sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
POR REV.HERNANDES DIAS LOPES
Referência: Gênesis 24.63-67; 25.20-21; 26.7-11; 27.1-46
INTRODUÇÃO
1. Casaram-se e foram felizes para sempre. Isso é frase de impacto, mas não é real. Não existe felicidade automática. Ela precisa ser construída com renúncia e investimento.
2. 50% das pessoas que vão sorrindo para o altar no dia do casamento, passam o resto da vida chorando por causa do casamento. 70% das pessoas que se casavam de novo, descobrem que o segundo casamento é mais problemático do que o primeiro. O impacto do divórcio na vida de algumas crianças é mais forte do que a própria morte de um dos pais.
3. Ao atender uma jovem senhora em prantos, com a palma da mão rasgada numa briga conjugal. Perguntei-lhe: quantos anos de casamento? Ela me respondeu: dois meses. Outra mulher com seis meses de casamento, disse-me: eu não sei o que é ser feliz no casamento.
4. No casamento é possível começar bem e terminar mal. É possível começar na dependência de Deus e perder o temor de Deus no meio do caminho. É possível começar em harmonia e terminar com feridas e mágoas. É possível fazer um casamento dentro da vontade de Deus e destruí-lo com as próprias mãos. É possível começar com intenso amor e afogar o casamento do mar da indiferença, da amargura e da separação.
5. Como está seu casamento? É aquilo que você sonhou? Como está sua família? É o que você planejou? Vejamos agora um casal que começou bem e terminou mal, uma família que tinha tudo para dar certo e sofreu rezeves terríveis.
I. UMA FAMÍLIA QUE TINHA TUDO PARA DAR CERTO
1. Isaque era um excelente partido
a) Ele era jovem – Ele casou-se com 40 anos (25:20). Tendo em vista que ele morreu com 180 anos (35:28-29). É o mesmo que um homem que chega aos oitenta, casar-se com 20 anos. Estava no auge do seu vigor físico.
b) Ele era herdeiro único de uma grande fortuna – Isaque era o herdeiro único da grande fortuna de Abraão (24:35-36). Era um jovem rico, com vida financeira estável.
c) Ele era herdeiro de um futuro espiritual glorioso – A descendência espiritual de Abraão seria através de Isaque (21:12). Isaque seria pai de uma multidão.
d) Ele era um homem espiritual – Isaque tinha o hábito de meditar nas coisas de Deus (24:63). Ele era um homem de oração. Ele temia a Deus. Ele aprendeu isso aos pés do seu pai Abraão.
2. Rebeca foi a escolhida especialmente por Deus
a) Abraão entendeu que Isaque precisava casar-se com uma jovem fiel a Deus (24:3) – Abraão sabia que Isaque não podia casar-se com uma cananita (24:3). Eles não serviam ao mesmo. Eles adoravam outros deuses. Abraão estava decidido em orientar o seu filho nessa área vital da vida. Os pais precisam ser mais participativos no processo da escolha do cônjuge para os seus filhos. Abraão mandou buscar uma jovem de dentre o seu povo. Abraão estava convencido de que Deus é quem dá a esposa prudente (Pv 19:14; 18:22).
b) Abraão procurou o seu servo mais velho para fazer isso (24:2) – É significativo que Abraão não chamou um jovem, um boy, um garatão, mas o seu servo mais velho, mais experiente para escolher uma esposa para o seu filho. Os jovens precisam ouvir os conselhos dos mais velhos na área do casamento.
c) Abraão e seu servo buscaram a direção divina na escolha (24:7,14) – Precisamos orar a Deus pelo casamento dos nossos filhos. A vontade Deus precisa ser feita nesta importante área da vida.
d) Rebeca tinha todos os dotes desejados – Ela era bonita (24:16), trabalhadora (24:15), prestativa (24:20), amada (24:55), decidida (24:57-58) e recatada (24:65).
e) Isaque a amou (24:67) – Foi amor à primeira vista.
f) Isaque orou por Rebeca 20 anos (25:21, 26).
II. UMA FAMÍLIA AMEAÇADA PELA IMPRUDÊNCIA
1. A falta de transparência – 26:7-11 – Isaque imita os erros do pai e expoõe sua mulher ao perigo (26:7). A beleza da sua mulher tornou-se um fator de crise no casamento.
