sábado, 2 de janeiro de 2010
LIÇÃO 1
03 DE JANEIRO DE 2010
A DEFESA DO APOSTOLADO DE PAULO
TEXTO ÁUREO
“Porque, como as aflições de Cristo
são abundantes em nós, assim também,
a nossa consolação sobeja por meio
de Cristo” (2 Co 1.5).
VERDADE PRÁTICA
Apesar dos dissabores e angústias
de nossa jornada cristã, jamais nos
faltará a consoladora presença do
Espírito Santo.
HINOS SUGERIDOS 46, 186, 330
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
• Descrever o contexto HISTÓRICO e CULTURAL da cidade de Corinto.
• A importância da segunda carta aos coríntios
• Explicar o objetivo da segunda carta de Paulo aos Coríntios.
INTERAÇÃO
Estamos iniciando um novo trimestre, e um novo ano; como sempre quando iniciamos algo, o nosso ânimo parece potencializar-se novamente para uma nova tarefa, uma nova jornada. Que nosso ânimo se renove e se potencialize em todos os trimestres que temos pela frente.
Vamos iniciar este ano, este trimestre apresentando o tema geral de Lições Bíblicas, e desejando a cada um Feliz ano novo, e um feliz trimestre de Lições Bíblicas.
Também é bom, apresentarmos o comentarista deste trimestre, pastor Elienail Cabral, Presidente da Assembléia de Deus em Sobradinho I, DF, membro da Casa de Letras Emílio Conde, Teólogo e escritor de várias obras publicadas pela CPAD.
Deus abençoe professores e alunos neste trimestre
Que Deus abençoe ricamente a todos vocês.
INTRODUÇÃO
A segunda epístola de Paulo é a mais pessoal de todas as suas epístolas. Nesta epístola, ele abre o seu coração, os seus sentimentos mais íntimos e de seus motivos mais profundos. Quer conhecer Paulo interiormente, leia esta epístola. Foi necessário Paulo se revelar totalmente aos coríntios para benéficos dos mesmos. Nessa autorevelação de Paulo aos coríntios, encontramos o modelo de pessoa, de obreiro, de cristão que Deus quer que sejamos.
O tema principal da primeira epístola aos coríntios é a CONDUTA CRISTÃ; o tema principal da segunda epístola aos coríntios é o MINISTÉRIO CRISTÃO.
A mensagem principal de 2 Coríntios difere da de 1 Corintios.
Nesta segunda carta canônica, Paulo fala bastante acerca de suas próprias experiências no ministério cristão. Ambas referem-se a aspectos práticos de conduta e de ministério e apresentam verdades doutrinárias.
Nesta primeira lição vamos falar sobre a defesa que o apostolo faz do seu ministério apostólico às críticas, às dúvidas levantadas na igreja de Corinto, devido à presença de falsos mestres que tentavam por em dúvida a autoridade do apóstolo Paulo.
I - A CIDADE DE CORINTO
A cidade de Corinto localizava-se em um istmo, controlando o acesso a dois mares: o Egeu no oriente, e o Jônio no Ocidente. Esta antiga cidade próspera, chamada de “ a ponte dos mares”, havia sido destruída pelos romanos em 146 a.C. Ela foi restabelecida em 46 a.C. por Júlio César, e habitada por veteranos do exército e homens livres. A localização estratégica da cidade atraiu rapidamente uma grande população, e na época do nascimento de Cristo, Strabão escreveu: “Corinto é tida como uma cidade “rica” por conta do comércio”. Uma outra fonte de prosperidade era a indústria bancária que se desenvolveu ali. Um terceiro fator era a grande colônia de artesãos que se fixaram em Corinto. Por exemplo, o bronze de Corinto era apreciado por todo o Império, e as lâmpadas de Corinto eram exportadas para todas as terras. Finalmente, nos dias de Paulo, Corinto também era a capital da Acáia, e a atividade do governo trouxe tanto a população como a riqueza para a cidade. O retrato que obtemos é o de uma comunidade atarefada e apressada, ativa, e próspera, habitada por homens e mulheres ambiciosos, ansiosos por prosperar e serem bem-sucedidos.
Muito tem sido escrito sobre as práticas sexuais de Corinto, e o relatado de um templo dedicado a Afrodite, e servido por mil prostitutas, é controvertido. Não há dúvida de que a moral era indolente em Corinto, como em qualquer cidade portuária! Mas a palavra “corintianizar”, um eufemismo para a indulgência na promiscuidade, foi criada antes de a cidade antiga ser destruída em 146 a.C., e não se refere á Corinto do século I.
