CAMPOS DE BATALHA DO CRENTE

quinta-feira, 23 de junho de 2011

 

 

CAMPOS DE BATALHA DO CRENTE

É impossível separar o material do espiritual, pois o homem é a totalidade dessas duas partes.

"Portanto, tomai toda a ar­madura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar fir­mes" (Ef 6.13).

Por que somos atacados pelo inimigo? Qual é a causa dos cons­tantes ataques? Por que todo o crente espiritual é visado pelo ini­migo de nossas almas? Sem dúvi­da a principal razão é a nossa po­sição em Cristo. O conhecimento de nosso estado "em Cristo" é uma proclamação de guerra contra o ini­migo vencido na cruz. Pois, se es­sas palavras "estar em Cristo" são uma realidade na vida daquele que as pratica, atrairão também as tem­pestades, porque o inimigo concen­tra os ataques para derrubar o com­batente. O inimigo vencido pela morte e ressurreição do Senhor, não pode suportar que nenhum re­mido viva a vida que está em Cris­to. Se ele puder, tentará impedir, ou pelo menos, retardar a obra que Deus quer realizar em nós. Portan­to, devemos firmar nossa posição em Cristo para que tenhamos o di­reito de participar do seu pleno tri­unfo e do despojo de sua vitória.

Dando sequência ao assunto da família cristã, o apóstolo fala da posição daqueles que trabalham em um lar cristão. O ensino de Paulo eleva a relação de senhor e escravo ao ní­vel de Cristo que veio ao mundo para servir.

O servo deve saber que nada há de desprezível em sua posição, e o senhor deve compreender que nun­ca deve humilhar o servo. Paulo dá o exemplo de Cristo: Aos servos diz que obedeçam a seus senhores "na sinceridade de vosso coração, como a Cristo..." "servindo de boa vontade como ao Senhor." O se­nhor deve seguir a mesma linha, sabendo que seu Senhor está no Céu e que diante do Senhor não há acepção de pessoas.

A partir do v. 10 de Ef 6 o apóstolo muda radicalmente o rumo do seu ensino. Do santuário do lar, somos levados pelo apóstolo ao campo de batalha. A epístola termina onde começou: nos lugares celestiais. O crente está nos lugares celestiais, e é aí que é também atacado. A causa desses ata­ques é a nossa posição em Cristo. O inimigo não suporta essa conquista.

A CONDUTA DO CRENTE NA BATALHA ESPIRITUAL

A Bíblia discor­re sobre a batalha espiritual inevi­tável do crente contra as forças do mal. Queiramos ou não, a partir da queda do homem por seu pecado no Éden, iniciou-se uma batalha. Gn 3.15 indica a causa e a razão dessa batalha que começou na inimizade declarada entre a "antiga serpente", o Diabo, e "a semente da mulher", Jesus. O cumprimento desse confli­to cósmico teve seu clímax no Calvário, quando Jesus declarou a derrota de Satanás. Só podemos en­frentar e vencer esta batalha usan­do as armas espirituais providas por Deus, relatadas aqui no texto bíblico. É preciso estar preparado para esta batalha espiritual medi­ante os três elementos ensinados nos vv.10,11.

1. Fortalecimento (v.10). Na batalha espiritual só estão aptos para participar dela os que pertencem ao Senhor, por isso, o apóstolo diz: "irmãos meus". Não se trata de um mero fortalecimento físico ou intelectual, mas é um fortalecimento "na força do seu poder". Em outras pa­lavras, nenhum crente entra nesta batalha com armas materiais ou físi­cas. É preciso estar cheio do poder do Espírito.

2. Conhecimento (v.11). O lei­tor perguntaria: Que tem a ver conhecimento com armadura? Para ter­mos a armadura de Deus, precisamos conhecer todo o equipamento dessa guerra espiritual. Precisamos estar revestidos da armadura de Deus, a sua panóplia, isto é, ter todas as ar­mas necessárias para um combate. A armadura espiritual incompleta tor­na o crente vulnerável aos ataques satânicos.

3. Treinamento (v.11). Um soldado precisa ser forte, conhecer e treinar o suficiente para entrar na batalha. A Igreja de Cristo é o quar­tel-general, onde os soldados são equipados e preparados. Somos trei­nados através do ensino sadio da Palavra de Deus (2 Tm 3.16,17).

O CAMPO DE BATALHA ESPIRITUAL

Toda batalha tem seu campo de ação e envolve vários aspectos béli­cos tais como o lugar, o inimigo, a estratégia e as armas de ataque e de­fesa.

1. O lugar de combate dessa batalha (v.12). O local não se limi­ta a alguma área geográfica e terrena, mas abrange todo e qualquer lugar onde reino de Deus esteja. Onde es­tiver um crente fiel, ali se torna um campo de batalha. Paulo diz que "não temos de lutar contra a carne e o sangue". É uma expressão que de­nota o tipo de batalha - não é humana, de homens contra homens - mas é luta espiritual contra inimigos es­pirituais. Adiante, Paulo especifica que essa batalha ocorre "nos lugares celestiais" ou "regiões celestiais". Esta expressão refere-se a uma po­sição espiritual elevada, uma con­quista de todo o crente verdadeiro.

