumprimento da profecia de Daniel 9.24-27 referente ao acordo de paz.
Conseqüentemente, o palco está montado para aquele acontecimento real que se constituirá no estopim da Tribulação, bem como, pelo que se sabe, será o prenúncio dos últimos dias deste mundo. Para frustração geral daqueles que se opõem à teologia sionista, devo dizer que o atual Estado de Israel se encontra exatamente nessa posição profeticamente requerida. Tal fato realmente indica que estamos muito próximos dos dias finais.
Obs: Esse trabalho é o ajuntamento de vários textos extraído da internete, com adaptações .
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