O que parece mais significativo é o tom geral da cidade: suas diretrizes e entusiasmo, seu foco no sucesso e na realização pessoal. Quando olhamos para a epístola que Paulo escreveu para sua “congregação problemática” ali, sentimos rapidamente que estas características contaminaram a igreja, e são refletidas no desejo de seus membros de estabelecer seu próprio prestígio dentro da comunidade da fé.
Certamente em nossa própria sociedade valorizamos os traços do trabalho árduo, do entusiasmo, e do compromisso com o sucesso pessoal que marcavam os homens e mulheres de Corinto.
No entanto, estes mesmo traços, como veremos, podemos ser destrutivos para a unidade que devemos aprender a desenvolver ao vivermos juntos como membros do corpo único de nosso Senhor Jesus Cristo. (Comentário Histórico-Cultural do NT, pág.325, CPAD, Lawrence O.Richards)
Naquela dias, Corinto era um importante centro comercial e porto marítimo, e contava com quinhentos mil habitantes.Corinto era também importante na vida política, sendo capital da província da Acaia.
Naquela época, não havia tantas cidades grandes como hoje em dia; Corinto foi uma das maiores, mas posteriormente, sofreu vários desastres, um terremoto e inúmeras guerras, ficando reduzida a uma ruína. Em 1858, edificou-se uma nova cidade, Korinthos, a poucos quilômetros da original, que tem hoje uns nove mil habitantes e um canal que atravessa o istmo.
Os coríntios adoravam os prazeres, as diversões e cultivavam jogos de força e perícia atlética. Celebravam-se todos os anos os jogos ístmicos, semelhantes aos jogos olímpicos dos nossos dias (nascidos também na Grécia antiga e praticados em homenagem a Zeus, o deus principal dos gregos). (Comentário Bíblico 1 e 2 Coríntios, pág.10,CPAD, Thomas Reginald Hoover.)
II - A CARTA DE 2 CORÍNTIOS
Não obstante a dificuldade que temos de analisar esta epístola, devido à falta de clareza na sua estrutura, pois Paulo oscila entre sua experiência pessoal, a doutrina divina, as condições em Corinto e seus planos para o futuro. Como diz certo escritor: “É quase impossível analisar esta carta, que é o menos sistemático dos escritos de Paulo. Assemelha-se a um rio africano. Às vezes corre calmamente e espera-se uma análise satisfatória, mas repentinamente aparece uma grande catarata e uma agitação terrível, quando fendem-se as grandes profundezas de seu coração”.
Nós podemos tirar preciosas lições para nosso ministério cristão.
A segunda epístola aos coríntios foi escrita entre seis a dezoito meses depois da primeira. Aparentemente, a maioria dos problemas com que Paulo teve que lidar , tais como ações judiciais e uso indevido da Ceia do Senhor estava, agora, corrigida. Mesmo assim, o relacionamento de Paulo com os coríntios continuava a se deteriorar, talvez exigindo “visita dolorosa” e rápida do apóstolo (2.1;12.14,21;13.1,2). Isto não conseguiu resolver o problema, e os oponentes do grupo de Paulo continuavam a atacar o apóstolo e seus representantes (2.5-8,10;7.12), incentivados pelos judaizantes da palestina ( 11.4,22).
Para nós, e para aqueles a quem ensinamos, essa carta é fundamental. Enxergar o coração de um dos ministros mais eficiente de todos os tempos ajuda-nos a estabelecer um firme fundamento para nosso ministério pessoal.
Embora isto seja discutível, muitos comentaristas acreditam que Paulo então escreveu uma carta curta, mas severa (2.3,4,6,9;7.8,120, que foi entregue por Tito (2Co 8.6a). Enquanto isto, o próprio Paulo deixou Éfeso para ministrar em Trôade (At 19.23-20.6, 2Co 1.8-11) e na Macedônia (2.16;7,5). Ali, Tito uniu-se a ele, e lhe trouxe boas notícias: os coríntios haviam reagido positivamente à severa carta que ele havia entregue (7.5-16). Mas, não se passou muito tempo antes que Paulo ouvisse de mais problema em Corinto. Frustrado, porém ainda confiante, escreveu então a carta que chamamos de 2 Coríntios. Uma carta que, talvez, seja a mais reveladora, em termos pessoais, de todas as epístolas de Paulo. Apesar deste contínuo conflito com os críticos de Corinto, com grande sinceridade, compartilha sua fraqueza, assim como seus pontos fortes, ao explicar os princípios de seu ministério na Nova aliança.