2. Os inimigos da batalha (vv.11,12). Temos duas citações es­peciais que identificam nossos ini­migos: o Diabo (v.11), e "as hostes espirituais da maldade" (v.12). Quem é o Diabo? Leia Ez 28.12-17; Jo 12.31; 2 Co 4.4. As hostes espirituais da maldade incluem "principados, potestades e príncipes das tre­vas deste século". São classes de demônios, isto é, anjos caídos, que realizam tarefas sob o comando de Satanás, o chefe, em várias áreas de atividades da vida humana.

3. As armas espirituais para a batalha (6.13-17). Paulo serviu-se da figura das armas do soldado ro­mano da sua época. (1) "O cinto da verdade" (v.14) servia para prender a couraça do soldado. "A verdade" é a representação de tudo o que so­mos. Nossos vestidos de guerra são seguros com a verdade; (2) "A cou­raça da justiça". Uma arma defensi­va de proteção para o peito. A justi­ça une-se a verdade, e elas podem ser notadas pelos inimigos (Is 59.17; 1 Ts 5.8); (3) "calçados na prepara­ção do Evangelho" (v.15), os quais são importantes no campo de bata­lha; (4) "Escudo da fé" (v.16), uma arma defensiva que fica presa ao bra­ço e impede que os dardos do inimi­go alcance o corpo do soldado; (5) "O capacete da salvação" (v. 17), ser­via para proteger a cabeça. A nossa salvação é o nosso capacete que pro­tege a nossa cabeça; e (6) "A espa­da do Espírito" (v.17), uma arma ofensiva que deve estar sempre na mão e na mente do crente.

4. A provisão para a batalha (6.18-20). É a oração - a maior pro­visão do crente. A Palavra nos aler­ta que devemos "orar em todo o tem­po", não dando lugar nem trégua ao Diabo. O crente deve orar incessantemente (Cl 4.2; 1 Ts 5.17). Deve­mos orar com súplica no Espírito (v.18).

CONCLUINDO

No cap. 6.21 a 24 Paulo dá as suas saudações finais aos efésios e espera que todos os fiéis cresçam na presença de Deus. Da mesma forma, espera-se que os crentes na atualida­de sejam vencedores no Senhor até o dia em que receberemos a coroa da vitória.

"A vida cristã inteira é uma guer­ra, mas, como em todas as guerras, há dias de calma e dias de ataque. O 'dia mau' na guerra espiritual é aquele que especialmente ameaça o nos­so caráter moral e espiritual. O dia mau de José veio quando ele foi ten­tado, mas resistiu vitoriosamente; o dia mau de Pedro veio quando esta­va no pátio do sumo sacerdote, e para ele era duplamente mau, porque ne­gou o seu Mestre.

"Se fôssemos avisados de ante­mão que a provação ou tentação se aproxima, poderíamos vigiar e espe­rar por ela (Lc 12.39). Infelizmente, essas coisas vêm de modo repentino e nos pegam desprevenidos. Sendo que o dia mau certamente virá, sen­do que poderá vir a qualquer tempo, e sendo que é mais provável vir quando menos esperamos, a prudên­cia exige que estejamos preparados.

Como podemos nos preparar? Os soldados se preparam para guerra ao aprenderem a usar armas em tempos de paz. O guerreiro cristão se prepa­ra para o dia mau pelo exercício constante dos meios da graça. A re­sistência à tentação repentina é mais vigorosa quando a bondade se torna um hábito arraigado. A pessoa que põe em prática a cada dia os precei­tos da Palavra de Deus é armada para enfrentar um ataque repentino (como vimos na ajuda principal)."

"Como as obras-primas, fomos 'criados em Cristo Jesus para fazer boas obras, que Deus preparou an­tecipadamente para que façamos'. Cada um de nós tem uma obra eter­namente estabelecida que inclui ta­refa, habilidade e um lugar para ser­vir. Qualquer que seja a tarefa para a qual Ele o tenha chamado, você estará preparado para ela, como certamente um pássaro é feito para voar. E, ao realizarmos as obras para as quais Ele o chamou, você vai ser mais e mais sua feitura e mais e mais você mesmo.

As implicações práticas disto são estupendas, não há distinção entre o secular e o sagrado em relação ao trabalho honesto realizado. Para o Senhor, este trabalho também é sa­grado. Historiadores concordam que o entender isto transformou a vida de Lutero, e certamente até o mun­do de seus dias. Ele escreveu: 'Seu trabalho é assunto muito sagrado. Deus se regozija nele e, através dele, quer derramar sua bênçãos em você."

 

Bibliografia E. Cabral

 

FONTE: EBD AREIA BRANCA

 

 

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