a) A mentira – O mesmo Isaque que tivera tantas vitórias com Deus, agora fracassa na área moral. Ele que já vencera provas maiores, agora cai diante de uma prova menor. Israel venceu Jericó e caiu diante de Ai. Davi venceu um leão e caiu na teia da impureza. Sansão matou mil filisteus com uma queixada de jumento, mas caiu se deixou derrotar no colo de uma filistéia. Isaque para poupar a sua vida afirma que Rebeca é sua irmã. Ele nega o mais estreito dos relacionamentos. Para salvar a sua pele, ele coloca a sua mulher em risco. Ele colocou a sua mulher na vitrine dos desejos. Em vez de amá-la e protegê-la, Isaque a expõe. Mas a mentira tem pernas curtas: a mentira contada (26:7), torna-se mentira descoberta (26:8). Isaque era marido dentro do quarto e irmão na rua. Ele estava vivendo uma mentira. A mentira descoberta, torna-se mentira reprovada (26:10-11). Isaque havia feito um grande mal a si, à esposa e ao povo filisteu. Seu mentira era uma loucura consumada que abalou os alicerces da confiança do seu casamento.
b) O egoísmo – Isaque pensou só em si. Ele olhou a sua mulher como um objeto que podia ser usado para a sua proteção. Ele abusou de Rebeca sem respeitar o seu caráter e sua dignidade. Sua mentira e seu egoísmo era uma negação do seu amor e do seu romantismo. Ele acaricia a sua mulher no recesso do quarto e nega o seu casamento em público. Sua covardia é maior do que o seu amor. Há cônjuges que só conseguem ter intimidade na cama, mas não expressam mais a harmonia conjugal nas suas palavras e atitudes. A partir daquele momento Rebeca não dialoga mais com Isaque. Eles fingem uma harmonia que não mais existe. O diálogo morreu na vida daquele casal. Quem planta egoísmo colhe solidão.
c) O medo – O amor lança fora todo o medo. O amor tudo sofre, tudo crê, tudo suporta. O medo de Isaque foi desamor à esposa e descrença em Deus. Isaque conseguiu grandes vitórias na vida profissional. Tornou-se um homem riquíssimo, mas fracassou no casamento. O pecado é maligníssimo. Isaque aprendeu a mentira com seu pai. Rebeca aprendeu a mentir com seu marido. Jacó com a sua mãe.
2. A falta de confiança e comunicação entre o casal – 27:5
• O tempo e o rotina começaram a desgastar aquele lar. O relacionamento de Isaque e Rebeca ficou estremecido. A comunicação morreu entre eles. Não havia mais diálogo. A harmonia do casamento era coisa do passado.
• Esse casal que começou de maneira tão bonita, agora chega à velhice sem intimidade, sem comunhão, sem diálogo. Agora Rebeca escuta os comentários do marido detrás da porta. Isaque não partilha com ela os desejos do seu coração. Um silêncio impera entre eles. Eles não confiam mais um no outro.
3. A falta de sabedoria na criação dos filhos – 25:28; 26:5-8
a) Eles têm preferência por um filho em detrimento do outro (25:28) – Eles ficaram 20 anos sem ter filhos e agora os filhos nasceram e são transformados em problemas. Eles transforam uma bênção num problema. Os filhos em vez de unir, separam o casal. Isaque tem preferência por Esaú e Rebeca por Jacó. Têm favoritismos. Eles fizeram dos filhos um motivo de tropeço para o casamento. Eles cometem um grave pecado contra os filhos. Eles têm preferência por um filho em prejuízo do outro. Jacó aprendeu esse erro com os pais e o comete mais tarde, amando mais a José do que os seus irmãos.
b) Eles semeiam o ciúme, a competição e o ódio no coração dos filhos (27:5-8) – Eles lançaram no coração dos filhos o ciúme, a inveja, a disputa, a competição. Em vez de amigos, os filhos cresceram como concorrentes e rivais. Eles se esqueceram de que na família, primeiro vem o cônjuge e depois os filhos. Rebeca ensina Jacó a mentir. Esaú passa nutrir ódio pelo seu irmão e a desejar sua morte (27:34,36,41). Jacó precisa fugir de casa para salvar sua vida. Esaú para vingar-se dos pais, pune-se a si mesmo casando com mulheres filistéias, que se tornam amargura de espírito para seus pais.
4. A falta do temor de Deus nas decisões – 27:13
a) A atitude pecaminosa de Isaque – Isaque peca contra Deus e contra seus filhos ao querer inverter o propósito de Deus (25:23).
b) A atitude pecaminosa de Rebeca – Rebeca tenta dar uma mãozinha para Deus usando o expediente da traição e da mentira. Rebeca estava fraca espiritualmente e começou a duvidar do cumprimento da promessa de Deus a Jacó. Isaque estava prestes a dar a bênção que Deus prometera a Esaú. Então, ela tomou os destinos na sua própria mão. Ela não acreditou em Deus. Ela duvidou de Deus. Ela agiu na frente de Deus. Ela fez as coisas do seu modo. Ela não aproveitou o momento para conversar com o marido. Ela decidiu enganar o marido e trair o filho Esaú. Ela instiga Jacó a mentir, a enganar, a trapacear. A mentira vem do maligno. Mas Rebeca estava tão cega e tão longe de Deus, que chega ao ponto de perder o temor de Deus (27:13).
