As armas da nossa milícia não são carnais...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

 

 

10:4 pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas;

As palavras «...as armas... não são carnais...» Com isso Paulo quis dar a entender os métodos deste mundo, as atitudes mundanas, as «ações mundanas», mediante o que os homens incrédulos procuram realizar seus propósitos neste mundo. Pelo contrário, Paulo não apelava para as paixões e perversões humanas, para o orgulho e a ambição humanos, conforme os homens fazem na política e no mundo dos negócios. Não se voltava Paulo para a calúnia e para o menosprezo ao próximo, conforme faziam os seus oponentes. Antes, se conduzia com humildade e bondade, conforme o próprio Senhor Jesus fizera (ver o primeiro versículo), de modo contrário à altivez de espírito e à atitude crítica de seus antagonistas.

«...sim, poderosas em Deus...» Podemos contrastar aqui «...Deus...» com «...carnais...» Aquilo que é carnal é inerentemente fraco, e, com frequência, também é corrupto. Paulo não lançava mão dos meios débeis e corrompidos do mundo, ao procurar realizar os seus propósitos. Pelo contrário, munia-se de armas «poderosas», por estarem firmadas no «poder de Deus», aprovadas «aos olhos de Deus» (conforme alguns estudiosos compreendem).

«...poderosas em Deus...», isto é, conforme Deus olha para as coisas, aos olhos de Deus. A tradução inglesa RSV, aqui vertida para o português, diz simplesmente «têm poder divino». E é possível que essa ideia deva ser incluída, apesar de não ser a tradução central. Por isso mesmo é que Faucett comenta (in loc): «...'poderosas em Deus...', isto é 'perante Deus'; o poder divino. Tal poder não é nosso, mas é o de Deus». E Alford (in loc) diz: «...segundo a estimativa de Deus, de acordo com suas regras de combate». As armas utilizadas por Paulo eram a verdade, a fé, o amor, a bondade, a esperança, a retidão, a mensagem do evangelho a pessoa de Cristo a esperança da salvação final.

«...para destruir fortalezas...», ou seja, «para a demolição de fortins», aquelas fortalezas da maldade, que impedem o avanço bem-sucedido da

luta cristã. Esses pecados entravadores, a maldade do homem contra o homem, a desumanidade dos homens, o orgulho e a ambição humanos, os valores envilecidos, a ignorância sobre as realidades eternas, precisam ser derrubados por terra. Tudo quanto se opõe a Deus deve e pode ser destruído, tal como as tropas de um exército assaltam um fortim do inimigo" e são capazes de destruí-lo, despindo-o de toda a sua resistência. As armas da verdade, da fé, do amor e da esperança da vida eterna da alma, podem derrotar qualquer adversário, destruir qualquer fortaleza, obter a vitória para o crente fiel e sincero.

Vários comentadores bíblicos supõem que Paulo se referiu a essa metáfora ao lembrar-se das guerras contra os cilícios, efetuadas pelos romanos; pois Paulo, tendo nascido na região da Cilícia, tinha conhecimento dessas campanhas militares. Tal guerra terminou com a destruição de cento e vinte fortins dos cilícios, quando nada menos de dez mil prisioneiros foram tomados.

«...anulando sofismas...» Alguns estudiosos pensam que essas palavras fazem parte do versículo seguinte. O termo grego original é «logismos», que significa «argumentos», «raciocínios», «reflexões». Seu sentido não é «imaginações», como se estivessem em foco ideias falazes, capazes de anular sofismas. Paulo se referia aos argumentos capciosos de seus oponentes, aos seus «sofismas», com o que procuravam degradar ao apóstolo dos gentios e suas atividades. As armas de Deus eram boas para derrubar os antagonistas que procuravam solapar a autoridade apostólica de Paulo. E essas tentativas devem ser numeradas entre os males que o soldado cristão precisa enfrentar. Mui provavelmente Paulo incluía nisso as falácias plausíveis dos mestres falsos de Corinto, meros raciocínios humanos, destituídos de influências do Espírito de Deus, falácias essas que alguns ensinavam, ao invés de anunciarem o evangelho de Cristo (em consonância com a mensagem geral do primeiro capítulo da primeira epístola aos Coríntios). Mediante tais falácias, aqueles mestres falsos procuravam evitar ensinar o evangelho que Paulo pregava, cujo centro é a cruz de Cristo; antes, substituíam-no pelo legalismo mosaico ou pelos sofismas da filosofia grega.

 

Bibliografia R. N. Champlin

FONTE: EBD AREIA BRANCA

 

 

Texto Áureo

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