O MINISTÉRIO PROFÉTICO NA BÍBLIA-LIÇÃO 13

sábado, 25 de setembro de 2010

 

g32850 Conteúdo Adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para a lição: O Ministério Profético na Bíblia, a voz de Deus na Terra - 3º trimestre

 

Lição 13 - A Missão Profética da Igreja

Prezado professor, chegamos ao final de mais um trimestre...

Leitura Bíblica: Atos 8.4-8, 12-17
Introdução
I. A perseguição
II. Os samaritanos
III. O Evangelho em Samaria
Conclusão


Prezado professor, chegamos ao final de mais um trimestre. Nesse período, é importante fazer uma autoavaliação dos métodos adotados, da receptividade dos alunos, do ambiente, em sala de aula, cuja lição é ministrada, etc.
O prezado professor tem a compreensão da dimensão de seu ministério? Por isso, aproveite esse período para a realização dessa autoanálise. 
A lição de hoje tem o objetivo, ímpar, de elaborar a reflexão da missão profética da Igreja. Considerando o contexto vivencial da igreja em Jerusalém e a conscientização do significativo papel que o seu aluno tem na missão profética da Igreja, é importante você reunir materiais que elucidam o contexto histórico e cultural do primeiro século, nos primórdios, da Igreja Primitiva.


A IGREJA EM JERUSALÉM E SUA DIMENSÃO PROFÉTICA

Considerando o contexto de Atos 2.42-47, é possível descrever a sua vida comunitária, considerando, os seguintes fatores:

•    A Igreja Primitiva vivia em comunidade. Isso quer dizer que os membros da comunidade de Jerusalém viviam juntos, moravam próximos e trabalhavam em regiões próximas. Por estarem localizados numa região pouco desenvolvida, o número de habitantes era baixo e a convivência destes era natural (At 1.12-14)  ;

•    A Igreja Primitiva perseverava na doutrina, na comunhão, no partir do pão e nas orações. A vida comunitária da igreja, exigia uma prática vivencial de Amor. Sobretudo, essa prática se confirmaria na unidade estabelecida nesse grupo reunido em Jerusalém. Por isso, a igreja fazia a manutenção dos ensinos de Jesus, através dos apóstolos  . Esta perseverança doutrinária, de acordo com a relação vertical e horizontal (Amar a Deus e Amar o próximo) do relacionamento humano, iniciava na comunidade: a voluntariedade em comer o pão em comunhão (Ágape, a festa do amor) e a execução da ceia do Senhor  . Nesse ambiente de ensino e comunhão, as almas se prostravam em oração antes, e depois, do revestimento de poder. Essa prostração denota a urgência, e a necessidade, do aprofundamento de a intimidade com Deus, a fim de refleti-la no contexto comunitário (At 2.42);

•    Os membros da Igreja Primitiva vendiam o que tinham para suprir os necessitados. Essa era a forma de assistir o necessitado que estava inserido à nova comunidade. Por voluntariedade, vendiam suas propriedades e depositavam aos pés dos apóstolos, e estes, repartiam com os que tinham necessidades (At 2.45). Alguns (estudiosos ou não), para justificar a indisposição da partilha hoje, afirmam que os cristãos primitivos só faziam a partilha de seus bens, porque criam que Jesus voltaria a qualquer momento (não haveria nada mais egoísta e individualista do que esta intenção). E como consequencia desta “loucura”, os cristãos primitivos ficaram pobres (desconsiderando, totalmente, a perseguição histórica antes, e durante, os anos 70 d.C. que solapou os judeus e cristãos). Absolutamente não! Os cristãos primitivos sabiam muito bem a dimensão prática da doutrina dos apóstolos (os mandamentos de Jesus) e sua voluntariedade, em partilhar os seus bens, era o reflexo da ação espiritual que tomara conta da comunidade. Os bens eram recolhidos, não para o enriquecimento dos apóstolos, mas tão somente, para suprir a necessidade do próximo desprovido.

O contexto social da Igreja Primitiva denota a relevância dessa comunidade para a sociedade que a cercava. O temor ao Senhor, perseverança unânime de todos, o partir do pão em sua refeição, alegre e singela, denotava a dimensão da manutenção doutrinária e comunitária da igreja.
A proclamação salvífica e cristocêntrica da Igreja exige o arrependimento de todos os homens. Porém, o modelo dessa contrição era proposto na vivência prática desta comunidade do primeiro século  .
Em Atos 2.46,47 é descrito a consequência natural da verdadeira Proclamação de Cristo, onde o proclamar é acompanhado do fazer:

E, perseverando unânimes todos os no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça do todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.

O resultado de salvação era inquestionável. A consequencia de “todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”, estava claramente ligada à vida comunitária daquela igreja. Quando, esta, se levantava para Proclamar salvação, estava investida de legitimidade para propor àquela sociedade as “Boas Novas” de salvação.
Cada ação, feita pela igreja primitiva, denunciava profeticamente a incoerência que reinara sobre aquela sociedade. Se ela demonstrava comunhão, denunciava a separação; se demonstrava amor, denunciava o ódio; se demonstrava voluntariedade, denunciava o interesse mesquinho (vide Ananias e Safira cf. At 5.1-11); se supria a necessidade do necessitado, denunciava a omissão daqueles que tinham obrigação de fazê-lo.
A partir da comunidade primitiva, em Jerusalém, aprendemos que a Igreja de Cristo tem uma dimensão profética. Esta não tem a função de amalgamar-se com o poder temporal. Mas, tem a função de exercer um papel neutro em relação a este “poder”: elogiando-o quando é justo, mas denunciando quando ele exerce a injustiça.
A verdadeira Proclamação salvífica de Cristo tem sua dimensão celestial, quando diz que o homem tem que se arrepender para o perdão e remoção dos pecados, mas também tem sua dimensão terrena, quando diz que a este homem imerso no pecado, Cristo dá a verdadeira dignidade: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres” (Jo 8.36). Em 1 Coríntios 11.23ss, temos a prova de que a Igreja pode perder a dimensão profética! Boa Aula!

 

 

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