c) Esaú ao ver o seu lar vivendo de aparências desprezou a Deus – Esaú passou a desprezar as coisas de Deus. Tornou-se um profano. Ele menosprezou os dons de Deus. Ele vendeu o seu direito de primogenitura. Esaú ao perceber que os seus pais viviam apenas uma coreografia de espiritualidade, casou-se com mulheres pagãs. Esse casamento foi uma tragédia na sua vida e na vida de seus pais (26:34-35).
d) Jacó aprendeu a ser um enganador dentro de casa – Jacó movido pela vontade inflexível da sua mãe enganou ao seu velho pai. Mentiu, forjando sua identidade. Passou-se por Esaú. Blasfemou contra Deus e deu um beijo de mentira em seu pai (27:18-20,24,26,27). Ele aprendeu com a mãe e daí para frente viveu como suplantador, enganador.
III. UMA FAMÍLIA QUE COLHE OS TRISTES RESULTADOS DA SUA IMPRUDÊNCIA
1. Isaque e Rebeca não aprenderam com os erros e foram deixando a família fracassar pouco a pouco
• Todo casal precisa aprender a reconhecer as falhas e se corrigir. O fracasso só é fracassso quando não aprendemos com ele. O fracasso não pode ser o nosso coveiro, precisa ser o nosso pedagogo. Isaque e Rebeca não faziam correção de rota. Eles não discutiam os problemas e nem se perdoavam. Eles iam deixando as coisas acontecer.
• As sequóias na California são as maiores árvores do mundo. Mas os besouros pequenos as colocam ao chão.
2. A família toda sofre as inevitáveis consequências do pecado
a) Isaque – O nome dele significa RISO, mas nunca mais Isaque teve motivo para rir. Em certo sentido ele perdeu os seus dois filhos num único dia. Um sai de casa fugido. O outro sai para vingar-se dos pais, punindo-se a si mesmo (28:9).
b) Esaú – Ele perdeu o respeito pela mãse. Ficou revoltado. Amargo. Desgostour-se com o seu lar. Passou a alimentar um ódio assassino por Jacó. Rebeca armou uma guerra dentro da sua própria casa. Seus filhos eram inimigos mortais.
c) Jacó – Jacó precisou fugir de casa. Sai como mentiroso, traidor, embusteiro. Sai com a consciência culpada, deixando um pai enganado, um irmão traído e uma mãe protetora fracassada.
d) Rebeca – Ela prometera a Jacó: “Retira-te para a casa de Labão e fica com ele alguns dias… e te farei regressar de lá” (27:42-45). Vinte anos se passaram e Jacó não voltou. Rebeca nunca mais vê o seu filho. Morre sem cumprir a promessa. Viveu amargamente a sua velhice ao ver o seu lar desmoronado pelas suas próprias mãos. Rebeca ainda foi incapaz de prever todo o alcance dos seus atos. O ódio despertado no coração de Esaú continuou por gerações futuras. Durante muitos séculos, os edomitas, descendentes de Esaú, seria inimigos de Israel (Obadias). Herodes, o grande, o homem que quis matar Jesus em Belém e o seu filho Herodes Antipas, o homem que ridicularizou Jesus no seu julgamento eram edomitas, descendentes de Esaú.
CONCLUSÃO
• Toda a família sofreu as consequências da imprudência de um casal que começou bem, mas não soube resolver os assuntos familiares com sabedoria.
• ISAQUE ficou só, envergonhado, sem sorriso, um grande homem, um grande empresário, um homem rico, mas um marido descuidado e um pai parcial.
• REBECA perdeu o seu filho predileto, perdeu o respeito de Esaú, traiu seu marido, não levou Deus a sério.
• JACÓ perdeu a casa, perdeu a mãe protetora, perdeu o amor do irmão e a consciência tranquila.
• ESAÚ puniu a si mesmo para vingar-se dos pais (28:6-9). Esperou o pai morrer para vingar-se do irmão.
- Como está a sua família? Como está o seu relacionamento conjugal? Há transparência? Há amor comprometido? Há fidelidade? Há brigas e mágoas dentro do seu lar? Como os seus filhos se relacionam? Eles são amigos? Vocês os tratam de forma justa e imparcial?
- Como está a comunicação no seu lar? Como está a reverência pelas coisas de Deus? Os nossos lares estão precisando urgente de um avivamento espiritual. Consagre hoje seu lar ao Senhor. Consagre seus filhos ao Senhor. Coloque o seu casamento no altar.
- Vinte anos depois Deus restaurou a amizade Jacó e Esaú. Mas Rebeca não viu e o pai estava muito velho para alegrar-se nessa restauração. Peça a Deus que faça você ver um milagre na sua família!
FONTE: http://hernandesdiaslopes.com.br/2009/08/como-vai-sua-familia/
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