A completa sinceridade de Paulo é revelada no primeiro capítulo. Depois das saudações de costume (1.1,2), Paulo louva o Senhor como o “Deus de toda consolação” e ao continuar, confessa sua própria angústia e necessidade de consolo ( 1.3-11). Isto é verdadeiramente surpreendente. Em lugar de defender-se, enumerando suas credenciais como apóstolo, Paulo expõe sua fraqueza como homem: “ Sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos”. Esta autorevelação tem um objetivo: somente um homem consciente de suas fraquezas, que tenha sentido o consolo que Deus provê, é capaz de identificar-se com outros que são fracos, e de lhes transmitir o consolo de Deus. As cartas de Paulo expuseram as fraquezas dos coríntios. Agora ele expõe sua própria fraqueza, para lhes garantir que Deus é capaz de resgatar a todos.
A seguir, Paulo responde à acusação de que, apesar de suas promessas de passar algum tempo em Corinto, tenha voltado atrás em sua palavra. A resposta de Paulo é simples: ele havia exposto suas intenções, mas, como servo de Cristo, havia entregado a direção de suas atividades à vontade de Deus. E o Senhor tinha outros planos ( 1.12-22). Além disto, a demora de Paulo não é evidente de falta de amor pelos coríntios. Ele hesitou, para poupá-los de outra “visita dolorosa”, e em lugar de ir, ele escreveu, com grande aflição (1.23-2.4). Aparentemente, a carta de Paulo foi eficaz, e a igreja castigou aqueles que lideraram o ataque contra o apóstolo. Paulo incentiva o grupo a perdoar a pessoa agora arrependida e a recebê-la de volta na comunidade (2.5-11).
Que base de confiança Paulo tem, apesar de sua própria fraqueza confessada e das falhas óbvias dos coríntios! Cristo está em ação dentro de cada crente. À medida que o Espírito prossegue em seu trabalho, e os membros do corpo descobrem aquela sinceridade e honestidade que Paulo exibe, Cristo continuará a realizar sua obra transformando dentro deles. E eles verão e conhecerão sua glória.
OCASIAO PROPÓSITO
Paulo escreveu 2 Coríntios por volta de 56 d.C. ( um ano depois da composição de 1 Coríntios). Não sabemos exatamente o que aconteceu nesse intervalo, mas a seguinte sequencia de eventos parece provável:
1. Paulo mandou Timóteo a Corinto, conforme o plano já traçado (1 Co 16.10,11).
2. Timóteo voltou, contando sobre uma situação bem séria.
3. Paulo resolve apressar a sua própria viagem a Corinto (1Co 16.5-7), e foi sem avisar aos irmãos da sua chegada.
4. Paulo sentiu em Corinto tanta oposição ao seu ministério, que deixou a cidade, prometendo voltar logo, rumo a Macedônia ( 2 Co 1.15,16).
5. Paulo achou melhor não voltar tão cedo a Corinto. Para poupar os crentes, escreveu-lhes “ no meio de muitos sofrimentos e angústias de coração” (2Co 2.1-4,9).
6. Paulo mandou essa carta aos coríntios através de Tito, e ficou esperando notícias (2.12).
7. A igreja em Corinto aceitou os conselhos dados na carta de Paulo, arrependeu-se e castigou o membro que tinha chefiado a resistência ao apóstolo ( 7.5-16;2.5-8).
8. Paulo deixou Éfeso rumo a Macedônia, detendo-se em Trôas para pregar, na expectativa de se encontrar lá com Tito ( At.20.1-3;2 Co 2.12).
9. Paulo entristeceu-se porque Tito não estava em Troas, então dirigiu-se a Macedônia e lá se encontraram.
10. Paulo se alegrou sobremaneira com o relatório traduzido por Tito. Escreveu logo 2 Coríntios para animar os crentes esclarecendo qualquer mal-entendido nas suas relações e prepara o terreno para sua terceira visita ( 12.14;13.1).
A segunda visita de Paulo foi difícil e de pouco êxito por causa de alguns “falsos apóstolos”, obreiros fraudulentos” (11.13) que tinham visitado Corinto.
Mas Paulo não ia abandonar a causa divina; estava disposto a defender o bem-estar espiritual dos seus filhos na fé. Apesar da rejeição que esses lhes mostraram por ocasião da sua visita, ele ainda podia escrever-lhes uma carta (2.4).
Bibliografias usadas:
- Comentário Bíblico 1 e 2 Coríntios, Thomas Reginald Hoover, CPAD.
-Através da Bíblia livro por livro, Myer Pearlman, VIDA.
-Comentário Histórico-Cultural do NT, Lawrence O. Richards, CPAD.
-Comentário Bíblico do Professor, Lawrence Richards, VIDA.
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